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Endividamento das famílias bate novo recorde em julho

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Repro­dução: © Mar­cel­lo Casal Jr / Agên­cia Brasil

CNC alerta para risco do uso do crédito e inadimplência


Pub­li­ca­do em 05/08/2021 — 12:01 Por Ake­mi Nita­hara – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

O per­centu­al de famílias que relataram ter dívi­das no mês de jul­ho chegou a 71,4%, o maior pata­mar da série históri­ca, ini­ci­a­da em 2010. A alta é de 1,7 pon­to per­centu­al na com­para­ção com jun­ho e de 4 pon­tos em relação a jul­ho de 2020, o maior aumen­to anu­al ver­i­fi­ca­do des­de dezem­bro de 2019.

Os dados são da Pesquisa de Endi­vi­da­men­to e Inadim­plên­cia do Con­sum­i­dor (Peic), divul­ga­da hoje (5) pela Con­fed­er­ação Nacional do Comér­cio de Bens, Serviços e Tur­is­mo (CNC). As dívi­das incluem cheque pré-data­do, cartão de crédi­to, cheque espe­cial, carnê de loja, crédi­to consigna­do, emprés­ti­mo pes­soal, prestação de car­ro e de casa.

As famílias com dívi­das ou con­tas em atra­so chegaram a 25,6%, o ter­ceiro aumen­to segui­do. O número é 0,5 pon­to per­centu­al aci­ma do nív­el de jun­ho e 0,7 pon­to abaixo do apu­ra­do em jul­ho do ano pas­sa­do.

Já as famílias que dis­ser­am não ter condições de pagar suas dívi­das em atra­so e que vão con­tin­uar inadim­plentes aumen­tou de 10,8% para 10,9% de jun­ho para jul­ho. Na com­para­ção anu­al, hou­ve que­da de 1,1 pon­to per­centu­al.

Faixas de renda

Na análise por gru­pos de ren­da, o endi­vi­da­men­to entre as famílias que recebem até dez salários mín­i­mos aumen­tou de 70,7% para 72,6% na pas­sagem men­sal, atingin­do nova máx­i­ma históri­ca. Em jul­ho de 2020, o indi­cador esta­va em 69% das famílias. A inadim­plên­cia nes­sa faixa pas­sou de 28,1% para 28,7% e 13,1% do total dis­ser­am que vão per­manecer com as con­tas em atra­so.

No grupo que recebe mais de dez salários mín­i­mos, o endi­vi­da­men­to vem baten­do recordes men­sais des­de fevereiro. O per­centu­al pas­sou de 65,5% em jun­ho para 66,3% jul­ho, ante os 59,1% em jul­ho de 2020. A inadim­plên­cia nesse grupo de ren­da cresceu de 11,9% para 12,1% na pas­sagem men­sal e 3,5% afir­maram que não têm condições de colo­car as dívi­das em dia.

O grupo dos muito endi­vi­da­dos teve leve redução, de 14,7% em jun­ho para 14,6% em jul­ho, índice 0,9 pon­to per­centu­al abaixo de jul­ho de 2020. Na capaci­dade de paga­men­to, a parcela média da ren­da com­pro­meti­da entre as famílias endi­vi­dadas ficou em 30,5%, o maior nív­el des­de 2017, e 21,1% têm mais da metade da ren­da com­pro­meti­da com dívi­das.

Dívidas

O tem­po médio de atra­so para quitação das dívi­das ficou em 61,9 dias em jul­ho. A prin­ci­pal dívi­da das famílias é no cartão de crédi­to, modal­i­dade assi­nal­a­da por 82,7% dos endi­vi­da­dos, o maior nív­el da série históri­ca. Carnês de lojas foram indi­ca­dos por 18% das famílias, 9,8% têm dívi­das com crédi­to pes­soal e 9,7% com finan­cia­men­to da casa própria.

Inflação

Segun­do a CNA, a inflação ele­va­da tem dimin­uí­do o poder de com­pra das famílias e dete­ri­o­ra­do os orça­men­tos domés­ti­cos. “A ren­da dos con­sum­i­dores tam­bém está afe­ta­da pelas frag­ili­dades dos mer­ca­dos de tra­bal­ho for­mal e infor­mal, com o auxílio emer­gen­cial de menor val­or pago este ano. Tais fatores têm tam­bém provo­ca­do o maior uso do crédi­to no cartão”, diz o informe da pesquisa.

A enti­dade aler­ta que o cartão de crédi­to é a modal­i­dade mais difun­di­da, porém é a que ofer­ece o maior cus­to ao con­sum­i­dor quan­do se tor­na crédi­to rota­ti­vo, com parte do sal­do deve­dor rola­da para o mês seguinte.

“Emb­o­ra o crédi­to pos­sa fun­cionar como fer­ra­men­ta de recom­posição da ren­da e poten­cializar o con­sumo, com mais de 71% das famílias endi­vi­dadas, acen­deu-se um aler­ta para o uso do crédi­to e o poten­cial de cresci­men­to da inadim­plên­cia à frente. O aumen­to dos juros em cur­so no país encar­ece as dívi­das, prin­ci­pal­mente na modal­i­dade mais bus­ca­da pelos endi­vi­da­dos hoje, o cartão de crédi­to”.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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