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Dia Mundial do Câncer alerta para importância da prevenção

Repro­dução: © Divulgação/Sociedade Brasileira de Mas­tolo­gia

Diagnóstico tardio dificulta o controle da doença no Brasil


Pub­li­ca­do em 04/02/2024 — 09:25 Por Flávia Albu­querque – Reportera de Agên­cia Brasil — São Paulo

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O dia 4 de fevereiro foi escol­hi­do pela Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS) para ser o Dia Mundi­al de Com­bate ao Câncer e a Sociedade Brasileira de Oncolo­gia Clíni­ca (SBOC) aprovei­ta a data para faz­er um aler­ta sobre o diag­nós­ti­co pre­coce para o enfrenta­men­to da doença. Segun­do lev­an­ta­men­to feito pela enti­dade, 31% dos mais de 760 oncol­o­gis­tas clíni­cos entre­vis­ta­dos para um cen­so con­sid­er­am o diag­nós­ti­co tar­dio como um dos prin­ci­pais prob­le­mas para o con­t­role do câncer no Brasil.

Entre os oncol­o­gis­tas, 19% apon­tam fal­has no aces­so e qual­i­dade dos exam­es de detecção e con­t­role do câncer e 5% se queix­am da fal­ta de cam­pan­has ou pro­gra­mas efi­cientes de con­sci­en­ti­za­ção e pre­venção, além da baixa adesão da pop­u­lação aos pro­gra­mas de pre­venção e trata­men­to já exis­tentes. O maior prob­le­ma apon­ta­do pela pesquisa real­iza­da no ano pas­sa­do foi a difi­cul­dade de aces­so a novos trata­men­tos.

Segun­do a Pres­i­dente da SBOC, Anelisa Coutin­ho, o cen­so per­mi­tiu que a enti­dade con­hecesse os desafios apre­sen­ta­dos pelos profis­sion­ais. “A par­tir dessas infor­mações, a SBOC tem bus­ca­do ampli­ar parce­rias para aux­il­iar o gov­er­no e demais tomadores de decisão em difer­entes ações voltadas ao aces­so a novas ter­apias. Em nos­sos even­tos e canais de comu­ni­cação com a sociedade, tam­bém temos pro­movi­do difer­entes ações de con­sci­en­ti­za­ção e pre­venção do câncer.”

Para con­tribuir e for­t­ale­cer o trata­men­to do câncer no Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS), a SBOC vai ofer­e­cer, por meio de uma dessas parce­rias, um treina­men­to vir­tu­al sobre oncolo­gia clíni­ca dire­ciona­do para os agentes comu­nitários de saúde. O con­teú­do será disponi­bi­liza­do pelo aplica­ti­vo Con.te, que é uma platafor­ma volta­da a ess­es profis­sion­ais e man­ti­da pelo Con­sel­ho Nacional de Sec­re­tarias Munic­i­pais de Saúde (Conasems) e Grupo Laços. “A atu­ação da SBOC neste pro­je­to será de curado­ria e pro­dução de con­teú­dos téc­ni­cos sobre oncolo­gia com foco nos agentes de saúde”, expli­cou a SBOC.

Câncer de mama

Após Dia Mundi­al do Câncer, o dia 5 de fevereiro foi definido como o Dia Mundi­al da Mamo­grafia, mais uma opor­tu­nidade para reforçar a neces­si­dade da pre­venção. O câncer de mama é o sub­tipo mais comum da doença entre as mul­heres. O Insti­tu­to Nacional de Câncer (INCA) esti­ma que o Brasil ten­ha cer­ca de 700 mil novos casos de câncer por ano entre 2023 e 2025.

O câncer é a segun­da doença que mais mata no mudo, com cer­ca de 9,6 mil­hões de mortes anu­ais. O câncer de mama é o primeiro mais inci­dente, atingin­do 10,5% da pop­u­lação, segui­do do câncer de prós­ta­ta, com 10,2%.

De acor­do com a Orga­ni­za­ção Pan-Amer­i­cana da Saúde (OPAS), entre 30% e 50% dos cânceres podem ser evi­ta­dos por meio da imple­men­tação de estraté­gias baseadas na pre­venção. Por isso, as enti­dades médi­cas aproveitam essas datas para reforçar a importân­cia da pre­venção e do diag­nós­ti­co pre­coce.

Exames

Uma pesquisa encomen­da­da por um lab­o­ratório far­ma­cêu­ti­co rev­el­ou que a dis­sem­i­nação da pre­venção ao câncer de mama ain­da é baixa no Brasil. Segun­do o estu­do, ape­nas dois terços das 1.007 entre­vis­tadas real­izam autoex­ame, exam­es clíni­cos e mamo­grafias, quan­do estim­u­ladas e ori­en­tadas por seus médi­cos. Os dados mostram que 64% das brasileiras acred­i­tam que o câncer de mama se desen­volve exclu­si­va­mente de for­ma hered­itária.

Os números tam­bém indicam que 42% das mul­heres nun­ca realizaram a mamo­grafia, porque algu­mas se con­sid­er­am jovens demais e out­ras alegam fal­ta de pedi­do médi­co. Foram entre­vis­tadas mul­heres entre 25 e 65 anos. A pesquisa O que as mul­heres brasileiras sabem sobre o câncer de mama, ati­tudes e per­cepções sobre a doença mostrou que sete em cada dez mul­heres con­sul­taram gine­col­o­gis­tas no últi­mo ano, com vari­ações notáveis entre as class­es soci­ais. Entre as class­es mais altas e com maior esco­lar­i­dade a taxa é de 80, enquan­to 2% das entre­vis­tadas afir­mam nun­ca terem con­sul­ta­do gine­col­o­gista.

Com relação à real­iza­ção do exame de mamo­grafia, 49% das mul­heres afir­mam que fazem reg­u­lar­mente. Pelo menos 60% são das class­es A/B, enquan­to 37% são das class­es D/E. Duas em cada dez men­cionaram que o exame foi real­iza­do porque o médi­co solic­i­tou (20%), enquan­to 16% afir­maram que o fiz­er­am dev­i­do à sen­sação de um caroço ou nódu­lo.

A recomen­dação do Min­istério da Saúde é que a mamo­grafia de ras­trea­men­to, aque­la que é fei­ta quan­do não há sinais nem sin­tomas, seja real­izadas em mul­heres com idade entre 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos, como for­ma de iden­ti­ficar o câncer antes do surg­i­men­to de sin­tomas.

A dire­to­ra de oncolo­gia do lab­o­ratório respon­sáv­el pela pesquisa, Flávia Andreghet­to, ressaltou que é pre­ciso ter um diál­o­go aber­to e claro com as mul­heres dev­i­do à importân­cia da con­sci­en­ti­za­ção sobre os prob­le­mas que podem afe­tar a saúde fem­i­ni­na. “Ao con­sid­er­ar que muitas mul­heres já com­preen­dem que a detecção pre­coce da doença pode sig­nificar uma per­spec­ti­va de vida mel­hor, tor­nan­do-se cru­cial quan­do se abor­da os difer­entes sub­ti­pos, diag­nos­ticar a doença nos está­gios ini­ci­ais pode cul­mi­nar em trata­men­tos mais efi­cazes, ofer­e­cen­do, con­forme o sub­tipo, opções mais van­ta­josas para as pacientes”, disse.

Edição: Valéria Aguiar

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