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Envelhecimento e pobreza são principais fatores de risco para cegueira

 

Repro­dução: Agên­cia Brasil / EBC

Estudo estima que Brasil tenha 1,5 milhão de pessoas cegas


Pub­li­ca­do em 15/06/2023 — 07:02 Por Paula Labois­sière – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Pes­soas de faixas etárias mais ele­vadas e com menor poder aquis­i­ti­vo estão mais suscetíveis a cegueira ou baixa visão, de acor­do com relatório divul­ga­do nes­ta quin­ta-feira (15) pelo Con­sel­ho Brasileiro de Oftal­molo­gia (CBO).

O doc­u­men­to, inti­t­u­la­do As Condições da Saúde Ocu­lar no Brasil 2023, faz uma radi­ografia do seg­men­to no país, toman­do como base esti­ma­ti­vas mundi­ais da prevalên­cia de doenças oftal­mológ­i­cas, somadas a dados demográ­fi­cos e socioe­conômi­cos do Brasil.

De acor­do com o estu­do, as prin­ci­pais causas de cegueira ou baixa visão incluem catara­ta, erros refrativos não cor­rigi­dos, glau­co­ma e degen­er­ação mac­u­lar rela­ciona­da à idade.

A Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS) esti­ma que 2,2 bil­hões de pes­soas têm algum tipo de defi­ciên­cia visu­al – dessas, pelo menos 1 bil­hão têm defi­ciên­cia visu­al mod­er­a­da ou grave, ou cegueira que, segun­do o con­sel­ho, pode­ria ter sido evi­ta­da, ou ain­da não foi trata­da.

A catara­ta e os erros de refração não cor­rigi­dos são as duas prin­ci­pais causas de defi­ciên­cia visu­al rever­sív­el e rep­re­sen­tam 75% de todos os tipos de defi­ciên­cia visu­al, sobre­tu­do entre gru­pos etários mais altos.

“Entre os fatores de risco para ess­es quadros, desta­ca-se o envel­hec­i­men­to da pop­u­lação, além de mudanças no esti­lo de vida e a urban­iza­ção. Tam­bém influ­en­cia esse cenário a fal­ta de aces­so a um atendi­men­to oftal­mológi­co de qual­i­dade”, ressaltou o con­sel­ho, em nota.

Brasil

O CBO desta­ca que, assim como a idade, a pobreza tam­bém con­duz à per­pet­u­ação de prob­le­mas de saúde, incluin­do a saúde ocu­lar. A esti­ma­ti­va é que o país ten­ha 1,5 mil­hão de pes­soas cegas, sendo 948,1 mil em gru­pos eco­nomi­ca­mente vul­neráveis; 857 mil na chama­da classe média; e 174 mil entre os com maior poder aquis­i­ti­vo.

“Além de ser mais recor­rente em pes­soas de menor ren­da, a defi­ciên­cia visu­al tam­bém causa maior impacto nes­sa parcela da pop­u­lação que, com a chega­da do prob­le­ma ocu­lar, sofre as con­se­quên­cias de pro­du­tivi­dade e as difi­cul­dades de aces­so às fas­es de reabil­i­tação e de edu­cação dos cegos.”

De acor­do com o relatório, os efeitos econômi­cos da defi­ciên­cia visu­al podem ser divi­di­dos em dois tipos: cus­tos dire­tos ger­a­dos pelo trata­men­to das doenças ocu­lares, incluin­do serviços médi­cos, pro­du­tos far­ma­cêu­ti­cos, pesquisa e admin­is­tração; e cus­tos indi­re­tos rela­ciona­dos à per­da de gan­hos e os gas­tos com recur­sos visuais, equipa­men­tos, refor­mas em mora­dias, reabil­i­tação, per­da de recei­ta fis­cal, além da per­cepção de dor, sofri­men­to e morte pre­matu­ra resul­tantes do prob­le­ma visu­al.

“Para se ter uma ideia da dimen­são dos números, em 2012, os cus­tos globais dire­tos com a cegueira foram esti­ma­dos em U$ 25 bil­hões, o que pode ser, no mín­i­mo, mul­ti­pli­ca­do por dois, quan­do lev­a­mos em con­ta os cus­tos indi­re­tos”, avaliou a enti­dade.

Prevenção

Den­tre as estraté­gias apon­tadas pelo doc­u­men­to para revert­er esse cenário está o con­hec­i­men­to real sobre a incidên­cia e prevalên­cia de dados sobre a saúde ocu­lar, algo clas­si­fi­ca­do como “fun­da­men­tal” para definição e plane­ja­men­to de políti­cas públi­cas especí­fi­cas.

Out­ro pon­to con­sid­er­a­do impor­tante é con­hecer o número de médi­cos oftal­mol­o­gis­tas disponíveis para coor­denar ações de pre­venção, diag­nós­ti­co e trata­men­to de prob­le­mas ocu­lares. “De posse dessa infor­mação, a gestão pode desen­volver planos de ação com a disponi­bil­i­dade de força de tra­bal­ho espe­cial­iza­da, iden­ti­f­i­can­do pos­síveis lacu­nas no atendi­men­to e pos­si­bil­i­tan­do o ajuste dos planos de recur­sos humanos”.

O relatório apon­ta ain­da a neces­si­dade de ampli­ar o aces­so a serviços oftal­mológi­cos e mon­i­torar o vol­ume de pro­ced­i­men­tos real­iza­dos. “Segun­do os espe­cial­is­tas, ao esta­b­ele­cer metas e acom­pan­har indi­cadores, é pos­sív­el traçar estraté­gias mais pre­cisas para com­bat­er a defi­ciên­cia visu­al e garan­tir o aces­so igual­itário a serviços oftal­mológi­cos de qual­i­dade em todo o mun­do.

Edição: Nádia Fran­co

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