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Em 5 anos, 85 mil brasileiros fizeram cirurgia para tratar glaucoma

Repro­dução: © Tony Winston/Agência Saúde

Doença é maior causa de cegueira irreversível no mundo


Publicado em 20/06/2024 — 10:56 Por Paula Laboissière — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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Entre 2019 e 2023, cer­ca de 85 mil brasileiros pas­saram pela cirur­gia de glau­co­ma. De acor­do com o Con­sel­ho Brasileiro de Oftal­molo­gia (CBO), ape­nas no ano pas­sa­do, foram real­izadas 20.248 cirur­gias de glau­co­ma – uma média de 55 oper­ações por dia. Os esta­dos que mais realizaram o pro­ced­i­men­to foram São Paulo (18.545), Pará (15.230), Per­nam­bu­co (8.847), Rio de Janeiro (8.809) e Minas Gerais (8.657).

Na últi­ma segun­da-feira (20), o can­tor Mar­rone pas­sou por um pro­ced­i­men­to de emergên­cia após ser diag­nos­ti­ca­do com está­gio avança­do da doença em ambos os olhos.

O Con­sel­ho Brasileiro de Oftal­molo­gia desta­ca que a maior parte dos pacientes diag­nos­ti­ca­dos com glau­co­ma con­segue esta­bi­lizar o quadro por meio do uso de med­icações no for­ma­to de colírio. Em alguns casos, entre­tan­to, a cirur­gia pas­sa a ser a opção indi­ca­da para tratar a doença, con­sid­er­a­da a maior causa de cegueira irre­ver­sív­el no mun­do.

Difer­entes méto­dos para diag­nós­ti­co e trata­men­to, segun­do o con­sel­ho, estão disponíveis, inclu­sive pelo Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS). “Isso tem aju­da­do a reduzir sig­ni­fica­ti­va­mente as chances de pacientes desen­volverem quadros graves, com per­da de visão irre­ver­sív­el”, reforçou. A cirur­gia tam­bém é de cober­tu­ra obri­gatória pelos planos de saúde.

A enti­dade aler­ta que a infor­mação é con­sid­er­a­da a prin­ci­pal arma con­tra o glau­co­ma, já que a doença per­manece prati­ca­mente ass­in­tomáti­ca até que os danos sejam sig­ni­fica­tivos, resul­tan­do em lesões irre­ver­síveis no ner­vo ópti­co e levan­do à per­da per­ma­nente da visão. Daí a importân­cia do diag­nós­ti­co pre­coce, por meio de con­sul­tas rotineiras com médi­co oftal­mol­o­gista.

“A detecção pre­coce e o acom­pan­hamen­to médi­co, com o mon­i­tora­men­to da pressão intraoc­u­lar; a real­iza­ção de exam­es, como campime­tria e tomo­grafia; e o uso de medica­men­tos ade­qua­dos e de trata­men­tos a laser ou cirúr­gi­cos são fun­da­men­tais para man­ter a esta­bil­i­dade da doença e pro­te­ger a visão em lon­go pra­zo.”

Fatores de risco

O aumen­to da pressão intraoc­u­lar é con­sid­er­a­do o prin­ci­pal fator de risco para o glau­co­ma, mas não o úni­co. Antecedentes famil­iares, alta miopia e alta hiper­me­tropia, segun­do o con­sel­ho, tam­bém trazem riscos. O trata­men­to, medica­men­toso ou cirúr­gi­co visa a esta­bi­lizar a doença, mas não reverte a per­da visu­al.

De acor­do com a enti­dade, esti­ma­ti­vas apon­tam que 1,5% da pop­u­lação pode ter glau­co­ma. A incidên­cia do prob­le­ma aumen­ta após os 40 anos (2%), chegan­do a mais de 6% após os 70 anos. Estu­dos demon­stram ain­da que a prevalên­cia da doença é maior em pre­tos e par­dos (3,8%) quan­do com­para­dos com bran­cos (2.1%).

Edição: Graça Adju­to

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