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Edifício A Noite, no RJ, é vendido e será transformado em residencial

Repro­dução: © Beth Santos/Prefeitura RJ

Prédio histórico recebeu a Rádio Nacional por mais de 80 anos


Pub­li­ca­do em 25/07/2023 — 23:00 Por Dou­glas Cor­rêa — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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A prefeitu­ra do Rio de Janeiro anun­ciou, nes­ta terça-feira (25), a ven­da do Edifí­cio Joseph Gire, de 22 andares, con­heci­do como A Noite, que abrigou a Rádio Nacional do Rio e o Insti­tu­to Nacional de Pro­priedade Indus­tri­al (INPI). O com­prador, um investi­dor pri­va­do, trans­for­mará o pré­dio em um res­i­den­cial com 447 unidades e, ain­da, três lojas no térreo.

Foram anal­isadas qua­tro pro­postas e o escol­hi­do foi o grupo QOPP Incor­po­rado­ra, que ofer­e­ceu R$36 mil­hões, além de 50% do poten­cial adi­cional ger­a­do pelas regras do Reviv­er Cen­tro – plano de recu­per­ação urbanís­ti­ca, cul­tur­al, social e econômi­ca da região cen­tral do Rio –, esti­ma­do em mais de R$ 24 mil­hões.

Em frente à Baía de Gua­n­abara, o edifí­cio tem uma vista priv­i­le­gia­da de toda a cidade e de lá se avista o Dedo de Deus, pico local­iza­do em Teresópo­lis, na região ser­rana do Rio. Nos últi­mos anos, no entan­to, o edifí­cio esta­va em situ­ação de aban­dono.

Edifício histórico

Nos áure­os tem­pos do rádio, o pré­dio abrigou a par­tir de 1936 a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que ocu­pa­va os 4 últi­mos andares do edifí­cio. Pelos corre­dores dos qua­tro andares ocu­pa­dos pela emis­so­ra, pas­saram grandes artis­tas da cul­tura pop­u­lar brasileira, como Emil­in­ha Bor­ba, Mar­lene, Dal­va de Oliveira, Luiz Gon­za­ga, Cau­by Peixo­to, Elizeth Car­doso. Entre tan­tos out­ros.

Os pro­gra­mas de auditório com César de Alen­car e Paulo Gracin­do, as nov­e­las que mar­caram época e par­avam o Brasil, a exem­p­lo do Repórter Esso, o primeiro jor­nal radiofôni­co, com qua­tro edições diárias na voz mar­cante de Heron Domingues. O slo­gan era “Aqui fala o Repórter Esso, teste­munha ocu­lar da história”. A Rádio Nacional per­maneceu operan­do no A Noite até 2012, quan­do des­ocupou o imóv­el para a real­iza­ção de refor­mas.

Antes, o edifí­cio era endereço do Jor­nal A Noite e tam­bém do Insti­tu­to Nacional da Pro­priedade Indus­tri­al (INPI). O primeiro arran­ha-céu do país foi con­struí­do com óleo de baleia e sobre rochas.

Durante a Segun­da Guer­ra, o últi­mo andar fun­ciona­va como um pos­to de obser­vação da Mar­in­ha, com dois fun­cionários que se revezavam e, através de um binócu­lo potente, vigiavam a pos­sív­el entra­da de embar­cações inimi­gas do mar aber­to para a Baía de Gua­n­abara.

O pré­dio foi tomba­do em 2013 pelo Insti­tu­to do Patrimônio Históri­co e Artís­ti­co Nacional (Iphan) pelas suas car­ac­terís­ti­cas arquitetôni­cas e históri­c­as e se tornou ícone da região por­tuária da cidade.

Projeto

O pro­je­to pre­vê ain­da aces­so públi­co ao ter­raço, em um futuro restau­rante com vista para a Praça Mauá, e um cen­tro cul­tur­al da Rádio Nacional. As obras têm pre­visão de iní­cio no segun­do semes­tre de 2024.

A nego­ci­ação é um mar­co na revi­tal­iza­ção da região cen­tral do Rio. O pré­dio é um ícone da cidade na Praça Mauá, coração do Por­to Mar­avil­ha, ao lado do Cen­tro. O entorno já revi­tal­iza­do pelas obras do Por­to deve gan­har ain­da mais poten­cial com a ven­da do edifí­cio, que fica em endereço priv­i­le­gia­do, em frente ao museu mais vis­i­ta­do do Brasil e sím­bo­lo da ren­o­vação da área: o Museu do Aman­hã.

Arquite­tos respon­sáveis pelo novo pro­je­to do Edifí­cio A Noite, Duda Por­to e André Alvaren­ga ressaltaram que o maior desafio dessa ini­cia­ti­va foi res­gatar toda a história do pré­dio. “Era inevitáv­el pro­por­cionar isso aos car­i­o­cas e aos tur­is­tas que visi­tam o Rio, essa vista per­fei­ta. Partin­do desse princí­pio, nos andares supe­ri­ores ter­e­mos um restau­rante para que a gente pos­sa ter a pre­sença do públi­co. Haverá um ele­vador próprio. Vai traz­er movi­men­to e vida ao empreendi­men­to”, disse Duda Por­to.

Edição: Marce­lo Brandão

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