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Entenda como a inteligência artificial pode ajudar no Enem

Repro­dução: © Arte/Agência Brasil

Ferramenta ganha cada dia mais espaço nos estudos e nas salas de aula


Pub­li­ca­do em 21/10/2023 — 18:18 Por Mar­i­ana Tokar­nia — Repórter da Agên­cia Brasil  — Rio de Janeiro

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Chat GPT, Google Bard, LuzIA são algu­mas das fer­ra­men­tas de inteligên­cia arti­fi­cial (IA) que gan­ham cada vez mais espaço no dia a dia, nos estu­dos e nas salas de aula. No preparo para o Exame Nacional do Ensi­no Médio (Enem), elas podem ser ali­adas, mas é pre­ciso tomar alguns cuida­dos e, prin­ci­pal­mente, checar as infor­mações obti­das.   

Agên­cia Brasil con­ver­sou com o pro­fes­sor do Pro­gra­ma de Pós-Grad­u­ação em Engen­haria de Sis­temas e Com­putação da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio de Janeiro (UFRJ) Cláu­dio Miceli para enten­der como fun­cionam essas fer­ra­men­tas, quais são as lim­i­tações que pos­suem e em quais situ­ações podem con­tribuir com os estu­dos para a provas do Enem.

Fer­ra­men­tas de inteligên­cia arti­fi­cial estão disponíveis para o uso de for­ma gra­tui­ta, bas­ta cri­ar uma con­ta, inserindo alguns dados pes­soais. O usuário faz per­gun­tas e as respostas apare­cem instan­ta­nea­mente na tela. Uma solução ráp­i­da e fácil. O prob­le­ma é quan­do esse mecan­is­mo dá respostas que não são ver­dadeiras. O uso dessas novas tec­nolo­gias deman­da tam­bém novas habil­i­dades de quem está na frente da tela.

“A questão é: ela não está ali para sub­sti­tuir o docente, sub­sti­tuir o pro­fes­sor, sub­sti­tui um cursin­ho ou um livro. É uma fer­ra­men­ta extra”, defende Miceli.

O pro­fes­sor com­para essas fer­ra­men­tas ao próprio Google. “O Chat GPT é o novo Google? Porque o Google, quan­do foi lança­do, a gente tam­bém teve essa dis­cussão, inclu­sive me lem­bro, eu era ado­les­cente, o Google me foi apre­sen­ta­do como uma fer­ra­men­ta de encon­trar tra­bal­ho pron­to. O Google é hoje a fer­ra­men­ta que todo mun­do usa e que é onipresente. Ela não invali­dou o nos­so con­hec­i­men­to, mas a gente apren­deu a lidar com ela. A gente ain­da tem que apren­der a lidar com o Chat GPT”, diz.

Miceli desta­ca dois gru­pos de inteligên­cia arti­fi­cial com as quais, provavel­mente, o estu­dante se depara. O primeiro é o das platafor­mas de inteligên­cia arti­fi­cial de predição e, o segun­do, das IAs gen­er­a­ti­vas, entre as quais está o Chat GPT, uma das fer­ra­men­tas mais pop­u­lares de IA, cri­a­do pela empre­sa norte-amer­i­cana Open IA.

As platafor­mas de IA pred­i­ti­vas são muito usadas em sis­temas de apren­diza­do por reforço. Um exem­p­lo é iden­ti­ficar os pon­tos fortes e os pon­tos fra­cos do estu­dante. Os alunos respon­dem questões e, a par­tir das respostas, o pro­gra­ma iden­ti­fi­ca quais as maiores difi­cul­dades. A par­tir daí, a fer­ra­men­ta pode pro­por questões que podem aju­dar o estu­dante a apren­der aque­le con­teú­do que ain­da está defasa­do. “Isso é muito comum, várias pági­nas para con­cur­so usam isso”, diz Miceli. “É um uso bem tradi­cional dessa IA e que já vem antes da IA gen­er­a­ti­va. A gente já vin­ha uti­lizan­do isso, só não era muito fal­a­do. É um uso muito legal e que fun­ciona”, diz.

IAs generativas e o Chat GPT

As IAs gen­er­a­ti­vas são mais atu­ais e vêm gan­han­do cada vez mais espaço. Essas IAs fun­cionam com grandes bases de dados e, a par­tir delas, con­stroem tex­tos usan­do a prob­a­bil­i­dade. “Dig­amos que eu per­gunte: o que é IA? Ele vai bus­car, den­tro da grande base de tex­tos, todos os tex­tos que falam de IA. Ele vai começar a con­stru­ir o tex­to assim: ‘IA é. E vai bus­car nas bases de tex­to qual a próx­i­ma palavra, qual o próx­i­mo con­jun­to de tex­to mais prováv­el a apare­cer dado esse con­jun­to de palavras-chave”, exem­pli­fi­ca, Miceli.

Como as inteligên­cias arti­fi­ci­ais bus­cam as respostas que darão aos usuários em bases de dados, essas respostas depen­derão da qual­i­dade dessas bases de dados. “Um ele­men­to de IA é tão bom quan­to os dados que ele tem. Então, quan­do a gente fala de dados enviesa­dos, quan­do a gente fala em dados incor­re­tos, se ali­men­ta a base dados com ess­es ele­men­tos, você pode ter respos­ta erra­da, com coisas que são muito atu­al­izadas”, expli­ca o pro­fes­sor. Os usuários muitas vezes não têm aces­so às bases de dados e não sabem em que as fer­ra­men­tas de IA estão se base­an­do.

Estu­dar uni­ca­mente por essas fer­ra­men­tas é, por­tan­to, arrisca­do e exige cuida­dos. “Con­fi­ar cega­mente como se fos­se o orácu­lo da ver­dade é o prob­le­ma. Mas, como guia de estu­dos, como um começo, é muito inter­es­sante”, diz Miceli. “Quan­do o aluno tra­bal­ha, ele tem que ser obri­ga­do a se con­frontar com mais de uma fonte. Isso o obri­ga sim­ples­mente a não aceitar aque­la respos­ta como a úni­ca ver­dade do uni­ver­so. A questão é jus­ta­mente isso, obri­gar o aluno a pen­sar”, acres­cen­ta.

Enem 2023

O Enem 2023 será apli­ca­do nos dias 5 e 12 de novem­bro. As notas das provas podem ser usadas para con­cor­rer a vagas no ensi­no supe­ri­or públi­co, pelo Sis­tema de Seleção Unifi­ca­da (Sisu), a bol­sas de estu­do em insti­tu­ições pri­vadas de ensi­no supe­ri­or pelo Pro­gra­ma Uni­ver­si­dade para Todos (ProUni) e a finan­cia­men­tos do Fun­do de Finan­cia­men­to Estu­dan­til (Fies). Além de aplicar para vagas em insti­tu­ições estrangeiras que têm con­vênio com o Inep.

Edição: Aline Leal

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