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Entre uma venda e outra, comerciários acompanham vitória do Brasil

Repro­dução: © Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Jogos movimentam comércio de bares e restaurantes em Brasília


Pub­li­ca­do em 28/11/2022 — 18:03 Por Marce­lo Brandão – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Em dia de jogo do Brasil, o país para, mas nem tan­to. Para servir os mil­hões de torce­dores que resolvem assi­s­tir os jogos na rua, os bares e cen­tros com­er­ci­ais ficam aber­tos. Cer­ca­dos de tele­visões e gri­taria, as ven­das não param. Com a bola rolan­do ao fun­do, cerve­jas, petis­cos e pratos saem dos bal­cões a todo momen­to para as mãos dos clientes.

Um pequeno cen­tro gas­tronômi­co e cul­tur­al na Asa Sul, em Brasília, reuniu cen­te­nas de pes­soas para assi­s­tir a seleção brasileira con­tra a Suíça, pela segun­da roda­da da fase de gru­pos da Copa do Catar. Entre os torce­dores, o óbvio. Mui­ta fes­ta, ani­mação, expec­ta­ti­va e até mes­mo um sam­ba impro­visa­do com pan­deiro e um atabaque. Atrás dos bal­cões, tam­bém havia tor­ci­da, mas divi­di­da com o tra­bal­ho.

Durante a par­ti­da, Wes­ley Dieno aten­deu vários clientes no bal­cão de um restau­rante, servin­do refeições, bebidas e chur­rasquin­ho, em um dia com muito mais ven­das que o nor­mal para uma segun­da-feira. Em meio à gri­taria da aglom­er­ação à sua frente, sua pas­sivi­dade se desta­ca­va. Num momen­to de peri­go, quan­do Richarli­son entra­va pela pon­ta dire­i­ta da área adver­sária, ele sequer se per­tur­bou. Con­tin­u­ou de cabeça baixa, pas­san­do o cartão de um cliente na máquina enquan­to a tor­ci­da se ouriça­va.

Wesley Dieno, trabalha durante o jogo Brasil x Suiça, na 506 sul.
Repro­dução: Wes­ley Dieno, tra­bal­ha durante o jogo Brasil x Suiça — Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Min­u­tos depois, quan­do Lucas Paque­tá cru­zou rasteiro na área e por pouco o camisa 9 não mar­cou na peque­na área, Wes­ley entre­ga­va um pra­to exec­u­ti­vo de coxa e sobre­coxa, ina­baláv­el ao fris­son em vol­ta. De for­ma semel­hante, Tama­ra Mar­ques, vende­do­ra de uma loja de roupas e biju­te­rias, não pare­cia muito pre­ocu­pa­da com a importân­cia de uma vitória e, com isso, uma clas­si­fi­cação ante­ci­pa­da às oitavas de final.

“Eu estou assistin­do ao jogo tam­bém, vibran­do jun­to com eles. Mas estou torcendo tran­quila”, garan­tiu Tama­ra, de den­tro da loja. Para ela, que disse ado­rar fute­bol, não há prob­le­ma em tra­bal­har durante as par­tidas, uma vez que exis­tem tele­visões por per­to.

Tamara Marques, trabalha durante o jogo Brasil x Suiça, na 506 sul.
Repro­dução: Tama­ra Mar­ques, tra­bal­ha durante o jogo Brasil x Suiça — Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Já no segun­do tem­po, quan­do a clien­tela deu uma trégua, Wes­ley pode olhar com cal­ma para o telão no momen­to em que Richarli­son quase abriu o placar após um cruza­men­to de Viní­cius Júnior. Richarli­son, inclu­sive, é o jogador preferi­do de Wes­ley, que ves­tia uma camisa da seleção por baixo do aven­tal de couro. Nas costas, o número 10, de Ney­mar, mas o nome não era do ata­cante do Paris Saint-Ger­main. Escrito à canet­inha sobre o teci­do, o nome do cen­troa­vante autor dos gols do Brasil na primeira par­ti­da.

“Meu sogro me deu a camise­ta e era a camisa 10 do Ney­mar, mas eu não que­ria a camisa do Ney­mar, aí escrevi Richarli­son”. Segun­do ele, a prefer­ên­cia foi tam­bém por questões políti­cas. Richarli­son é um atle­ta aten­to às questões soci­ais do Brasil e se nota­bi­li­zou, durante a pan­demia, por apoiar cam­pan­has a favor da vaci­na con­tra covid-19.

O golaço de Casimiro, no entan­to, descon­stru­iu a imagem de isen­to do aten­dente. Vibrou como qual­quer torce­dor que se espremia em frente às telas do local. Sor­riu e vibrou jun­to com ami­gas para­dos do lado de fora do bal­cão. Já Tama­ra con­fir­mou as primeiras impressões. Quan­do a bola final­mente venceu o goleiro da Suíça, Som­mer, ela esta­va ao celu­lar e não se comoveu com a explosão de ale­gria a cer­ca de três met­ros da sua loja. Olhou para frente, esboçou um sor­riso blasé de sat­is­fação e voltou às con­ver­sas online.

Torcedores acompanham o jogo Brasil x Suiça na 506 sul
Repro­dução: Torce­dores acom­pan­ham o jogo Brasil x Suiça — Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Mas o impor­tante mes­mo é que o gol de Casimiro garan­tiu, além da clas­si­fi­cação, um jogo mais para esquen­tar o comér­cio e as caixas reg­istrado­ras das lojas, bares e restau­rantes. Gan­ha o Brasil, gan­ham todos.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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