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Estudo mostra queda na renda dos idosos durante pandemia

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© Dani­el Mel­lo / Agên­cia Bra­sil (Repro­du­ção)

Pesquisa é da Fiocruz e foi divulgada nesta quarta-feira


Publi­ca­do em 31/03/2021 — 06:30 Por Ana Cris­ti­na Cam­pos – Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Rio de Janei­ro

No Bra­sil, duran­te a pan­de­mia de covid-19, hou­ve dimi­nui­ção de ren­da em qua­se meta­de dos domi­cí­li­os dos ido­sos, prin­ci­pal­men­te entre os mais pobres, e o aumen­to de sen­ti­men­tos rela­ci­o­na­dos à soli­dão e tris­te­za, sobre­tu­do entre as mulhe­res. É o que mos­tra estu­do da Fun­da­ção Oswal­do Cruz (Fio­cruz) divul­ga­do nes­ta quar­ta-fei­ra (31).

Para inves­ti­gar as con­di­ções de vida de ido­sos duran­te a pan­de­mia, foram usa­dos dados da Pes­qui­sa de Com­por­ta­men­tos (Con­Vid), inqué­ri­to de saú­de rea­li­za­do pela Fio­cruz em par­ce­ria com a Uni­ver­si­da­de Fede­ral de Minas Gerais (UFMG) e a Uni­ver­si­da­de Esta­du­al de Cam­pi­nas (Uni­camp). A cole­ta de dados foi fei­ta por meio de um ques­ti­o­ná­rio ele­trô­ni­co, pre­en­chi­do por 9.173 pes­so­as com ida­de igual ou supe­ri­or a 60 anos, entre abril e maio de 2020.

A pes­qui­sa mos­trou que 50,5% dos ido­sos tra­ba­lha­vam antes da pan­de­mia, dos quais 42,1% sem vín­cu­lo empre­ga­tí­cio. Duran­te o perío­do ana­li­sa­do, foi regis­tra­da que­da na ren­da em 47,1% dos domi­cí­li­os, sen­do que 23,6% rela­ta­ram for­te redu­ção e até mes­mo ausên­cia de ren­da.

Entre aque­les que tra­ba­lha­vam sem car­tei­ra assi­na­da, a que­da na ren­da ocor­reu em 79,8% dos lares e a ausên­cia de ren­da em 55,3%. A dimi­nui­ção tam­bém afe­tou de for­ma mais inten­sa os que tinham ren­da per capi­ta domi­ci­li­ar menor que um salá­rio míni­mo. Ape­nas 12% cita­ram alguém do domi­cí­lio que rece­beu algum bene­fí­cio do gover­no rela­ci­o­na­do à pan­de­mia.

Segun­do a prin­ci­pal auto­ra do estu­do, Dalia Ele­na Rome­ro, a cri­se econô­mi­ca, o desem­pre­go e a per­da de ren­da já vinham ocor­ren­do antes do iní­cio da pan­de­mia no ano pas­sa­do. “A pan­de­mia veio somar os pro­ble­mas para a saú­de e o bem-estar da popu­la­ção ido­sa”.

A pes­qui­sa­do­ra des­ta­ca que a per­da de ren­da do ido­so afe­ta mui­to toda a famí­lia. Ela defen­de a ampli­a­ção do Bene­fí­cio de Pres­ta­ção Con­ti­nu­a­da (BPC), do auxí­lio emer­gen­ci­al e de pro­gra­mas de ren­da míni­ma, além de polí­ti­cas que aumen­tem a esco­la­ri­da­de e a inclu­são digi­tal, para pro­te­ger a popu­la­ção ido­sa e seus depen­den­tes da vul­ne­ra­bi­li­da­de soci­al.

Isolamento social

A pes­qui­sa mos­trou ain­da que o iso­la­men­to soci­al total ou de modo inten­so foi ado­ta­do por 87,8% dos ido­sos, enquan­to 12,2% não ade­ri­ram ou ade­ri­ram pou­co ao dis­tan­ci­a­men­to, per­cen­tu­al que atin­giu 66,6% entre os que con­ti­nu­a­ram tra­ba­lhan­do nor­mal­men­te duran­te a pan­de­mia.

Em rela­ção às con­di­ções de saú­de físi­ca, mais de 58% dos ido­sos indi­ca­ram ter pelo menos uma doen­ça crô­ni­ca não trans­mis­sí­vel, como dia­be­tes, hiper­ten­são, doen­ça res­pi­ra­tó­ria, do cora­ção e cân­cer. Se con­si­de­ra­do o taba­gis­mo, esse índi­ce sobe para 64,1%.

Para a pes­qui­sa­do­ra, a dete­ri­o­ra­ção que o Sis­te­ma Úni­co de Saú­de (SUS) sofreu nos últi­mos anos, espe­ci­al­men­te na aten­ção bási­ca de saú­de da famí­lia, cau­sou impac­to sig­ni­fi­ca­ti­vo na popu­la­ção ido­sa. Segun­do Dalia, o for­ta­le­ci­men­to da aten­ção bási­ca pou­pa­ria mui­tos recur­sos em inter­na­ções hos­pi­ta­la­res.

O estu­do reve­lou que a sen­sa­ção de tris­te­za ou depres­são recor­ren­te foi mai­or em domi­cí­li­os com menor ren­da (32,3%) e na popu­la­ção femi­ni­na (35,1%), em com­pa­ra­ção com a mas­cu­li­na. O sen­ti­men­to fre­quen­te de soli­dão pelo dis­tan­ci­a­men­to dos ami­gos e fami­li­a­res foi cita­do por meta­de dos ido­sos, sen­do mai­or entre as mulhe­res (57,8%).

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