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Entenda polêmica envolvendo boxeadora argelina na Olimpíada

Repro­dução: © REUTERS/Isabel Infantes/Proibida repro­dução

Luta com italiana levantou debate sobre gênero de Imane Khelif


Publicado em 03/08/2024 — 13:00 Por Paula Laboissière — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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A box­eado­ra argeli­na Imane Khe­lif venceu a ital­iana Angela Cari­ni nas oitavas de final da cat­e­go­ria meio-médio nas Olimpíadas de Paris após 46 segun­dos de dis­pu­ta. A ital­iana desis­tiu da luta após ser atingi­da por pelo menos dois golpes potentes no ros­to.

No entan­to, a luta acabou se tor­nan­do uma polêmi­ca den­tro dos Jogos Olímpi­cos.

O caso teve iní­cio porque Imane Khe­lif não foi aprova­da em um teste feito pela Asso­ci­ação Inter­na­cional de Boxe (AIB). De acor­do com a enti­dade, a box­eado­ra não aten­deu aos critérios de eleg­i­bil­i­dade, e por isso, não dis­putou o campe­ona­to mundi­al em 2023. A não aprovação ini­ciou um onda de ques­tion­a­men­tos sobre o gênero da atle­ta.

A AIB não infor­mou os motivos da reprovação e quais testes foram apli­ca­dos, con­forme notí­cias veic­u­ladas pela impren­sa.

A box­eado­ra teve aval do COI para dis­putar em Paris. O Comitê Olímpi­co Inter­na­cional (COI), por sua vez, ban­iu a AIB dev­i­do a questões de gov­er­nança e finanças e argu­men­ta que a atle­ta foi víti­ma de uma decisão arbi­trária da enti­dade.

O COI disse ain­da que as regras de eleg­i­bil­i­dade para os Jogos de Paris 2024 foram baseadas nas dos Jogos de Tóquio em 2021 e não podem ser alter­adas durante uma com­petição.

Hiperandrogenismo

Nas redes soci­ais, a del­e­gação da Argélia infor­mou que Imane Khe­lif tem hiperan­dro­genis­mo, condição médi­ca car­ac­ter­i­za­da por níveis exces­si­va­mente altos de andrógenos ou hor­mônios mas­culi­nos, o que teria lev­a­do à sua desclas­si­fi­cação do Mundi­al de Boxe. “Des­de esse episó­dio, Imane está em trata­men­to e as coisas voltaram ao nor­mal des­de que foi autor­iza­da pelo COI a par­tic­i­par dos Jogos Olímpi­cos de 2024”, desta­cou a del­e­gação.

De acor­do com a Asso­ci­ação Amer­i­cana de Endocri­nol­o­gis­tas Clíni­cos, hiperan­dro­genis­mo é um ter­mo usa­do para descr­ev­er alguns sinais clíni­cos pre­sentes em mul­heres. As man­i­fes­tações geral­mente são detec­tadas de acor­do com cada espe­cial­i­dade médi­ca. Um der­ma­tol­o­gista, por exem­p­lo, pode perce­ber acne, exces­so de pelos e alope­cia, enquan­to um gine­col­o­gista pode detec­tar dis­funções men­stru­ais, como amenor­reia ou ausên­cia de men­stru­ação, e dis­funções ovar­i­anas, como cis­tos e infer­til­i­dade.

Na maio­r­ia dos casos, segun­do a enti­dade, os sin­tomas não são perce­bidos até que a paciente chegue ao final da ado­lescên­cia ou mes­mo após os 20 anos. “A prin­ci­pal tare­fa do médi­co ao tratar uma paciente com sin­tomas asso­ci­a­dos ao hiperan­dro­genis­mo — por exem­p­lo, acne, hir­sutismo, des­or­dens repro­du­ti­vas e doenças metabóli­cas — deve ser deter­mi­nar a pre­sença de altos níveis de andrógenos e sua fonte”.

Testosterona

Pop­u­lar­mente con­heci­da como um hor­mônio mas­culi­no por excelên­cia, a testos­terona tam­bém pode ser encon­tra­da em mul­heres, mas em dos­es muito mais baixas. Pro­duzi­do prin­ci­pal­mente nos testícu­los, o hor­mônio tam­bém é encon­tra­do, em quan­ti­dades menores, nos ovários e nas glân­du­las adrenais de pes­soas de ambos os sex­os.

Home­ns apre­sen­tam níveis de testos­terona sig­ni­fica­ti­va­mente mais ele­va­dos quan­do com­para­dos às mul­heres. Durante a puber­dade mas­culi­na, os níveis aumen­tam con­sid­er­av­el­mente e se man­tém rel­a­ti­va­mente estáveis até a idade adul­ta. Já nas mul­heres, os níveis do hor­mônio vari­am durante o ciclo men­stru­al e ten­dem a cair com a chega­da da menopausa.

Den­tre out­ros fatores, a testos­terona é respon­sáv­el por estim­u­lar a recon­strução do teci­do mus­cu­lar, bas­tante req­ui­si­ta­do em treina­men­tos de força, como a mus­cu­lação. Con­se­quente­mente, tam­bém estim­u­la a força e a hipertrofia, ou seja, o gan­ho de mas­sa mus­cu­lar. O hor­mônio influ­en­cia ain­da car­ac­terís­ti­cas sex­u­ais secundárias mas­culi­nas, como o cresci­men­to de pelos faci­ais e cor­po­rais e a voz mais grave.

Edição: Car­oli­na Pimentel

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