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Enem está menos conteudista e mais interpretativo, dizem professores

Repro­dução: © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Mais de 2,6 milhões de estudantes fizeram a prova neste domingo


Pub­li­ca­do em 12/11/2023 — 22:08 Por Lucas Pordeus León – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Mais de 2,6 mil­hões de estu­dantes enfrentaram, neste domin­go (12), 90 questões de ciên­cias da natureza e de matemáti­ca no segun­do dia de provas do Exame Nacional do Ensi­no Médio (Enem) de 2023. Para dois dos pro­fes­sores ouvi­dos pela Agên­cia Brasil, a pro­va deste ano foi mais inter­pre­ta­ti­va e menos con­teud­ista.  

O dire­tor de Ensi­no Médio e Avali­ações do SAS Platafor­ma de Edu­cação, Caê Lavor, avaliou que a pro­va foi mais fácil por ter cobra­do menos assun­tos téc­ni­cos.

“Caíram mais questões com con­tex­to e que tem relação com o cotid­i­ano dos alunos, então foi uma pro­va mais fácil do que nos anos ante­ri­ores, ape­sar de não tão mais fácil.”

Para Caê, nos últi­mos três anos o Enem esta­va se tor­nan­do uma pro­va mais con­teud­ista e menos inter­pre­ta­ti­va. “O aluno era cobra­do a mem­o­rizar muitas fór­mu­las, con­hecer dis­ci­plinas e temas de for­ma mais pro­fun­da, saber as exceções de algu­mas regras bem especí­fi­cas. A pro­va esta­va fican­do mais con­teud­ista e tradi­cional­ista”, anal­isou.

Para ele, neste 2023 hou­ve uma mudança em relação aos três últi­mos anos, retoman­do uma tradição do Enem, que é de ser uma pro­va mais inter­pre­ta­ti­va.

“A prin­ci­pal con­se­quên­cia do tipo de pro­va é que ela vai sele­cionar per­fis difer­entes do estu­dante que vai ingres­sar no ensi­no supe­ri­or. Uma pro­va mais inter­pre­ta­ti­va val­oriza habil­i­dades mais socioe­mo­cionais, o sen­so críti­co, a capaci­dade analíti­ca, a empa­tia. Já a pro­va mais téc­ni­ca ou con­teud­ista val­oriza mais a res­olução de prob­le­mas que pre­cisam de uma base téc­ni­ca mais ampla.”

O pro­fes­sor de quími­ca do colé­gio Mopi, Viní­cius Car­val­ho de Paula, teve a mes­ma impressão: de que as questões pri­orizaram a inter­pre­tação em vez do con­teú­do especí­fi­co das dis­ci­plinas.

“A min­ha impressão é de que a pro­va esta­va em um nív­el menos con­teud­ista, um nív­el menos difí­cil e mais inter­pre­ta­ti­va. Quem teve cal­ma e fez uma boa leitu­ra con­seguiu faz­er uma boa pro­va. Bas­ta­va o estu­dante obser­var o enun­ci­a­do da questão que ele podia ver a respos­ta den­tro do enun­ci­a­do. Pou­cas questões de cál­cu­lo. Ape­nas três questões envol­ven­do cál­cu­lo que eram mais desafi­ado­ras”, afir­mou.

Divergência

Já o pro­fes­sor de matemáti­ca Lucas Borguezan do Cur­so Enem Gra­tu­ito avaliou que o Enem man­teve a tendên­cia que ele tem obser­va­do de se tornar, cada vez mais, uma pro­va no esti­lo con­teud­ista, ape­sar de ter perce­bido a pro­va de matemáti­ca mais fácil neste ano.

“As questões foram muito bem for­mu­ladas, o que aju­da na res­olução. No primeiro dia, sim, foi mais inter­pre­ta­ti­va. Mas isso tam­bém tem relação com a própria natureza das dis­ci­plinas. No meu bal­anço de nove Enens na bagagem, estou perceben­do que o exame está cam­in­han­do para ser cada vez mais con­teud­ista, como uma tendên­cia, e com mel­hor for­mu­lação das questões.”

Edição: Denise Griesinger

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