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Dia Mundial do Doador de Sangue: saiba mais sobre a doação regular

Repro­dução: © Tomaz Silva/Agência Brasil

Regularidade nas doações dá direito a benefícios em alguns estados


Publicado em 14/06/2024 — 07:18 Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil — Brasília

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A aux­il­iar admin­is­tra­ti­va Laris­sa Régis, de 24 anos, doou sangue pela primeira vez há seis anos, logo que com­ple­tou 18 anos. “Fui moti­va­da pelo dese­jo de aju­dar as pes­soas e faz­er a difer­ença na vida do próx­i­mo. A ideia de que uma sim­ples ação pode­ria sal­var vidas foi um grande incen­ti­vo para mim”, disse Laris­sa. Des­de então, a jovem faz pelo menos uma doação de sangue todos os anos e plane­ja se tornar uma doado­ra reg­u­lar, no intu­ito de aju­dar a man­ter os esto­ques em dia.

Brasília (DF) 13/06/2024 - Larissa Régis, 24 anos, auxiliar administrativa, escoteira e doadora de sangue.Foto: Larissa Régis/Arquivo Pessoal
Repro­dução: Laris­sa é escoteira e doa sangue des­de os 18 anos — Foto: Arqui­vo Pes­soal

“Acho muito impor­tante man­ter esse com­pro­mis­so. A ideia de ter uma carteir­in­ha de doador é algo que me atrai, já que facili­ta o acom­pan­hamen­to e reforça a min­ha respon­s­abil­i­dade com a causa”, expli­cou.

Laris­sa tam­bém é vol­un­tária nos Escoteiros do Brasil e tem alguns ami­gos que tam­bém são doadores. “Muitos jovens não estão cientes de que, a par­tir dos 16 anos, já podem ser doadores. É um tema que pre­cisa ser mais divul­ga­do, espe­cial­mente nas esco­las e uni­ver­si­dades.”

O estu­dante Muri­lo Verdélio Bor­toloso, de 17 anos, viu, no ano pas­sa­do, uma postagem nas redes soci­ais pedin­do doação de sangue do tipo O+ e logo foi atrás de infor­mação. “Sem­pre tive esse sen­ti­men­to de quer­er aju­dar a quem pre­cisa. Vi que podia doar já a par­tir de 16 anos e fui. Ten­ho inter­esse de quer­er faz­er o bem, aju­dar as pes­soas”, con­tou.

Por con­ta do tipo san­guí­neo, fre­quente­mente req­ui­si­ta­do nos ban­cos de sangue, o ado­les­cente tam­bém pen­sa em se tornar um doador reg­u­lar.

Brasília (DF) 13/06/2024 – Murilo Bortoloso 17 anos - Matéria sobre doador de sangue.Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Repro­dução: Muri­lo, de 17 anos, pre­tende ser doador reg­u­lar — Joéd­son Alves/Agência Brasil

“Seria muito inter­es­sante me tornar um doador reg­u­lar porque, pelo que vejo, meu tipo san­guí­neo está sem­pre em fal­ta. É uma boa opção, tan­to porque gos­to de aju­dar como porque tem seus bene­fí­cios”, desta­cou Muri­lo.

Algu­mas unidades fed­er­a­ti­vas, como São Paulo e Dis­tri­to Fed­er­al, ofer­e­cem van­ta­gens para doadores reg­u­lares. Há ain­da leis que isen­tam ess­es doadores da taxa de inscrição em con­cur­sos públi­cos real­iza­dos pela admin­is­tração dire­ta e indi­re­ta, por fun­dações públi­cas e uni­ver­si­dades públi­cas.

“Na primeira vez que fui doar sangue, chamei alguns ami­gos para doarem comi­go, mas nen­hum foi – por fal­ta de orga­ni­za­ção e por fal­ta de divul­gação do tema. Tan­to que, quan­do fui doar, não vi nen­hum ado­les­cente. Eu era o úni­co por lá”, lem­brou o estu­dante. “O maior con­sel­ho que dou é não pen­sar muito. Teve o sen­ti­men­to de que pode, tem esse tem­po, porque leva um tem­po con­sid­eráv­el? Já vá dire­to para o hos­pi­tal e doe. É sim­ples. Não pen­sa muito. Só vai e faz. E ain­da gan­ha um lanche de graça – que, por sinal, é muito bom”, brin­cou.

A bombeiro mil­i­tar Fabi­ana Fontenele, de 39 anos, é doado­ra reg­u­lar – doa sangue três vezes por ano. As doações são incen­ti­vadas, inclu­sive, pela cor­po­ração. Fabi­ana diz que já perdeu a con­ta de quan­tas vezes procurou o hemo­cen­tro para par­tic­i­par de mutirões de doação. “A sen­sação é muito boa, de poder aju­dar pes­soas que pre­cisam real­mente de aju­da, sendo que é um ato muito sim­ples. No meu caso, não há nada, bio­logi­ca­mente, com o meu cor­po, me impedin­do de doar”, expli­cou.

“O tema pre­cisa ser mais divul­ga­do. É um ato sim­ples que sal­va vidas. Ten­ho ami­gos que doam com fre­quên­cia, no intu­ito de aju­dar a todos. Meu con­sel­ho é: ‘doe, sem medo, porque é um ato sim­ples e sin­ge­lo, que sal­va real­mente a vida das pes­soas’”, con­cluiu.

Brasília (DF) 13/06/2024 - A bombeiroa militar Fabiana Fontenele, 39 anos, doadora regular de sangue.Foto: Fabiana Fontenele/Arquivo Pessoal
Repro­dução: A bombeiro mil­i­tar Fabi­ana Fontenele, 39 anos, doado­ra reg­u­lar de sangue — Arqui­vo Pes­soal

Como doar

Há critérios que per­mitem ou impe­dem uma doação de sangue, deter­mi­na­dos por nor­mas téc­ni­cas do Min­istério da Saúde e que visam à pro­teção ao doador e à segu­rança de quem vai rece­ber o sangue. Para faz­er a doação, é necessário:

– levar doc­u­men­to ofi­cial de iden­ti­dade com foto (iden­ti­dade, carteira de tra­bal­ho, cer­ti­fi­ca­do de reservista, carteira do con­sel­ho profis­sion­al ou carteira nacional de habil­i­tação);

– estar bem de saúde;

– ter entre 16 e 69 anos, sendo que ado­les­centes de 16 e 17 anos pre­cisam do con­sen­ti­men­to for­mal dos respon­sáveis;

– pesar mais de 50 qui­los.

Já as recomen­dações para o dia da doação incluem:

– não estar em jejum;

– faz­er um repouso mín­i­mo de seis horas na noite ante­ri­or à doação;

– não ingerir bebidas alcoóli­cas nas 12 horas ante­ri­ores à doação;

– evi­tar fumar por pelo menos duas horas antes da doação;

– evi­tar ali­men­tos gor­durosos nas três horas que ante­ce­dem a doação.

Pes­soas que exercem ativi­dades como pilotar avião ou helicóptero; con­duzir ônibus ou cam­in­hões de grande porte; subir em andaimes; e paraque­dis­mo ou mer­gul­ho devem inter­romper essas ativi­dades por 12 horas antes da doação.

O inter­va­lo mín­i­mo para doação, no caso dos home­ns, é de 60 dias, sendo per­mi­ti­das até qua­tro doações por ano. Para mul­heres, o pra­zo mín­i­mo entre uma doação e out­ra é de 90 dias, per­mitin­do até três doações por ano.

Os cuida­dos pós-doação incluem:

– evi­tar esforços físi­cos exager­a­dos por pelo menos 12 horas;

– aumen­tar a ingestão de líqui­dos;

– não fumar por cer­ca de duas horas;

– evi­tar bebidas alcoóli­cas por 12 horas;

– man­ter o cura­ti­vo no local da punção por pelo menos qua­tro horas.

As condições abaixo impe­dem a doação de sangue:

– diag­nós­ti­co de hepatite após os 11 anos de idade;

– mul­heres grávi­das ou que este­jam ama­men­tan­do;

– pes­soas que estão expostas a doenças trans­mis­síveis pelo sangue, como aids, hepatite, sífil­is e doença de Cha­gas;

– usuários de dro­gas;

– pes­soas que tiver­am rela­ciona­men­to sex­u­al com par­ceiro descon­heci­do ou even­tu­al, sem uso de preser­v­a­tivos.

Cuida­dos necessários em casos de cirur­gia e pra­zos de imped­i­men­to para doação de sangue:

– extração den­tária: 72 horas

– apen­dicite, hér­nia, amigdalec­to­mia e varizes: três meses

– cole­cis­tec­to­mia, his­terec­to­mia, nefrec­to­mia, redução de frat­uras, poli­trau­ma­tismos sem seque­las graves, tireoidec­to­mia e colec­to­mia: seis meses.

Edição: Nádia Fran­co

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