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Dos terreiros às avenidas: hoje é dia do samba

Repro­dução:© Fer­nan­do Frazão/Agência Brrsil

TV Brasil traz especial sobre o mais brasileiro dos ritmos


Pub­li­ca­do em 02/12/2023 — 13:01 Por EBC — Brasília

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Neste sába­do (2), é cel­e­bra­do o Dia Nacional do Sam­ba. A data surgiu por ini­cia­ti­va de um vereador baiano para hom­e­nagear o com­pos­i­tor mineiro, autor do suces­so “Na Baixa do Sap­ateiro”, pela primeira visi­ta a Sal­vador. Depois, a data pas­sou a ser comem­o­ra­da em todo o país.

Dos batuques africanos às rodas de sam­ba como con­hece­mos hoje, muitos foram os ele­men­tos incor­po­ra­dos nes­sa tra­jetória, que tem como um dos mar­cos impor­tantes a casa da famosa baiana Tia Cia­ta ou Hilária Batista de Almei­da. A yalorixá reu­nia de sam­bis­tas a políti­cos em seu quin­tal para faz­er sam­ba, sem­pre depois das fes­tas para os orixás. Ali, no coração do ter­ritório que ficaria con­heci­do como Peque­na África, na região cen­tral do Rio de Janeiro, nasce­ria o primeiro sam­ba a ser grava­do, Pelo Tele­fone, do com­pos­i­tor Don­ga.

Até então o sam­ba tin­ha um rit­mo mais próx­i­mo do max­ixe e foi aí que, por vol­ta dos anos 1920, uma tur­ma do bair­ro do Está­cio, de acor­do com os his­to­ri­adores, viu uma opor­tu­nidade de cri­ar uma esco­la de sam­ba. E foi assim que nasceu a Deixa Falar, uma esco­la que nun­ca des­filou.

Mas esse grupo, for­ma­do por fig­uras como Mano Elói, Ismael Sil­va e Bide, fez tam­bém sam­bas de suces­so, que atrav­es­saram ger­ações e con­tin­u­am sendo can­ta­dos até hoje nas rodas espal­hadas pelo Brasil.

Nascido nos terreiros

Em tese de doutora­do sobre a relação do sam­ba, espir­i­tu­al­i­dade e mul­heres de axé, a pesquisado­ra e jor­nal­ista Maíra de Deus Brito, ressalta que o sam­ba nasceu den­tro dos ter­reiros, gan­han­do out­ras nuances quan­do chega ao Rio de Janeiro.

“Quan­do Tia Cia­ta, Tia Per­cil­iana, entre out­ras, saem da Bahia, da região do Recôn­ca­vo Baiano, e vão para o Rio de Janeiro, ali, vai ser desen­volvi­do out­ro sam­ba, que é um sam­ba urbano, o sam­ba car­i­o­ca, com temáti­cas não sagradas”, disse em entre­vista à apre­sen­ta­do­ra Ana Pimen­ta, no pro­gra­ma Mosaico, das rádios nacionais da Amazô­nia e do Alto Solimões, da Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC).

Emb­o­ra des­de o iní­cio ten­ham sido pro­tag­o­nistas na história do sam­ba – apon­tadas como respon­sáveis pelos primeiros sam­bis­tas car­i­o­cas – as mul­heres ain­da bus­cam recon­hec­i­men­to. Na luta por um espaço mais democráti­co, em 2018, surgiu o primeiro Encon­tro Nacional de Mul­heres na Roda de Sam­ba. A cada even­to, as sam­bis­tas começam a tocar simul­tane­a­mente em diver­sas partes do Brasil e do mun­do.

Cada canto, um samba

A pesquisado­ra ressalta ain­da que em cada região do país o sam­ba é influ­en­ci­a­do por out­ros rit­mos e val­ores cul­tur­ais locais. No Norte, por exem­p­lo, aprox­i­ma-se da influên­cia cariben­ha.

Em 2007, o Insti­tu­to Históri­co e Artís­ti­co Nacional (Iphan) recon­heceu três gêneros do sam­ba car­i­o­ca como patrimônio cul­tur­al: rodas que can­tam par­tido-alto, sam­ba de ter­reiro e sam­ba enre­do.

“O sam­ba não morre, porque está sem­pre se rein­ven­tan­do”, desta­ca a pesquisado­ra.

Na cap­i­tal flu­mi­nense, as segun­das-feiras são mar­cadas pelo Sam­ba do Tra­bal­hador, coman­da­do por Moa­cyr Luz, que lota o Clube Renascença, casa refer­ên­cia da resistên­cia negra na cidade. Uma das rodas mais dis­putadas, recebe tan­to tur­is­tas como fre­quen­ta­dores assí­du­os, que can­tam o repertório de cor, inde­pen­den­te­mente se faz ou não suces­so no rádio.

Oswal­do Cruz é um redu­to históri­co de grandes sam­bis­tas, como Monar­co, Man­a­ceia e Seu Mijin­ha. O bair­ro, for­ma­do pela pop­u­lação negra expul­sa do cen­tro com as refor­mas urbanas, tem nele a Feira das Yabás, que res­ga­ta a cul­tura do sam­ba no quin­tal, típi­co dos sub­úr­bios car­i­o­cas. O even­to, que cel­e­bra a cul­tura afro-brasileira, une músi­ca e comi­das típi­cas feitas por matri­ar­cas do sam­ba, como Tia Suri­ca.

Caminhos da Reportagem

Para mar­car o dia do sam­ba, o pro­gra­ma Cam­in­hos da Reportagem, da TV Brasil, apre­sen­ta reportagem sobre o sam­ba na pal­ma da mão, do tam­bor ances­tral, da espon­tanei­dade e do impro­vi­so, que man­tém seu espaço mes­mo diante da profis­sion­al­iza­ção e do grande suces­so com­er­cial do Car­naval.

O pro­gra­ma vai ao neste domin­go (3), às 22h, na TV Brasil.

Edição: Marce­lo Brandão

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