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Estudante morto na ditadura pode entrar para livro de heróis no Rio

Edson Luís foi morto em 1968, em invasão de restaurante estudantil

Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 07/05/2025 — 08:48
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ) - Edson Luís Lima Souto foi assassinado por um soldado da PM, com um tiro no peito, em 28 de março de 1968, no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro. Foto|: Acervo da Biblioteca Nacional
Repro­dução: © Acer­vo da Bib­liote­ca Nacional

A Assem­bleia Leg­isla­ti­va do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nes­ta terça-feira (6), em segun­da dis­cussão, a inclusão do nome do estu­dante Edson Luís de Lima Souto no Livro dos Heróis e Heroí­nas do Esta­do do Rio.

A medi­da está pre­vista no Pro­je­to de Lei 606/23, de auto­ria da dep­uta­da Dani Mon­teiro (PSOL). Edson Luís foi assas­si­na­do pela polí­cia durante a ditadu­ra mil­i­tar em 1968, quan­do tin­ha ape­nas 18 anos. Nat­ur­al de Belém, no Pará, ele se mudou para o Rio de Janeiro a fim de ter­mi­nar o segun­do grau, atu­al ensi­no médio.

O estu­dante virou sím­bo­lo históri­co da resistên­cia estu­dan­til con­tra a repressão políti­ca.

“Quero ref­er­en­ciar o quan­to Edson foi um herói, pois luta­va dire­ta­mente pela democ­ra­cia, pela edu­cação e pelo dire­ito à ali­men­tação. Isso é o que nos moti­va a colo­car o seu nome no Livro de Heróis”, disse Dani Mon­teiro.

Invasão

O jovem foi assas­si­na­do em março de 1968, após poli­ci­ais mil­itares invadi­rem o Restau­rante Cen­tral dos Estu­dantes, con­heci­do como Cal­abouço, no cen­tro do Rio, onde ocor­ria uma man­i­fes­tação estu­dan­til. No mes­mo ano de seu assas­si­na­to, em dezem­bro de 1968, a ditadu­ra mil­i­tar endure­ceu o regime e decre­tou o Ato Insti­tu­cional número 5 (AI‑5), que per­mi­tiu a cas­sação de políti­cos eleitos.

Os dep­uta­dos Car­los Minc (PSB) e Luiz Paulo (PSD) são coau­tores do pro­je­to. Os dois estavam na man­i­fes­tação em que o estu­dante foi mor­to.

“Sou teste­munha ocu­lar da história deste assas­si­na­to prat­i­ca­do pela ditadu­ra. Os estu­dantes pegaram o cor­po dele e troux­er­am para onde hoje é a Câmara Munic­i­pal e eu esta­va pre­sente porque, na época, eu tam­bém fazia parte do movi­men­to estu­dan­til. Muitos foram os int­elec­tu­ais que aderi­ram a esse pro­je­to pelo assas­si­na­to de um jovem estu­dante”, disse Luiz Paulo.

Esse caso lev­ou a uma expan­são do movi­men­to estu­dan­til. “Lem­bro que o pes­soal gri­ta­va: mataram um estu­dante. E se fos­se um fil­ho seu? Isso pegou na classe média porque, de fato, ele não esta­va come­tendo crime algum e sim almoçan­do em um restau­rante”, con­tou Car­los Minc.

“O Edson lev­ou um tiro no peito e a polí­cia ten­tou tirar o cor­po dele e levar emb­o­ra para faz­er a autóp­sia e esvaziar a man­i­fes­tação. Os médi­cos Jamil Had­dad e Luiz Tenório fiz­er­am a autóp­sia no meio da man­i­fes­tação para que ninguém lev­asse o cor­po emb­o­ra”, acres­cen­tou Minc.

O tex­to segue ago­ra para o gov­er­nador Cláu­dio Cas­tro, que tem até 15 dias úteis para san­cionar ou vetar a medi­da.

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