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Estudo relata violência contra jornalistas e comunicadores na Amazônia

Repro­dução: © Arte/ Insti­tu­to Vladimir Her­zog

Em 10 anos, 230 casos foram registrados em nove estados da região


Publicado em 23/04/2024 — 09:32 Por Luciano Nascimento — Repórter da Agência Brasil — São Luís

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Aler­tar a sociedade sobre a relação de crimes con­tra o meio ambi­ente e a vio­lên­cia con­tra jor­nal­is­tas na Amazô­nia é o obje­ti­vo do estu­do Fron­teiras da Infor­mação – Relatório sobre jor­nal­is­mo e vio­lên­cia na Amazô­nia, lança­do hoje (23) pelo Insti­tu­to Vladimir Her­zog (IVH), em Belém.

O mate­r­i­al traça um panora­ma sobre a situ­ação na região amazôni­ca, pal­co de cres­cente onda de vio­lên­cia, atingin­do dire­ta­mente os profis­sion­ais de impren­sa.

Dados da Federação Nacional dos Jor­nal­is­tas (Fenaj) rev­e­lam a ocor­rên­cia de 230 casos de violência con­tra liber­dade de impren­sa nos nove esta­dos da Amazônia Legal, nos últi­mos dez anos. Segun­do a Fenaj, o Pará é o esta­do mais vio­len­to para repórteres na Amazônia, com 89 casos reg­istra­dos em uma década, segui­do por Ama­zonas (38), Mato Grosso (31) e Rondônia (20).

Um dos casos mais emblemáti­cos e que chocou o Brasil e o mun­do foi o assas­si­na­to do jor­nal­ista inglês Dom Phillips e do indi­genista Bruno Pereira, em 2022

Segun­do o coor­de­nador de Jor­nal­is­mo e Liber­dade de Expressão do Insti­tu­to Vladimir Her­zog, Giu­liano Gal­li, a morte bru­tal dos profis­sion­ais lev­ou o insti­tu­to a se debruçar com maior atenção aos casos de vio­lên­cia na região. O insti­tu­to desen­volve pro­je­tos rela­ciona­dos à pro­teção de jor­nal­is­tas em todo o país.

“Especi­fi­ca­mente, nos últi­mos anos, prin­ci­pal­mente após o assas­si­na­to do Bruno e do Dom, a gente começou a rece­ber um vol­ume de denún­cias muito maior de jor­nal­is­tas e comu­ni­cadores que atu­am na região amazôni­ca. Então, a grande moti­vação foi pro­duzir um doc­u­men­to que embasasse essa nos­sa per­cepção — de ter um número de casos maior naque­la região — para que a gente pudesse uti­lizar para um tra­bal­ho de incidên­cia jun­to a atores do Esta­do brasileiro para que pos­sa ado­tar medi­das e cri­ar políti­cas públi­cas de pro­teção aos jor­nal­is­tas e comu­ni­cadores na Amazô­nia.”, disse Gal­li à Agên­cia Brasil.

O relatório traz diver­sos relatos de casos em que a violência con­tra os profis­sion­ais aparece dire­ta­mente lig­a­da às investigações sobre crimes ambi­en­tais. Out­ro dado pre­sente no doc­u­men­to diz respeito ao fato de que, em 2022, por exem­p­lo, ano eleitoral, o reg­istro de violência con­tra jor­nal­is­tas na Amazônia mais que dobrou em relação a 2021. Foram 45 casos con­tra 20 no ano ante­ri­or, segun­do lev­an­ta­men­to da Fenaj.

“Os relatos que a gente recebe é que, especi­fi­ca­mente no Vale do Javari, a situ­ação ain­da con­tin­ua bas­tante perigosa e pouco foi feito des­de então. Então, não deixa de ser uma moti­vação para evi­tar que casos pare­ci­dos como o do Bruno e do Dom se repi­tam, não só no Vale do Javari, mas em toda a Amazô­nia e em todo o país”, acres­cen­tou Gal­li.

Para o coor­de­nador de Jor­nal­is­mo e Liber­dade de Expressão do Insti­tu­to Vladimir Her­zog, o relatório é claro ao apon­tar a relação de ativi­dades ile­gais como garim­po, min­er­ação, ocu­pação de ter­ritórios indí­ge­nas e a ausên­cia de de políti­cas públi­cas de pro­teção. Ele desta­ca ain­da que a vio­lên­cia não é sofri­da ape­nas por jor­nal­is­tas e comu­ni­cadores, mas tam­bém por defen­sores de dire­itos humanos em ger­al.

Edição: Maria Clau­dia

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