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Entenda: COP28 avalia ação de países contra aquecimento global

Repro­dução: © Juca Varella/Agência Brasil

Cúpula de Dubai fará revisão do que foi proposto em edições passadas


Pub­li­ca­do em 30/11/2023 — 08:02 Por Lucas Pordeus León – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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A Con­fer­ên­cia das Nações Unidas sobre Mudanças Climáti­cas de 2023 (COP28) começou nes­ta quin­ta-feira (30) em Dubai, nos Emi­ra­dos Árabes Unidos. Reunin­do rep­re­sen­tantes de cer­ca de 200 país­es e 70 mil pes­soas, o encon­tro deve apre­sen­tar, pela primeira vez, um bal­anço glob­al de como cada país está atuan­do para cumprir com o Acor­do de Paris, quan­do as nações se com­pro­m­e­ter­am a lim­i­tar o aumen­to da tem­per­atu­ra da ter­ra a 1,5º C aci­ma dos níveis pré-indus­tri­ais.  

Ou seja, pela primeira vez des­de o Acor­do de Paris, serão avali­adas as con­tribuições dos país­es para a redução do aque­c­i­men­to da ter­ra. A análise servirá de base para a COP30, em 2025, quan­do o Acor­do de Paris com­ple­tará 10 anos, e está pre­vista a adoção de novas medi­das para mit­i­gar o aque­c­i­men­to da ter­ra.

“A COP 28 faz uma revisão do que foi pro­pos­to nas edições pas­sadas e ver­i­fi­ca como cada país tem evoluí­do. Ela é uma prestação de con­tas de cada país”, expli­cou Pedro Côrtes, pro­fes­sor do Insti­tu­to de Ener­gia e Ambi­ente da Uni­ver­si­dade de São Paulo (USP). Segun­do Côrtes, os acor­dos climáti­cos não punem os país­es que não os cumprem.

“É como se fos­se um puxão de orel­ha só. Dizem: ‘vocês pode­ri­am ter reduzi­do mais e não o fiz­er­am’, e os rep­re­sen­tantes do país vão ten­tar explicar os motivos, mas o que a gente ver­i­fi­ca é que país­es como Esta­dos Unidos e Chi­na acabam não abraçan­do essas causas tan­to quan­to pode­ri­am e dev­e­ri­am”, desta­cou.

Meta

Brasília (DF) 29/11/2023 – A Diretora de Políticas Públicas e Relações Governamentais da TNC Brasil, Karen Oliveira - Entenda a COP28 Foto: Daniel Guedes/TNC Brasil /Divulgação
Repro­dução: A meta de lim­ite do aumen­to do aque­c­i­men­to glob­al poderá ser revista, diz Karen Oliveira, a dire­to­ra da TNC Brasil — Foto: Daniel Guedes/Divulgação
Out­ra expec­ta­ti­va é a da reafir­mação do com­pro­mis­so assum­i­do pelos país­es de man­ter a meta de aumen­to da tem­per­atu­ra em 1,5ºC em com­para­ção aos níveis pré-indus­tri­ais. A dire­to­ra de Políti­cas Públi­cas e Relações Gov­er­na­men­tais da TNC Brasil, Karen Oliveira, ressaltou que existe um risco de essa meta ser revista.

“Infe­liz­mente, este é um debate que está na mesa. Às vezes, os próprios tex­tos das dis­cussões sobre o cli­ma usam o ter­mo ‘pref­er­en­cial­mente’ ao citar a neces­si­dade de não pas­sar a meta de 1,5ºC. Mas nós sabe­mos que não é uma questão de prefer­ên­cia, é uma questão obri­gatória frente as con­se­quên­cias danosas das mudanças do cli­ma”, afir­mou.

Em relatório anu­al divul­ga­do no últi­mo dia 20, o Pro­gra­ma das Nações Unidas para o Meio Ambi­ente (Pnu­ma) infor­mou que o mun­do pode aumen­tar a tem­per­atu­ra em até 2,9ºC até 2100 se não hou­ver mudanças nas políti­cas atu­ais. O número é quase o dobro do lim­ite fix­a­do pelo Acor­do de Paris. O doc­u­men­to tam­bém reg­istrou aumen­to de 1,2% da emis­são de gas­es do efeito est­u­fa entre 2021 e 2022.

“É a maior quan­ti­dade jamais reg­istra­da. Sal­vo o setor do trans­porte, todos os demais setores repuser­am inteira­mente as quedas de emis­sões cau­sadas pela pan­demia de covid-19 e ago­ra já super­am os níveis de 2019”, diz a Orga­ni­za­ção das Nações Unidas (ONU).

“O mun­do está muito fora de rota para con­seguir lim­i­tar o aumen­to da tem­per­atu­ra em 1,5ºC. Então, é pre­ciso faz­er muito mais, e isso pas­sa pela elim­i­nação dos com­bustíveis fós­seis”, defend­eu a coor­de­nado­ra adjun­ta de Políti­ca Inter­na­cional do Obser­vatório do Cli­ma, Stela Her­schmann.

Stela acres­cen­tou que está em anda­men­to uma artic­u­lação para pror­rog­ar a pro­dução de com­bustíveis fós­seis por meio do uso de tec­nolo­gias que mit­igam sua uti­liza­ção, como a cap­tura de car­bono, que fil­tra os gas­es joga­dos na atmos­fera e os armazena. “São ten­ta­ti­vas dos pro­du­tores de petróleo de esten­der a vida útil de sua pro­dução. O que os cien­tis­tas do mun­do falam é que pre­cisamos reduzir de maneira drás­ti­ca as emis­sões. Não temos tem­po a perder com essas soluções tec­nológ­i­cas que não são viáveis eco­nomi­ca­mente e que não têm larga escala”, desta­cou.

Crise Climática

Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima – COP28. – Meio Ambiente; mudanças climáticas; poluição do ar; fumaça fábricas; chaminés; CO2. Foto: Ralf Vetterle/Pixabay
Repro­dução: COP28 avaliará ações con­tra aque­c­i­men­to glob­al — Ralf Vetterle/Pixabay

As emis­sões de gas­es do efeito est­u­fa, como o dióx­i­do de car­bono (CO2) e metano (CH4), são respon­sáveis pelo aque­c­i­men­to da ter­ra e impul­sion­am a atu­al crise climáti­ca, mar­ca­da por even­tos extremos, como o calor exces­si­vo, as secas pro­lon­gadas e as chu­vas muito inten­sas.

Os gas­es do efeito est­u­fa lança­dos na atmos­fera vêm aumen­tan­do des­de a Rev­olução Indus­tri­al (sécu­los 18 e 19), prin­ci­pal­mente por meio da queima de com­bustíveis fós­seis.  Esta é uma das prin­ci­pais pre­ocu­pações de cien­tis­tas, sociedades e gov­er­nos que vêm mobi­lizan­do os encon­tros sobre o cli­ma des­de a Eco de 1992, que ocor­reu no Rio de Janeiro.

No Acor­do de Paris, em 2015, 195 país­es se com­pro­m­e­ter­am a com­bat­er o aque­c­i­men­to glob­al “em bem menos de 2º C aci­ma dos níveis pré-indus­tri­ais”, bus­can­do lim­itá-lo a 1,5ºC. Já o Brasil se com­pro­m­e­teu a reduzir, até 2030, em 43% a emis­são dos gas­es do efeito est­u­fa em relação aos níveis de 2005.

Edição: Nádia Fran­co

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