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Especialistas mostram como prevenir a hipertensão arterial

Repro­dução: © Divulgação/SESA/Governo do Paraná

Doença mata 400 brasileiros por ano


Pub­li­ca­do em 26/04/2023 — 08:46 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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No Dia Nacional de Pre­venção e Com­bate à Hiperten­são Arte­r­i­al, cel­e­bra­do nes­ta quar­ta-feira (26), espe­cial­is­tas lem­bram que esse tipo de doença crôni­ca é silen­ciosa na fase ini­cial e não mostra sinais muito claros para levar o paciente a bus­car aju­da médi­ca. De acor­do com dados da Sociedade Brasileira de Car­di­olo­gia (SBC), a hiperten­são arte­r­i­al ou pressão alta é con­sid­er­a­da uma das prin­ci­pais causas de mortes no Brasil, com reg­istro de 400 óbitos por ano. A doença afe­ta 32% da pop­u­lação adul­ta no mun­do, o que rep­re­sen­ta mais de 1 bil­hão de pes­soas.

Em entre­vista à Agên­cia Brasil, o dire­tor cien­tí­fi­co do Depar­ta­men­to de Hiperten­são da Sociedade de Car­di­olo­gia do Esta­do de Rio de Janeiro (Socerj), Rachid Mon­tene­gro, desta­cou a importân­cia da avali­ação da pressão arte­r­i­al, em razão do caráter silen­cioso da doença, que pode traz­er com­pli­cações, entre elas infar­to, aci­dente vas­cu­lar cere­bral (AVC), doença renal. O car­di­ol­o­gista Alexan­dre Scot­ti, respon­sáv­el pelo setor no Hos­pi­tal Badim, comen­tou que o Dia Nacional de Pre­venção e Com­bate à Hiperten­são Arte­r­i­al serve de aler­ta para con­sci­en­ti­zar a sociedade sobre a importân­cia do diag­nós­ti­co e trata­men­to pre­coce da doença. Ele obser­vou que a hiperten­são con­sti­tui um dos maiores fatores de risco para doenças car­dio­vas­cu­lares. Por isso, disse ser fun­da­men­tal o paciente mon­i­torar sua condição, sem­pre aferindo a pressão e man­ten­do os exam­es pre­ven­tivos em dia.

Mon­tene­gro infor­mou que se o paciente tem a pressão nor­mal, ele deve ver­i­ficar sua pressão pelo menos uma vez por ano. É con­sid­er­a­da pressão nor­mal 12 por 8. “O critério é menor que 12 de pressão sistóli­ca (menor que 120 milímet­ros de pressão sistóli­ca) e menor que 80 de pressão diastóli­ca (pressão mín­i­ma). Quan­to mais abaixo de 120 por 80, mel­hor é”, asse­gurou o espe­cial­ista. Para Mon­tene­gro, o primeiro pas­so na pre­venção da hiperten­são arte­r­i­al é a iden­ti­fi­cação pre­coce. Alexan­dre Scot­ti chamou a atenção para o fato de que os sin­tomas ini­ci­ais da hiperten­são são dor de cabeça fre­quente, ton­turas, fal­ta de ar, pal­pi­tações e alter­ação na visão.

Hábitos

O dire­tor argu­men­tou que há uma questão genéti­ca que não se con­segue mudar. Pes­soas com pais, mães, irmãos, avós com hiperten­são têm risco aumen­ta­do. “Existe uma car­ga genéti­ca rela­ciona­da com isso”. Alexan­dre Scot­ti ori­en­tou os pacientes com históri­co famil­iar de doenças car­dio­vas­cu­lares que emb­o­ra o indi­ca­do seja procu­rar o car­di­ol­o­gista a par­tir dos 40 anos, esse grupo de pacientes neces­si­ta ini­ciar o acom­pan­hamen­to car­di­ológi­co mais cedo, a par­tir dos 30 anos.

Con­gres­so da Socerj, real­iza­do na sem­ana pas­sa­da, trouxe a questão tam­bém dos chama­dos pré-hiperten­sos, cuja pressão sistóli­ca varia entre 130 e 139 e a pressão diastóli­ca entre 85 e 89. Para pre­venir quem tem pressão nor­mal e quem tem pré-hiperten­são de desen­volver a hiperten­são, Mon­tene­gro indi­cou que existe mui­ta coisa rela­ciona­da a hábitos de vida que “podem e devem” ser mod­i­fi­ca­dos. A redução do con­sumo de sal é um deles.

“Há políti­cas muito pos­i­ti­vas do Min­istério da Saúde reduzin­do a adição de sódio nos ali­men­tos indus­tri­al­iza­dos. Então, a indi­cação é reduzir o sal na comi­da, o con­sumo de ali­men­tos indus­tri­al­iza­dos que são muito ricos em sódio, que é um agente colo­ca­do na maio­r­ia dos ali­men­tos indus­tri­al­iza­dos como con­ser­vante”, disse Mon­tene­gro.

O car­di­ol­o­gista Alexan­dre Scot­ti acres­cen­tou que, por ser a ali­men­tação uma das mais impor­tantes ali­adas no com­bate à hiperten­são, o trata­men­to da doença exige abor­dagem mul­ti­dis­ci­pli­nar. “Além do acom­pan­hamen­to com um car­di­ol­o­gista, o paciente deve ser super­vi­sion­a­do por um nutri­cionista, que vai pas­sar ori­en­tações para uma dieta ade­qua­da e bal­ancea­da”, comen­tou. Disse ain­da que, em deter­mi­na­dos casos, a aju­da psi­cológ­i­ca tam­bém é bem-vin­da e pode aux­il­iar muito no trata­men­to.

Exercícios

O dire­tor cien­tí­fi­co da Socerj lem­brou tam­bém a importân­cia da ativi­dade físi­ca como ali­a­da no com­bate à pressão alta. “Praticar pelo menos 150 min­u­tos de ativi­dade físi­ca por sem­ana, além da redução do peso, com uma dieta saudáv­el, rica em fru­tas, legumes e ver­duras, menor quan­ti­dade de carne ver­mel­ha, de gor­du­ra e sal”. Ressaltou que o con­t­role do peso reduz bas­tante a pressão arte­r­i­al e diminui a chance de a pes­soa desen­volver a hiperten­são. Out­ro ali­a­do na pre­venção dessa doença crôni­ca é não fumar, porque sub­stân­cias con­ti­das no cig­a­r­ro têm relação dire­ta com o aumen­to da pressão. “Zer­ar o con­sumo de cig­a­r­ro é muito impor­tante”. Out­ra coisa impor­tante é reduzir ao máx­i­mo o con­sumo de álcool, como medi­da de saúde car­dio­vas­cu­lar, porque tam­bém há uma relação entre o con­sumo de álcool e o desen­volvi­men­to de hiperten­são.

Rachid Mon­tene­gro desta­cou que se todos ess­es com­por­ta­men­tos forem segui­dos, eles poderão reduzir em até 30% o desen­volvi­men­to de hiperten­são. “E con­se­quente­mente, lá na frente, isso reflete em redução de morte. O cus­to dessas medi­das é muito baixo”.

Aposentado

O aposen­ta­do Paulo Alis­son, de 79 anos, foi diag­nos­ti­ca­do com pressão alta pelo car­di­ol­o­gista há oito anos, quan­do sen­tia cansaço ao subir escadas e car­regar peso. Às vezes, tin­ha um pouco de ton­tu­ra pela man­hã. “O car­di­ol­o­gista diag­nos­ti­cou que eu tin­ha pressão alta”, disse. Alli­son con­tou que sua maior difi­cul­dade é na ali­men­tação. “Sou um pouco glutão. Gos­to muito de pão, bis­coito, e ten­ho uma briga eter­na con­tra a bal­ança. Mas procuro cam­in­har bas­tante para con­tra­bal­ançar, e meu peso atual­mente é 78 qui­los. Está tudo sob con­t­role”.

A par­tir do diag­nós­ti­co médi­co, Paulo toma um remé­dio de con­t­role diari­a­mente. “Eu me sin­to per­feita­mente bem. Nun­ca mais tive nen­hum prob­le­ma. Ago­ra estou tran­qui­lo”. Recomen­dou às pes­soas que ten­ham diag­nos­ti­ca­do esse prob­le­ma que lev­em a sério, pro­curem tomar o remé­dio dire­it­in­ho, faz­er os exam­es cor­re­spon­dentes, “porque, assim, corre tudo bem”.

Edição: Graça Adju­to

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