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Estudo analisa morte por câncer associada à exposição laboral

Repro­dução: © Mateus Pereira/AGECOM/ Gov/BA

Saúde lança hoje Atlas do Câncer Relacionado ao Trabalho no Brasil


Pub­li­ca­do em 16/03/2022 — 17:53 Por Alex Rodrigues — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

Estu­do elab­o­ra­do pelo Min­istério da Saúde indi­ca que, entre 1980 e 2019, mais de 3 mil­hões de pes­soas mor­reram no Brasil por até 18 tipos de câncer que podem ter sido cau­sa­dos pela exposição a pro­du­tos, sub­stân­cias ou mis­turas pre­sentes em ambi­entes de tra­bal­ho.

Segun­do o Atlas do Câncer Rela­ciona­do ao Tra­bal­ho no Brasil, ao lon­go de 39 anos, o Sis­tema de Infor­mações Sobre Mor­tal­i­dade (SIM) reg­istrou 3.010.046 óbitos decor­rentes dess­es tipos de câncer. O resul­ta­do, segun­do a equipe téc­ni­ca, pode­ria ser menor caso mais ações tivessem sido feitas para con­tro­lar ou elim­i­nar a exposição dos tra­bal­hadores a agentes can­cerígenos.

“As ini­cia­ti­vas de pre­venção e con­t­role do câncer rela­ciona­do ao tra­bal­ho são pre­mentes para evi­tar a exposição dos tra­bal­hadores a um con­jun­to de pro­du­tos, sub­stân­cias, mis­turas ou situ­ações que pos­sam pre­dis­por ao desen­volvi­men­to da doença”, aler­tou uma das coor­de­nado­ras do estu­do, Isabel­la de Oliveira Cam­pos Miquilin.

O atlas foi lança­do hoje (16) durante o sem­i­nário Câncer Rela­ciona­do ao Tra­bal­ho – Desafios e Per­spec­ti­vas para a Estru­tu­ração da Vig­ilân­cia Nacional. ´pro­movi­do pelo min­istério. O even­to prossegue até aman­hã (17) e pode ser acom­pan­hado pelo Youtube.

Primeira versão

Para atu­alizar a primeira ver­são do atlas, pub­li­ca­da em 2018, os pesquisadores voltaram a se debruçar sobre os reg­istros nacionais de câncer de bex­i­ga, esôfa­go, estô­ma­go, fíga­do, glân­du­la tireoide. laringe, mama, mesotélio, naso­faringe, ovário, prós­ta­ta, rim e traqueia/brônquios/pulmões. Tam­bém são anal­isa­dos o sis­tema ner­voso cen­tral (incluin­do o cére­bro) e casos de leucemias, lin­fo­mas Não Hodgkin, melanomas cutâ­neos e mielo­mas múlti­p­los.

O obje­ti­vo do estu­do é con­tribuir no plane­ja­men­to e na toma­da de decisão nas ações de vig­ilân­cia em saúde do tra­bal­hador. “Com­par­til­hamos o entendi­men­to de que o tra­bal­ho é uma das mais impor­tantes cat­e­go­rias de análise para a com­preen­são dos proces­sos de con­sol­i­dação da cidada­nia e dos mod­e­los de desen­volvi­men­to esta­b­ele­ci­dos na sociedade”, disse a coor­de­nado­ra. Ela ressaltou que o câncer rela­ciona­do à exposição ocu­pa­cional é con­sid­er­a­do um “grave prob­le­ma de saúde públi­ca” em todo o mun­do, sendo uma das qua­tro prin­ci­pais causas de mortes pre­mat­uras globais.

“Segun­do as esti­ma­ti­vas globais, em 2015, cer­ca de 26% dos tra­bal­hadores víti­mas de doenças asso­ci­adas ao tra­bal­ho mor­reram em con­se­quên­cia de um tipo de câncer tam­bém rela­ciona­do ao tra­bal­ho. ”Do total de mortes em con­se­quên­cia dos 18 tipos de câncer, a pro­porção de óbitos foi 1,4 vezes maior entre os home­ns. No caso do câncer de laringe, a difer­ença chegou a ser sete vezes maior. Além dis­so, os óbitos rela­ciona­dos a ape­nas oito das 18 tipolo­gias sele­cionadas (pul­mão, mama, prós­ta­ta, estô­ma­go, esôfa­go, fíga­do, leucemia e sis­tema ner­voso cen­tral) rep­re­sen­tam mais de 80% de todos os falec­i­men­tos.”

Regiões

O atlas pro­duzi­do pelo Min­istério da Saúde tam­bém apre­sen­ta uma análise do prob­le­ma nas cin­co regiões brasileiras e infor­mações sobre ativi­dades econômi­cas, situ­ações de exposição. Há, ain­da, algu­mas recomen­dações, como a importân­cia da fis­cal­iza­ção dos proces­sos e ativi­dades com poten­cial can­cerígeno e a urgên­cia de estru­tu­ração de sis­temas de infor­mação e mon­i­tora­men­to capazes de ger­ar dados sobre os efeitos dos con­t­a­m­i­nantes ambi­en­tais na saúde humana.

“Quan­do falam­os de câncer rela­ciona­do ao tra­bal­ho, esta­mos falan­do de agentes quími­cos, físi­cos e biológi­cos que podem ser elim­i­na­dos e sub­sti­tuí­dos. Mas, no Brasil, isto con­sti­tui um prob­le­ma, uma vez que con­vive­mos com agentes que já foram ban­idos em out­ros país­es”, disse a ger­ente da Unidade Téc­ni­ca de Exposição Ocu­pa­cional, Ambi­en­tal e Câncer do Insti­tu­to Nacional de Câncer (Inca), Ubi­rani Bar­ros Otero.

A ínte­gra do Atlas do Câncer Rela­ciona­do ao Tra­bal­ho no Brasil: Análise Region­al­iza­da e Sub­sí­dios para a Vig­ilân­cia em Saúde do Tra­bal­hador está disponív­el na pági­na da Bib­liote­ca Vir­tu­al em Saúde, na inter­net.

Edição: Maria Clau­dia

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