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Entenda o que é o vírus respiratório responsável por surto na China

hMPV causa infecção do trato respiratório superior, o resfriado comum

Paula Labois­sière – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 17/01/2025 — 08:00
Brasília
Brasília (DF) 16/01/2025 - Uma mulher assoando o nariz. Foto: Mojpe/Pixabay
Repro­dução: © Mojpe/Pixabay

Detec­ta­do pela primeira vez na Holan­da, em 2001, o metap­neu­movírus humano (hMPV, na sigla em inglês) é o respon­sáv­el por um sur­to recente de infecções res­pi­ratórias reg­istra­do na Chi­na ao lon­go das últi­mas sem­anas. Tra­ta-se de um dos diver­sos vírus que causam infecção do tra­to res­pi­ratório supe­ri­or, con­heci­da pop­u­lar­mente como res­fri­a­do comum. Na maio­r­ia das vezes, o hMPV deixa os pacientes lev­e­mente doentes, mas, em alguns casos, sobre­tu­do entre cri­anças e idosos, o quadro pode ser bas­tante severo.

De acor­do com a Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS), o metap­neu­movírus humano per­tence à mes­ma família do vírus sin­ci­cial res­pi­ratório (VSR), uma das prin­ci­pais infecções asso­ci­adas à bron­quio­lite, sobre­tu­do entre recém-nasci­dos e cri­anças peque­nas. Ambos se espal­ham por meio de partícu­las res­pi­ratórias infec­tadas que se espal­ham pelo ar, pas­san­do de uma pes­soa doente para out­ras. Isso sig­nifi­ca que é pos­sív­el pegar o vírus quan­do se está per­to de um paciente ou com­par­til­han­do um espaço fecha­do com ele.

Na sem­ana pas­sa­da, o Min­istério da Saúde infor­mou que acom­pan­ha “aten­ta­mente” o sur­to de metap­neu­movírus humano na Chi­na. Segun­do a pas­ta, o vírus responde por uma série de infecções res­pi­ratórias iden­ti­fi­cadas no país, sobre­tu­do entre cri­anças.

“Até o momen­to, não há aler­ta inter­na­cional emi­ti­do pela Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde, mas a vig­ilân­cia epi­demi­ológ­i­ca brasileira está em con­stante comu­ni­cação com autori­dades san­itárias da OMS e de vários país­es, incluin­do a Chi­na, para mon­i­torar a situ­ação e tro­car infor­mações relevantes”,informou o min­istério.

Con­fi­ras as prin­ci­pais per­gun­tas e respostas sobre o metap­neu­movírus humano, con­forme infor­mações divul­gadas pela OMS.

O que é o hMPV?

O metap­neu­movírus humano é um dos vírus que causa o res­fri­a­do comum (infecção do tra­to res­pi­ratório supe­ri­or). Geral­mente, deixa as pes­soas ape­nas lev­e­mente doentes, mas tam­bém pode deixar algu­mas pes­soas muito doentes. O vírus per­tence à família de vírus Pneu­moviri­dae, jun­ta­mente com o vírus sin­ci­cial res­pi­ratório (VSR). Foi iden­ti­fi­ca­do pela primeira vez em 2001 e vem se espal­han­do entre as pes­soas há muitas décadas. Atual­mente, pode ser encon­tra­do em todo o mun­do.

Como o vírus se espal­ha?

Ape­nas alguns país­es mon­i­toram e comu­ni­cam dados sobre o hMPV. Por­tan­to, não há uma com­preen­são com­ple­ta sobre como ele se espal­ha em todas as regiões e em todos os cli­mas. Estu­dos mostram que, em regiões tem­per­adas, o hMPV se espal­ha prin­ci­pal­mente no final do inver­no e na pri­mav­era, jun­to a out­ros vírus res­pi­ratórios comuns, como a gripe sazon­al e o VSR. No entan­to, o hMPV con­tin­ua a se espal­har em out­ros perío­dos, adoe­cen­do pes­soas ao lon­go de todo o ano.

Quais os sinais e sin­tomas comuns?

Geral­mente, pes­soas infec­tadas pelo hMPV apre­sen­tam sin­tomas semel­hantes aos do res­fri­a­do ou da gripe, incluin­do tosse, febre, dor de gar­gan­ta, nar­iz escor­ren­do ou entupi­do, dores no cor­po e dor de cabeça. O vírus pode deixar algu­mas pes­soas bas­tante doentes, cau­san­do infecção pul­monar (pneu­mo­nia) ou infla­mação das vias res­pi­ratórias (bron­quio­lite e bron­quite). Os sin­tomas mais graves incluem res­pi­ração ofe­gante, difi­cul­dade em res­pi­rar, dor no peito, ton­tu­ra, fadi­ga inten­sa, desidratação ou febre per­sis­tente que não mel­ho­ra mes­mo com o uso de med­icação. A ori­en­tação da OMS é que, caso o paciente apre­sente algum dos sin­tomas lis­ta­dos como graves, pro­cure ori­en­tação médi­ca.

Quem está sob maior risco?

O metap­neu­movírus humano é uma causa comum de infecções res­pi­ratórias supe­ri­ores entre bebês e cri­anças menores de 5 anos. Emb­o­ra qual­quer pes­soa pos­sa con­trair hMPV, bebês, adul­tos mais vel­hos e pes­soas com prob­le­mas de saúde como imunos­su­pressão, doença pul­monar obstru­ti­va cróni­ca (DPOC) e asma cor­rem maior risco de desen­volver quadros graves. Segun­do a OMS, devem ser toma­dos cuida­dos adi­cionais para pro­te­ger os chama­dos gru­pos de risco e tam­bém profis­sion­ais de saúde con­tra qual­quer tipo de infecção res­pi­ratória.

Como se pre­venir con­tra o vírus? Há vaci­na disponív­el?

A pre­venção con­tra a infecção pelo hMPV é fei­ta de for­ma semel­hante à pre­venção de out­ras doenças res­pi­ratórias, por meio de com ações como:

- usar más­cara em espaços lota­dos ou mal ven­ti­la­dos;

- mel­ho­rar a ven­ti­lação sem­pre que pos­sív­el (por exem­p­lo, abrindo janelas para ampli­ar o fluxo de ar);

- lavar as mãos reg­u­lar­mente, com água e sabão ou com um pro­du­to para esfre­gar as mãos à base de álcool;

- evi­tar tocar olhos, nar­iz ou boca sem antes limpar as mãos.

Man­ter o sis­tema imunológi­co forte, segun­do a OMS, tam­bém pode con­tribuir para evi­tar infecções. Isso é pos­sív­el por meio de uma dieta bal­ancea­da, da práti­ca de exer­cí­cios físi­cos de for­ma reg­u­lar e de uma boa qual­i­dade de sono.

Além dis­so, quan­do alguém está doente, pode evi­tar que out­ras pes­soas adoeçam adotan­do os seguintes cuida­dos:

- man­ter-se em casa enquan­to estiv­er se sentin­do mal;

- cobrir nar­iz e boca com lenço de papel ou com o cotovelo ao tossir ou espir­rar;

- usar más­cara facial quan­do estiv­er per­to de out­ras pes­soas;

- mel­ho­rar a ven­ti­lação do ambi­ente, sobre­tu­do em espaços com­par­til­ha­dos;

- lavar reg­u­lar­mente as mãos e desin­fec­tar super­fí­cies tocadas com fre­quên­cia.

Atual­mente, não existe nen­hu­ma vaci­na licen­ci­a­da para uti­liza­ção con­tra o hMPV.

Como fun­ciona o trata­men­to con­tra o hMPV?

Por se tratar de um dos muitos vírus que causam o res­fri­a­do comum, as pes­soas podem tratar os sin­tomas por meio do uso de medica­men­tos ven­di­dos sem recei­ta médi­ca, incluin­do remé­dios para dor, febre, nar­iz entupi­do e tosse. Além dis­so, é recomen­da­do des­cansar bas­tante e man­ter-se hidrata­do. Atual­mente, não existe nen­hum medica­men­to antivi­ral aprova­do para com­bat­er especi­fi­ca­mente a infecção pelo hMPV. O quadro da maio­r­ia dos pacientes mel­ho­ra em poucos dias. Se os sin­tomas pio­rarem, a ori­en­tação é entrar em con­ta­to com o médi­co, sendo que pes­soas que cor­rem maior risco devem con­sul­tar o médi­co mes­mo que os sin­tomas não sejam muito graves. Em um pequeno número de casos, quan­do as pes­soas pre­cisam ser hos­pi­tal­izadas, os médi­cos podem pre­cis­ar faz­er uso de oxigênio para aju­dar na recu­per­ação.

Existe algum teste capaz de iden­ti­ficar a pre­sença do hMPV?

O exame do tipo PCR é clas­si­fi­ca­do pela OMS como a maneira mais con­fiáv­el de diag­nos­ticar o hMPV, fornecen­do resul­ta­dos pre­cisos em pou­cas horas. No entan­to, os médi­cos podem não sug­erir a testagem para pes­soas com sin­tomas de res­fri­a­do ou gripe, já que não existe trata­men­to especí­fi­co para a infecção por hMPV e já que, na maio­r­ia dos casos, a doença se man­i­fes­ta de for­ma leve.

Como difer­en­ciar os diver­sos tipos de infecção res­pi­ratória, incluin­do covid-19, gripe, VSR e hMPV?

A OMS avalia como difí­cil a tare­fa de dis­tin­guir as difer­entes doenças res­pi­ratórias exis­tentes atual­mente, já que a maio­r­ia apre­sen­ta sin­tomas semel­hantes, como febre, tosse, coriza e con­gestão. No entan­to, o trata­men­to para cada uma delas pode ser difer­ente, sobre­tu­do quan­do a infecção envolve pes­soas que estão muito doentes ou que podem ter seu quadro agrava­do. Covid-19 e influen­za, por exem­p­lo, têm opções de trata­men­to antivi­ral especí­fi­cas. Os médi­cos podem uti­lizar testes de diag­nós­ti­co para iden­ti­ficar a causa da infecção antes de decidir sobre o trata­men­to a ser recomen­da­do.

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