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Entenda o que é o chip da beleza condenado por entidades médicas

Repro­dução: © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Implantes são prescritos como estratégia para emagrecimento


Pub­li­ca­do em 23/12/2023 — 10:03 Por Sab­ri­na Craide — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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O “alar­mante e cres­cente” uso de implantes hor­mon­ais, fre­quente­mente con­tendo esteróides anab­o­lizantes, tem sido moti­vo de pre­ocu­pação de espe­cial­is­tas em endocrinolo­gia, obesi­dade e gine­colo­gia. O dire­tor-pres­i­dente da Agên­cia Nacional de Vig­ilân­cia San­itária (Anvisa), Antônio Bar­ra Tor­res, rece­beu de sete enti­dades médi­cas um pedi­do públi­co de providên­cias quan­to ao uso indis­crim­i­na­do de implantes hor­mon­ais no Brasil. 

Chama­dos de “chip da beleza”, os implantes são pre­scritos como estraté­gia para ema­grec­i­men­to, trata­men­to da menopausa, antien­vel­hec­i­men­to, redução da gor­du­ra cor­po­ral, aumen­to da libido e da mas­sa mus­cu­lar.  Segun­do as enti­dades, eles podem con­ter inúmeras sub­stân­cias, emb­o­ra nor­mal­mente sejam com­pos­tos por testos­terona ou por gestri­nona, um prog­estágeno com efeito androgêni­co. Com­bi­nações con­tendo estra­di­ol, oxan­drolona, met­formi­na, oci­toci­na, out­ros hor­mônios e NADH tam­bém são pro­duzi­das.

Não aprova­dos pela Anvisa para uso com­er­cial e pro­dução indus­tri­al, os implantes hor­mon­ais são manip­u­la­dos, não pos­suem bula ou infor­mações ade­quadas de far­ma­cocinéti­ca, eficá­cia ou segu­rança. A exceção é o implante de etono­gestrel, chama­do de Implanon, que é aprova­do como anti­con­cep­cional.

Os médi­cos aler­tam que não existe dose segu­ra para o uso de hor­mônios para fins estéti­cos ou de per­for­mance e os efeitos colat­erais dos dis­pos­i­tivos podem ser impre­visíveis e graves, com os riscos ultra­pas­san­do qual­quer pos­sív­el bene­fí­cio.

“Casos de infar­to agu­do do miocár­dio, de trom­boem­bolis­mo e de aci­dente vas­cu­lar cere­bral vêm se tor­nan­do fre­quentes. Com­pli­cações cutâneas, hep­áti­cas, renais, mus­cu­lares e infecções estão asso­ci­adas ao uso dos implantes. Man­i­fes­tações psi­cológ­i­cas e psiquiátri­c­as, como ansiedade, agres­sivi­dade, dependên­cia, abstinên­cia e depressão são cada vez mais comuns”.

As enti­dades pedem que a Anvisa apri­more o con­t­role do uso de esteroides anab­o­lizantes e reg­u­la­mente a manip­u­lação de medica­men­tos somente pela via de admin­is­tração na qual o medica­men­to foi reg­istra­do. “Uma via difer­ente neces­si­ta de dados cien­tí­fi­cos pub­li­ca­dos de eficá­cia, segu­rança e des­fe­chos a lon­go pra­zo”.

As enti­dades que assi­nam o pedi­do são a Asso­ci­ação Brasileira para Estu­do da Obesi­dade e Sín­drome Metabóli­ca (Abeso), Sociedade Brasileira de Endocrinolo­gia e Metabolo­gia (SBEM), Fed­er­ação Brasileira das Asso­ci­ações de Gine­colo­gia e Obstetrí­cia (Febras­go), Sociedade Brasileira de Med­i­c­i­na do Exer­cí­cio e do Esporte (SBMEE), Sociedade Brasileira de Dia­betes (SBD), Sociedade Brasileira de Urolo­gia (SBU) e Sociedade Brasileira de Geri­a­tria e Geron­tolo­gia (SBGG).

A Anvisa ain­da não se man­i­festou sobre o pedi­do das enti­dades.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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