...
domingo ,23 março 2025
Home / Educação / Estudo reúne pesquisas sobre educação na pandemia

Estudo reúne pesquisas sobre educação na pandemia

image

© Divulgação/MCTIC (Repro­dução)

Suspensão de aulas presenciais mostrou uma série de desigualdades


Pub­li­ca­do em 09/02/2021 — 05:50 Por Mar­i­ana Tokar­nia — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

A pan­demia do novo coro­n­avírus teve grande impacto na edu­cação brasileira em 2020. A sus­pen­são das aulas pres­en­ci­ais nas esco­las públi­cas e par­tic­u­lares evi­den­ciou uma série de desigual­dades, deixan­do, inclu­sive, estu­dantes sem atendi­men­to. A pub­li­cação Retratos da Edu­cação no Con­tex­to da Pan­demia do Coro­n­avírus — Um olhar sobre múlti­plas desigual­dades reúne cin­co estu­dos, real­iza­dos entre maio e jul­ho de 2020, que se pro­puser­am a cole­tar dados e depoi­men­tos sobre o ensi­no no país. 

“A ideia é ter um mate­r­i­al que tra­ga as visões de difer­entes atores, como foi esse perío­do para os pro­fes­sores, como foi para os pais, como foi para os gestores, em se tratan­do de toma­da de decisão para a edu­cação. Assim, pas­sar uma visão com­ple­ta de qual foi o cenário edu­ca­cional nesse perío­do”, expli­ca o dire­tor-fun­dador do Inter­dis­ci­pli­nar­i­dade e Evidên­cias no Debate Edu­ca­cional (Iede), Ernesto Faria, um dos par­tic­i­pantes do estu­do.

A com­pi­lação pode, de acor­do com Faria, servir como sub­sí­dio para que redes de ensi­no e esco­las pos­sam se preparar mel­hor para 2021. “[A pan­demia] é um perío­do que gera várias desigual­dades. A gente pre­cisa enten­der quais desigual­dades são essas para daí poder ten­tar se ante­ci­par a alguns prob­le­mas, como a evasão dos alunos”, diz.

Uma das pesquisas que inte­gram a pub­li­cação, real­iza­da pela Fun­dação Lemann, o Itaú Social e Imag­in­able Futures, mostra que três meses depois do iní­cio da sus­pen­são das aulas pres­en­ci­ais, ain­da havia cer­ca de 4,8 mil­hões de estu­dantes, o equiv­a­lente a 18% do total de alunos do ensi­no fun­da­men­tal e do ensi­no médio da rede públi­ca, que não teri­am rece­bido nen­hum tipo de ativi­dade, nem por meios eletrôni­cos, nem impres­sos.

Além dis­so, mais de qua­tro em cada dez estu­dantes, o equiv­a­lente a 42%, não teri­am, segun­do seus famil­iares, equipa­men­tos e condições de aces­so ade­qua­dos para o con­tex­to da edu­cação não pres­en­cial. Ficaram tam­bém evi­dentes desigual­dades region­ais. Enquan­to quase sete em cada dez estu­dantes do ensi­no médio na região Sud­este tiver­am aulas online medi­adas por seus pro­fes­sores, essa pro­porção foi de pouco mais de qua­tro em cada dez nas regiões Nordeste e Sul.

Um dos grandes impactos a ser sen­ti­do ain­da este ano, de acor­do com Faria, poderá ser o aumen­to da evasão esco­lar daque­les que não seguirão estu­dan­do em 2021. Mais de um em cada qua­tro jovens do ensi­no médio já pen­sou em não voltar para a esco­la ao final do perío­do de sus­pen­são das aulas, segun­do estu­do real­iza­do pelo Con­sel­ho Nacional de Juven­tude (Con­juve) e por par­ceiros.

Com análise e tex­to de Ana Lúcia Lima, da Con­hec­i­men­to Social, inte­gram a pub­li­cação a Fun­dação Car­los Cha­gas, Fun­dação Rober­to Mar­in­ho, Fun­dação Lemann, o Itaú Social, Insti­tu­to Penín­su­la e Iede. O estu­do está disponív­el na ínte­gra na inter­net.

Edição: Graça Adju­to

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Inscrições para a Olimpíada de Matemática vão até segunda-feira

Alunos de escolas públicas e privadas podem participar da competição Mar­i­ana Tokar­nia — Repórter da …