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Em Belo Horizonte, público prova e vota nos melhores cafés do Brasil

Repro­dução:  © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Resultado da premiação da Semana Internacional do Café sai amanhã


Pub­li­ca­do em 11/11/2021 — 10:05 Por Viní­cius Lis­boa – Repórter da Agên­cia Brasil* — Belo Hor­i­zonte

Entre as atrações que reuni­ram a maior atenção do públi­co no primeiro dia da Sem­ana Inter­na­cional do Café (SIC), que começou ontem (10) em Belo Hor­i­zonte, esta­va a chance de provar e votar nos mel­hores cafés do Brasil.

Con­cor­rem à pre­mi­ação Cof­fee of the Year (Café do Ano) 150 cafés arábi­cas, 30 cané­foras, 10 de fer­men­tação induzi­da arábi­ca e 10 de fer­men­tação induzi­da cané­fo­ra. Entre ess­es, o públi­co pode exper­i­men­tar os dez primeiros de arábi­ca, os cin­co primeiros de cané­fo­ra e três de cada tipo de fer­men­tação induzi­da, e votar nos seus preferi­dos de cada cat­e­go­ria.

Dona de uma cafe­te­ria na Ser­ra Capix­a­ba, Rober­ta Aguilar foi à SIC em bus­ca de novos sabores para seus clientes e fez questão de provar um por um. Depois da sequên­cia de mais de uma dezena de goles de café, ela já tin­ha certeza de quais eram seus preferi­dos.

“A feira serve jus­ta­mente para isso, para que a gente pos­sa provar cafés difer­entes e com­prar para servir na cafe­te­ria”, con­ta ela. “A gente brin­ca que o pal­adar não retro­cede. Quan­do você começa a se adap­tar a não colo­car mais açú­car e a usar cafés difer­entes, não tem vol­ta”.

O nutri­cionista esporti­vo Hélder San­tos tam­bém foi à feira em bus­ca de novos sabores, porém ape­nas como apre­ci­ador de café. Depois de provar todos os can­didatos em uma roda­da só, com cafés arábi­ca e de fer­men­tação induzi­da de arábi­ca, ele brin­ca que a cafeí­na esta­va nas alturas.

“Cin­co me chama­ram a atenção, ago­ra vou ten­tar escol­her. Os que eu mais gos­to são os mais encor­pa­dos, que têm mais pre­sença”, disse o apre­ci­ador.

O resul­ta­do da pre­mi­ação será divul­ga­do aman­hã (12) à noite, últi­mo dia do even­to, que acon­tece no cen­tro de con­venções Expom­i­nas.

Olfato e paladar

Além da degus­tação, a feira tem tam­bém as sessões de cup­ping, em que a exper­i­men­tação vai além do sabor e inclui sen­tir o aro­ma em várias eta­pas, des­de o pó do café. Ape­sar de esse ser um tra­bal­ho para clas­si­fi­cadores profis­sion­ais, os Q‑graders, o respon­sáv­el por orga­ni­zar o espaço de Cup­ping da feira, Alex Eduar­do, con­ta que lei­gos tam­bém podem se aven­tu­rar no proces­so.

Por segu­rança, o even­to exige teste neg­a­ti­vo de covid-19 para par­tic­i­par do cup­ping, além de ao menos uma dose da vaci­na para poder entrar na área de exposições.

A primeira eta­pa é sen­tir o aro­ma do pó de café seco. Depois, esse pó é hidrata­do, e mais uma vez é o olfa­to que entra ação. Em cada pas­so, é pre­ciso reg­is­trar quais aro­mas estão sendo recon­heci­dos, para com­pará-los com o pal­adar em segui­da, quan­do o pó decanta e o líqui­do é sep­a­ra­do para ser prova­do.

“O café tem que dar a vol­ta no céu da boca e voltar para a lín­gua, para vapor­izar e você sen­tir o gos­to e o aro­ma jun­tos, de uma só vez”, expli­ca Alex.

Para provar o café, os q‑graders usam uma col­her, da qual chu­pam o café, sem nen­hum receio de faz­er barul­ho. O som, na ver­dade, faz parte da téc­ni­ca de con­duzir o café às partes cer­tas da boca.

Como uma sessão de cup­ping pode ter dezenas de xícaras seguidas, os avali­adores lev­am ain­da um copo onde cospem o café, para que tan­ta cafeí­na não cause mal estar.

Baristas campeões

O públi­co do even­to pode apre­ciar tam­bém a arte de preparar o café, em um espaço ded­i­ca­do aos maiores baris­tas do Brasil. Em um estante que fun­ciona como uma cafe­te­ria, profis­sion­ais preparam cafés espe­ci­ais enquan­to expli­cam suas téc­ni­cas e escol­has ao públi­co.

Campeão brasileiro de baris­mo em 2020 e semi­fi­nal­ista do campe­ona­to mundi­al de baris­tas, Boram Um serviu ao públi­co o mes­mo café que o lev­ou ao títu­lo nacional. Cri­a­do em uma família de pro­du­tores de café, ele começou na profis­são quan­do abriu uma cafe­te­ria. Des­de então, ele observe uma cres­cente deman­da por baris­tas profis­sion­ais.

“O mer­ca­do brasileiro está crescen­do bas­tante, tem profis­sion­ais exce­lentes, mas ain­da fal­tam baris­tas”.

O campeão barista con­sid­era a profis­são boa para quem está começan­do a vida profis­sion­al e pode usar esse pas­so para entrar na indús­tria de cafés espe­ci­ais. Para suprir a neces­si­dade de baris­tas em suas cafe­te­rias, Boram abriu uma esco­la que treina e cer­ti­fi­ca ess­es profis­sion­ais.

“O brasileiro vai cada vez mais migrar para o café espe­cial. Hoje temos grandes mar­cas tra­bal­han­do com café espe­cial e isso traz vis­i­bil­i­dade”, avalia ele, que com­para. “Assim como na cerve­ja arte­sanal, as pes­soas começaram a com­prar o café espe­cial no mer­ca­do para provar e con­sumir algo em menor quan­ti­dade e maior qual­i­dade”.

*O repórter via­jou a con­vite da orga­ni­za­ção da Sem­ana Inter­na­cional do Café

Edição: Denise Griesinger

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