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Entenda por que fogos de artifício assustam cachorros e gatos

Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Confira dicas para amenizar o sofrimento do seu bichinho de estimação


Pub­li­ca­do em 31/12/2021 — 08:20 Por Marce­lo Brandão – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

Toda vira­da de ano a história se repete: donos de cães e gatos divul­gam, em car­tazes nas ruas ou posta­gens nas redes soci­ais, a fuga de seus bich­in­hos de esti­mação, que sumi­ram assus­ta­dos durante a queima de fogos no réveil­lon. O prob­le­ma é tão grave que motivou a proibição de fogos de artifí­cio com som alto em cidades como São Paulo, Cuiabá, Cam­po Grande, Curiti­ba e Rio de Janeiro, além do Dis­tri­to Fed­er­al. A medi­da ben­e­fi­cia não só ani­mais, mas tam­bém idosos, autis­tas, bebês e enfer­mos.

Os cães têm a capaci­dade audi­ti­va maior que a dos humanos e, para eles, barul­hos aci­ma de 60 decibéis, que equiv­ale a uma con­ver­sa em tom alto, podem causar estresse físi­co e psi­cológi­co, segun­do o Con­sel­ho Fed­er­al de Med­i­c­i­na Vet­er­inária (CFMV). O ouvi­do cani­no é capaz de perce­ber uma fre­quên­cia maior de sons, se com­para­do a humanos, e podem detec­tar sons qua­tro vezes mais dis­tantes. Por esse moti­vo, a queima de fogos com barul­ho, em comem­o­rações como o réveil­lon, tor­na-se um momen­to de deses­pero para os ani­mais, sil­vestres e domés­ti­cos.

“Esse é um prob­le­ma serís­si­mo”, diz o médi­co-vet­er­inário Daniel Prates, pro­pri­etário de uma clíni­ca no Dis­tri­to Fed­er­al. “Já aten­di um cão que atrav­es­sou uma vidraça [durante a queima de fogos]. Chegou aqui cheio de cacos de vidro enfi­a­dos na região de ros­to, peito e pescoço. Por sorte não cor­tou a jugu­lar ou entrou vidro nos olhos. Tam­bém aten­di o caso de um cão que mor­reu de infar­to”, con­ta.

Além dis­so, Prates adverte sobre os riscos de fuga do ani­mal e de aci­dentes. “Já recebe­mos um cachor­ro que saiu pelo portão assus­ta­do, atrav­es­sou a rua e o car­ro pegou”. Ele recomen­da aos donos de ani­mais muito sen­síveis uma atenção espe­cial na hora da queima de fogos. “Acon­sel­ho deixá-los à von­tade per­to dos donos, que é onde eles se sen­tem mais seguros. Se forem pre­sos soz­in­hos ou deix­a­dos do lado de fora da casa pode ocor­rer aci­dentes hor­ríveis”.

Segun­do a médi­ca-vet­er­inária Kellen Oliveira, pres­i­dente da Comis­são de Bem-Estar Ani­mal do CFMV, muitos fil­hotes acabam sofren­do um “erro de socia­bi­liza­ção”, que pre­cisa ocor­rer no perío­do entre 21 a 90 dias de vida dos cães e gatos, e desen­volvem fobias, sobre­tu­do a sons altos como fogos de artifí­cio e tro­voadas.

“Para isso, alguns ani­mais devem pas­sar por um proces­so de dessen­si­bi­liza­ção ou con­tra­condi­ciona­men­to. E muitos que infe­liz­mente não pas­sam por esse proces­so podem vir a óbito por vários motivos. Aos tutores que sabem que seus ani­mais têm fobia a ruí­dos a gente pede uma atenção espe­cial ago­ra no final do ano”, ori­en­ta.

Dicas

Mes­mo com leis munic­i­pais proibindo fogos com estampi­do (sons de tiro), eles ain­da podem ser ouvi­dos em grandes comem­o­rações ou dias de final de campe­ona­to de fute­bol. Por isso, é impor­tante que as pes­soas tomem algu­mas providên­cias para aten­uar o impacto do barul­ho exces­si­vo nos seus bich­in­hos de esti­mação. “Nesse momen­to não dá para faz­er uma dessen­si­bi­liza­ção, mas a gente tem out­ras téc­ni­cas que podem ser uti­lizadas que amenizam o sofri­men­to dos ani­mais”, lem­bra Kellen Oliveira. O CNMV ofer­ece algu­mas dicas impor­tantes.

Primeiro, é impor­tante man­ter o ani­mal iden­ti­fi­ca­do, com plaquin­ha na coleira con­tendo número de tele­fone e e‑mail. Em caso de fuga do bich­in­ho, a chance de recu­perá-lo é maior.

Out­ra dica está na preparação de um ambi­ente acol­he­dor para o ani­mal. “Pre­pare o ambi­ente e acos­tume seu ani­mal a um espaço fecha­do, que abafe o som dos fogos. Pode ser um quar­to, a lavan­de­ria ou a garagem. Não deixe seu pet em sacadas, per­to de pisci­nas ou em cor­rentes”, acon­sel­ha a enti­dade. Vale lem­brar que os pás­saros cri­a­dos em gaio­las tam­bém devem ser pro­te­gi­dos.

Esse espaço deve con­ter “tocas”, como espaços debaixo da cama ou caixas de trans­porte. Essas tocas devem ter obje­tos com o cheiro do dono, prin­ci­pal­mente se os donos forem pas­sar a vira­da do ano longe de seus ani­mais. Os gatos, por sua vez, gostam de se escon­der em lugares altos, como no alto de armários ou prateleiras.

Out­ra dica do CNMV é não deixar comi­da à von­tade para seu ani­malz­in­ho. Se você ali­men­ta seu cão duas vezes por dia, o ali­mente pela man­hã nor­mal­mente e pre­pare brin­que­dos recheáveis com as comi­das preferi­das dele para fornecer próx­i­mo da hora de maior inten­si­dade dos fogos. Ossos nat­u­rais bem grandes, para evi­tar engas­ga­men­tos, podem ser opções. O obje­ti­vo é ele estar moti­va­do a se entreter com os brin­que­dos e ficar menos pre­ocu­pa­do com o barul­ho.

Caso seu ani­malz­in­ho fique muito estres­sa­do, deses­per­a­do e ten­ha con­vul­sões ou tente fugir por por­tas e janelas, uma alter­na­ti­va é usar medica­men­tos cal­mantes. Con­verse com um vet­er­inário a respeito. O impor­tante é chegar em 2022 com seus bich­in­hos de esti­mação seguros e acol­hi­dos.

Edição: Denise Griesinger

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