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Dois celulares são roubados ou furtados por minuto no Brasil

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Aparelhos são porta de entrada para outros crimes como golpes virtuais


Publicado em 18/07/2024 — 10:05 Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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No Brasil, quase dois celu­lares são rou­ba­dos ou fur­ta­dos por min­u­to. Quase um mil­hão de ocor­rên­cias foram reg­istradas em del­e­ga­cias de todo o país em 2023. Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segu­rança Públi­ca, divul­ga­do nes­ta quin­ta-feira (18), pelo Fórum Brasileiro de Segu­rança Públi­ca.

Os dados mostram que, pela primeira vez, o número de fur­tos, ou seja, a sub­tração dos apar­el­hos sem o uso da vio­lên­cia, super­ou o de rou­bos de apar­el­hos, com 494.295 con­tra 442.999 casos, respec­ti­va­mente, ao lon­go de 2023. No total, foram 937.294 ocor­rên­cias nas del­e­ga­cias brasileiras.

Ape­sar de serem altos, em relação a 2022, os números de rou­bos e fur­tos de celu­lares, em ter­mos globais, apre­sen­taram redução de 4,7%. Segun­do o Fórum Brasileiro de Segu­rança Públi­ca, o número de ocor­rên­cias mostra a cen­tral­i­dade que tais apar­el­hos ocu­pam na nova dinâmi­ca dos crimes pat­ri­mo­ni­ais. Os celu­lares se con­sol­i­dam como por­ta de entra­da fre­quente para out­ras modal­i­dades deli­tu­osas em ascen­são, como este­lion­atos e golpes vir­tu­ais.

A mar­ca mais visa­da pelos crim­i­nosos foi a Sam­sung, com 37,4% dos casos, segui­da pela Apple, com 25%, e pela Motoro­la, com 23,1%. Emb­o­ra respon­dam por ape­nas 10% do mer­ca­do nacional, os iPhones rep­re­sen­tam uma em cada qua­tro sub­trações de apar­el­hos. O Fórum ressalta que quan­do se aten­ta a pro­porções, é pos­sív­el diz­er que os usuários da Apple cor­rem mais riscos na com­para­ção com aque­les que uti­lizam tele­fones de out­ras mar­cas.

Segun­do a pub­li­cação, em 78% das ocor­rên­cias, os crim­i­nosos optaram por vias públi­cas. Os casos são mais fre­quentes em dias de sem­ana, em espe­cial entre segun­das e sex­tas-feiras, com prevalên­cia entre 5h e 7h da man­hã e o perío­do entre 18h e 22h – horários em que, geral­mente, a pop­u­lação está em deslo­ca­men­to nas grandes metrópoles, indo ao tra­bal­ho ou voltan­do para casa.

No caso dos fur­tos, as vias públi­cas respon­der­am por 44% dos reg­istros, seguidas dos esta­b­elec­i­men­tos comerciais/financeiros e residên­cias, com 14% e 13% das ocor­rên­cias, respec­ti­va­mente. Ao con­trário dos rou­bos, os fur­tos de celu­lares são mais comuns nos finais de sem­ana, que con­cen­tram 35% dos casos. Nes­sa cat­e­go­ria, os crim­i­nosos escol­hem horários com movi­men­to reduzi­do nas cidades, prin­ci­pal­mente entre 10h e 11h e a par­tir do meio da tarde, por vol­ta das 15h, até 20h.

De acor­do com o anuário, as cidades com as maiores taxas de roubo e fur­to de celu­lares são: Man­aus, com 2.096,3 casos a cada 100 mil habi­tantes; Teresina, com 1.866; São Paulo, com 1781,6; Sal­vador, com 1.716,6; e Lau­ro de Fre­itas (BA), com 1.695,8. A taxa do Brasil é de 461,5 ocor­rên­cias reg­istradas para cada 100 mil habi­tantes. Entre as 50 cidades com maiores taxas de roubo e de fur­to de celu­lar, 15 estão local­izadas no esta­do de São Paulo.

Um golpe a cada 16 segundos

A pub­li­cação mostra ain­da que os rou­bos de rua ced­er­am lugar a este­lion­atos quan­do se obser­va o quadro de prefer­ên­cias crim­i­nais con­tem­porâneas. Hou­ve um total de 1.965.353 reg­istros de este­lion­atos no ano pas­sa­do, ou seja, um golpe a cada 16 segun­dos. O cresci­men­to, em relação a 2022, foi de 8,2%. Em relação a 2018 hou­ve alta de 360%.

Por out­ro lado, hou­ve que­da, entre 2022 e 2023, em seis difer­entes modal­i­dades de rou­bos: a esta­b­elec­i­men­tos com­er­ci­ais (18,8%); a residên­cias (17,3%); a transe­untes (13,8%); de car­gas (13,2%); de veícu­los (12,4%); e de celu­lares (10,1%).

“A gente está ten­do uma mudança de par­a­dig­ma na crim­i­nal­i­dade pat­ri­mo­ni­al no Brasil e isso tem, evi­den­te­mente, bas­tante relação com os celu­lares, que acabam sendo a por­ta de entra­da para esse mun­do híbri­do que a gente vive, com a dig­i­tal­iza­ção das finanças, com a uti­liza­ção das redes soci­ais”, diz o coor­de­nador de pro­je­tos do Fórum Brasileiro de Segu­rança Públi­ca, David Mar­ques.

“O celu­lar tem o seu val­or pelo apar­el­ho, pelo seu val­or de uso, mas tam­bém pelo que o celu­lar dá aces­so, que são as infor­mações pes­soais, são as infor­mações bancárias, são as redes soci­ais das pes­soas. Então, esse é um fenô­meno que já vin­ha em cur­so, mas ele se apro­fun­dou, se aceler­ou bas­tante a par­tir do con­tex­to da pan­demia e que segue aí chaman­do atenção enquan­to uma mudança real­mente de par­a­dig­ma na dinâmi­ca crim­i­nal dos crimes pat­ri­mo­ni­ais”.

O Anuário Brasileiro de Segu­rança Públi­ca é basea­do em infor­mações forneci­das pelos gov­er­nos estad­u­ais, pelo Tesouro Nacional, pelas polí­cias civ­il, mil­i­tar e fed­er­al, entre out­ras fontes ofi­ci­ais da Segu­rança Públi­ca.

Edição: Denise Griesinger

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