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Dias das Mães: bares e restaurantes esperam aumento superior a 20%

Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Empresas estão animadas, diz presidente da Abrasel, Paulo Solmucci


Publicado em 04/05/2024 — 09:27 Por Alana Gandra — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

O Dia das Mães, que será comem­o­ra­do no próx­i­mo dia 12, está ani­man­do os empresários do setor de bares e restau­rantes do país, após um pior momen­to, atingi­do em fevereiro, quan­do 31% das empre­sas fun­cionaram no ver­mel­ho, com dívi­das acu­mu­ladas, e 69% oper­aram sem lucro. “O setor está muito ani­ma­do porque o Dia das Mães é o segun­do mel­hor dia do ano. Só perde para o Dia dos Namora­dos”, con­fir­mou nes­ta sex­ta-feira (3) à Agên­cia Brasil o pres­i­dente da Asso­ci­ação Brasileira de Bares e Restau­rantes (Abrasel), Paulo Sol­muc­ci.

O primeiro trimestre não foi bom como o setor esper­a­va, mas hou­ve recu­per­ação a par­tir de março. “Ago­ra, as empre­sas estão ani­madas para o Dia das Mães. Qua­tro em cada cin­co empresários estão esperan­do um ano mel­hor do que no ano pas­sa­do. A maio­r­ia, ou seja, 60%, já acham que o cresci­men­to vai ser aci­ma de 20% em relação a igual data comem­o­ra­ti­va de 2023. A tur­ma está bem ani­ma­da com o Dia das Mães. As con­se­quên­cias dis­so são muito pos­i­ti­vas. Reduz a situ­ação dura que está todo mun­do enfrentan­do”, disse Sol­muc­ci.

Como o movi­men­to esper­a­do é muito aci­ma do nor­mal, há aumen­to de con­tratações pelos esta­b­elec­i­men­tos. O pres­i­dente da Abrasel expli­cou que crescer o movi­men­to sobre um domin­go nor­mal sig­nifi­ca dobrar o fat­u­ra­men­to. De acor­do com pesquisa divul­ga­da nes­ta sex­ta-feira (3) pela Abrasel e real­iza­da com 3.069 empresários, entre os dias 22 e 29 de abril, 77% dos esta­b­elec­i­men­tos estão plane­jan­do abrir as por­tas no segun­do domin­go de maio (12). Dess­es, 78% esper­am super­ar o fat­u­ra­men­to do ano ante­ri­or, com a maio­r­ia (62%) pro­je­tan­do aumen­to de até 20%. “Está todo mun­do queren­do aproveitar esse dia, que é muito espe­cial”, comen­tou Paulo Sol­muc­ci.

Recuperação

A sondagem com­pro­va a recu­per­ação grad­ual do setor, que exper­i­men­tou redução nos pre­juí­zos e mel­ho­ria nas ven­das, no últi­mo mês de março. Em fevereiro, eram 31% das empre­sas operan­do no ver­mel­ho; em março, esse índice caiu para 25%. Tiver­am lucro 35% e 40% man­tiver­am-se equi­li­bradas. O indi­cador de empre­sas que não fiz­er­am lucro caiu de 69% para 65%. “O mel­hor é que caiu mais naque­les que estavam ten­do pre­juí­zo”, disse Sol­muc­ci. O aumen­to nas ven­das foi de 5,2% em março, em com­para­ção a fevereiro: 52% das empre­sas con­fir­maram que o fat­u­ra­men­to foi maior que no mês ante­ri­or, con­tra 22% que afir­maram que as ven­das caíram.

O pres­i­dente da Abrasel afir­mou que o setor de bares e restau­rantes tem difi­cul­dade de repas­sar preços da inflação “até porque o con­sum­i­dor tam­bém está aper­ta­do”. De acor­do com a pesquisa, cer­ca de 57% dos entre­vis­ta­dos não con­seguiram acom­pan­har o aumen­to infla­cionário, que foi 1,42% no primeiro trimestre deste ano. Desse total, 40% não con­seguiram rea­jus­tar seus preços de cardá­pio, 17% fiz­er­am ajustes abaixo da inflação, 34% con­seguiram aumen­tar os preços con­forme a inflação e ape­nas 9% ajus­taram aci­ma do índice.

O setor reg­istrou no perío­do um dos maiores aumen­tos de salários em ter­mos reais, isto é, descon­ta­da a inflação, da ordem de 4,7%. “O setor teve que aumen­tar os salários em ter­mos reais para atrair mão de obra e reter, ao mes­mo tem­po que a gente está ten­do difi­cul­dade em repas­sar o preço para o con­sum­i­dor. Por isso, as mar­gens (de lucro) estão espre­men­do”, expli­cou.

Desafio

O grande desafio, segun­do man­i­festou o pres­i­dente da Abrasel, diz respeito à mão de obra. “Está muito difí­cil. Nós pro­move­mos um dos maiores aumen­tos de salário no país, no ano pas­sa­do, e tive­mos aumen­to de ali­men­tos forte no iní­cio deste ano, além de uma difi­cul­dade enorme de repas­sar a inflação média para o cardá­pio. Isso está com­pro­m­e­tendo a rentabil­i­dade do setor, que con­tin­ua bus­can­do a luz no fim do túnel, mas está muito aper­ta­do, des­ta vez por con­ta de aumen­to real de salário”. Desta­cou que quan­do os empresários não con­seguem repas­sar a inflação e o aumen­to salar­i­al para os preços no primeiro momen­to, isso aca­ba dimin­uin­do a margem “de um setor que tem margem muito aper­ta­da”.

Para o ano, Paulo Sol­muc­ci acred­i­ta que o setor terá cresci­men­to real de 3%, que é pelo menos 50% aci­ma do que o país deve crescer. Salien­tou que a grande inter­ro­gação dos empresários é con­seguir repas­sar o aumen­to de preços diante da pressão dos ali­men­tos e do cus­to de mão de obra. Sob o pon­to de vista do fat­u­ra­men­to, reafir­mou o otimis­mo do setor. “O pior momen­to já pas­sou”.

O endi­vi­da­men­to, entre­tan­to, con­tin­ua em pata­mar ele­va­do, com 40% das empre­sas apre­sen­tan­do paga­men­tos em atra­so. Entre ess­es, 68% devem impos­tos fed­erais, 46% devem impos­tos estad­u­ais, 38% têm parce­las de emprés­ti­mos bancários em atra­so, 29% devem encar­gos tra­bal­his­tas ou prev­i­den­ciários e 27% estão em débito com serviços públi­cos como água, gás ou ener­gia elétri­ca.

Edição: Valéria Aguiar

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