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Em entrevista, presidente Bolsonaro fala sobre desempenho do PIB

Repro­dução: © Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Presidente discutiu medidas de restrição e impactos econômicos


Pub­li­ca­do em 11/02/2022 — 21:01 Por Agên­cia Brasil — Brasília
Atu­al­iza­do em 11/02/2022 — 21:31

Em entre­vista exclu­si­va para a TV Brasil, o pres­i­dente Jair Bol­sonaro fez hoje (11) um bal­anço de ações de gov­er­no e falou sobre a nova pre­visão de cresci­men­to acu­mu­la­do do Pro­du­to Inter­no Bru­to (PIB) em 2021 divul­ga­da hoje pelo Ban­co Cen­tral (BC), que foi de 4,5%. 

O pres­i­dente atribuiu a que­da do PIB à par­al­isação de setores da econo­mia em vir­tude da pan­demia de covid-19 e às restrições de cir­cu­lação apli­cadas em todo Brasil. “Peg­amos em 2019 um Brasil com sérios prob­le­mas éti­cos, morais e econômi­cos. Tomamos muitas medi­das. Lamen­tavel­mente veio 2020 — a pan­demia. Nos endi­vi­damos na ordem de R$ 700 bil­hões para com­bat­er a pan­demia. Ter­mi­namos quase no zero a zero”, declar­ou o pres­i­dente sobre o número de vagas for­mais de tra­bal­ho.

Durante o bal­anço de ações, Bol­sonaro falou que o Brasil super­ou expec­ta­ti­vas pes­simis­tas na que­da da pro­dução inter­na. O número, entre­tan­to, ain­da foi sig­ni­fica­ti­vo e teve grande impacto na inflação e, con­se­quente­mente, nos preços. ”O mer­ca­do apos­ta­va que iríamos perder 10%. Perdemos qua­tro e pouco. É um número ruim, mas em relação ao mun­do, foi um número fan­tás­ti­co. Con­tin­u­amos tra­bal­han­do e apo­s­tan­do no livre mer­ca­do e na con­fi­ança que o mun­do tem para com o Brasil, com a nos­sa políti­ca”, expli­cou.

Sobre 2021 e os resul­ta­dos divul­ga­dos pelo BC, o pres­i­dente afir­mou que os números são ani­madores. “Ter­mi­namos 2021 com a certeza de estar­mos aci­ma de 4%. É um número fan­tás­ti­co”, acres­cen­tou.

Assista à entrevista do presidente na íntegra:

O pres­i­dente declar­ou que não acha que hou­ve par­tic­i­pação de maior ou menor destaque na recu­per­ação e cri­ação de vagas de emprego no Brasil durante o ano de 2021. Ele expli­cou que as mais de 2,7 mil­hões de novas opor­tu­nidades for­mais reg­istradas durante o perío­do podem ser atribuí­das aos esforços con­jun­tos de ativi­dades econômi­cas. “A con­strução civ­il é a que mais empre­ga e não parou. O comér­cio tam­bém. Em even­tos, tra­bal­hamos nesse setor tam­bém. Con­tin­u­amos avançan­do. Prati­ca­mente todas as ativi­dades econômi­cas se fiz­er­am pre­sentes nesse momen­to [de 2021]”, expli­cou.

Jair Bol­sonaro fez críti­cas ao que chama de “políti­ca do fique em casa, a econo­mia a gente vê depois”, e clas­si­fi­cou como “dita­to­ri­ais” as inter­venções estad­u­ais que forçaram o fechamen­to de comér­cios, negó­cios e a cir­cu­lação de pes­soas em espaços públi­cos. Bol­sonaro atribuiu o aumen­to da inflação à que­da de pro­du­tivi­dade e ao fechamen­to de peque­nas empre­sas. “Em 2021, em função da políti­ca do fique em casa e a econo­mia a gente vê depois, veio a inflação. Em espe­cial da ener­gia, com­bustíveis e gêneros ali­men­tí­cios.”

Brasil na OCDE

Con­vi­da­do pela Orga­ni­za­ção para Coop­er­ação e Desen­volvi­men­to Econômi­co (OCDE) para faz­er parte do sele­to grupo de país­es-mem­bros, o Brasil gan­hará um “selo de qual­i­dade” caso seja aprova­do, afir­mou o pres­i­dente.

Jair Bol­sonaro atribuiu o iní­cio dos esforços brasileiros para faz­er parte da orga­ni­za­ção ao gov­er­no do ex-pres­i­dente Michel Temer. “O iní­cio do namoro com a OCDE nasceu no gov­er­no Temer. Conosco, cheg­amos ao noiva­do. É uma pro­va de que o mer­ca­do acred­i­ta na gente, de que nos­sa políti­ca exter­na é muito boa. Isso facili­ta a vida do Brasil”, disse. O políti­co esti­mou que o proces­so para entra­da na orga­ni­za­ção dev­erá acon­te­cer em até qua­tro anos.

Auxílio Brasil

Auxílio Brasil, pro­gra­ma cri­a­do para sub­sti­tuir o Bol­sa Família, foi a solução artic­u­la­da pelo gov­er­no para socor­rer os cer­ca de 38 mil­hões de tra­bal­hadores infor­mais que não tin­ham dire­itos tra­bal­his­tas e nem ren­da fixa, e que foram impos­si­bil­i­ta­dos de exercer práti­cas com­er­ci­ais durante o perío­do de restrições, expli­cou o pres­i­dente.

“Quem tem salário fixo — servi­dores, mil­itares — não tem prob­le­ma. O pes­soal celetista, o gov­er­no colaborou com pro­gra­mas BEm e Pron­ampe. Os infor­mais — em torno de 38 mil­hões — foram dura­mente atingi­dos. De for­ma dita­to­r­i­al, sem pen­sar nas con­se­quên­cias, foram obri­ga­dos a ficar em casa pelos gov­er­nadores. O gov­er­no os aten­deu via auxílio emer­gen­cial”, expli­cou.

O pres­i­dente infor­mou que o mon­tante de recur­sos inje­ta­dos durante 2020 no auxílio emer­gen­cial foi equiv­a­lente a 15 anos de paga­men­tos do Bol­sa Família. Mais de 17 mil­hões de pes­soas foram ben­e­fi­ci­adas.

Privatizações

Sobre as pri­va­ti­za­ções de empre­sas estatais, Bol­sonaro afir­mou que a com­plex­i­dade buro­cráti­ca dos proces­sos é um empecil­ho para a ofer­ta de estatais a parce­rias públi­co pri­vadas ou para ven­da total das oper­ações. O pres­i­dente afir­mou, ain­da, que o preço atu­al dos com­bustíveis pode ser atribuí­do à fal­ta de pri­va­ti­za­ções necessárias no Brasil. “Temos mui­ta coisa em anda­men­to, porque é demor­a­do real­mente. O preço do com­bustív­el em parte é por con­ta dis­so. Se tivesse con­cluí­do refi­nar­ias, não pre­cis­aríamos estar impor­tan­do diesel e gasoli­na de out­ros país­es”, expli­cou.

5G e infraestrutura

Con­sid­er­a­do o prin­ci­pal avanço tec­nológi­co do gov­er­no fed­er­al, o leilão do 5G e a chega­da da quin­ta ger­ação de conec­tivi­dade móv­el no Brasil tam­bém foram cel­e­bra­dos pelo pres­i­dente, que falou sobre as van­ta­gens da chega­da de inter­net de alta veloci­dade nas esco­las brasileiras com o pro­gra­ma WiFi Brasil e a cober­tu­ra de fibra ópti­ca na Região Norte — uma das mais car­entes em conec­tivi­dade do Brasil. “Só quan­do chegar [o 5G] que a pop­u­lação vai ver o que é tec­nolo­gia. Tudo vai se faz­er pre­sente o 5G. No meio do ano, prati­ca­mente todas as cap­i­tais já terão. Nis­so tudo veio um pacotão para inter­net no Brasil todo. Temos cabos sub­mer­sos na Região Norte. Uma coisa fan­tás­ti­ca está acon­te­cen­do no Brasil”, declar­ou.

Ain­da no tópi­co de infraestru­tu­ra, Bol­sonaro comen­tou a trans­posição do Rio São Fran­cis­co, que teve mais uma eta­pa entregue nes­ta sem­ana. “A sat­is­fação e a ale­gria das pes­soas é algo inenar­ráv­el. Para nós do Cen­tro-Oeste Sud­este, do Sul, a água nun­ca se fez ausente na nos­sa vida. Lá, é uma con­stante a fal­ta d’água. Só quem olha o sem­blante do nordes­ti­no e vê ele sentin­do a água pode tam­bém sen­tir a sat­is­fação dessas pes­soas”, declar­ou.

Corrupção

O pres­i­dente falou ain­da sobre a ausên­cia de casos con­cre­tos de cor­rupção durante sua gestão, mas afir­mou que não será com­pla­cente caso sur­jam denún­cias. “Deixo claro: se acon­te­cer, a gente vai inves­ti­gar. Vence­mos mais um ano sem cor­rupção no Brasil. Coisa que no pas­sa­do eram dois ou três escân­da­los por sem­ana. Tive­mos zero ao lon­go de três anos. Isso não é vir­tude, é obri­gação”, com­ple­men­tou.

Jair Bol­sonaro tam­bém falou breve­mente sobre a tit­u­lação de ter­ras, como em Fer­nan­do de Noron­ha, e a facil­i­tação da posse de armas de fogo — que definiu como espe­cial­mente impor­tante para agricul­tores e tra­bal­hadores do cam­po, que podem defend­er suas pro­priedades con­tra inva­sores.

Estudantes, piso salarial e prova de vida

O pres­i­dente con­ver­sou ain­da sobre os anún­cios recentes da rene­go­ci­ação de dívi­das do Pro­gra­ma Nacional de Finan­cia­men­to Estu­dan­til, o Fies, e tam­bém o rea­juste do piso salar­i­al de pro­fes­sores. “São 1,7 mil­hão pro­fes­sores do ensi­no bási­co que lidam com 38 mil­hões de jovens estu­dantes. Fize­mos nos­sa parte, esper­amos que prefeitos e gov­er­nadores façam a sua e val­orizem o pro­fes­sor”, argu­men­tou.

Sobre as mudanças na pro­va de vida do Insti­tu­to Nacional de Seguro Social (INSS), Bol­sonaro criti­cou gestões pas­sadas e disse que o gov­er­no está prepara­do para localizar cadas­tros de aposen­ta­dos usan­do bases de dados de diver­sos órgãos, como o Tri­bunal Supe­ri­or Eleitoral (TSE). “Fal­tou boa von­tade por parte de quem esta­va no gov­er­no fed­er­al. A pro­va de vida não tem que ser fei­ta ape­nas com a pre­sença físi­ca da pes­soa. Se a pes­soa votou, temos lá no TSE que ela votou. Por que faz­er pro­va de vida nesse ano? Não pre­cisa faz­er.”

*Matéria atu­al­iza­da às 21h30 para acrésci­mo de infor­mações.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

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