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Estudo vê chance de recuperação de meio milhão de hectares de caatinga

Repro­dução: © Gabriel Car­val­ho/Se­tur-BA

Áreas ficam na Paraíba, Pernambuco e no Rio Grande do Norte


Publicado em 23/07/2024 — 09:25 Por Bruno Bocchini — Repórter da Agência Brasil — São Paulo

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Um lev­an­ta­men­to feito pela fun­dação holan­desa IDH, com apoio do insti­tu­to de pesquisa WRI Brasil, mostra que há, pelo menos, meio mil­hão de hectares de caatin­ga com poten­cial de restau­ração. Segun­do o estu­do, divul­ga­do nes­ta terça-feira (23), em São Paulo, as áreas ficam no Cariri Oci­den­tal, na Paraí­ba; no Sertão do Pajeú, em Per­nam­bu­co; e no Sertão do Apo­di, no Rio Grande do Norte.

A pesquisa desta­ca que a veg­e­tação nati­va restau­ra­da  poderá ofer­e­cer opor­tu­nidades econômi­cas sus­ten­táveis, pro­por­cio­nan­do ren­da e empre­gos para as pop­u­lações locais. Entre out­ros bene­fí­cios, a restau­ração da mata local traria reg­u­lação hídri­ca, esta­bi­liza­ção do solo e con­t­role da erosão.

“A con­ser­vação e a restau­ração da pais­agem na caatin­ga são cru­ci­ais para a resil­iên­cia climáti­ca, a segu­rança hídri­ca e a sobre­vivên­cia de suas comu­nidades”, diz a coor­de­nado­ra de pro­je­tos do WRI Brasil e uma das autoras do tra­bal­ho, Luciana Alves.

Os arran­jos de restau­ração mais indi­ca­dos para os ter­ritórios anal­isa­dos são o Sis­tema AgroFlo­re­stal (SAF) for­rageiro, ten­do a pal­ma for­rageira (Opun­tia fícus-indi­ca) como espé­cie prin­ci­pal; o SAF Melífero, foca­do em espé­cies para api­cul­tura e melipon­i­cul­tura; o SAF Frutífero, com­bi­nan­do árvores com espé­cies frutíferas, for­rageiras e agrí­co­las; a Inte­gração lavoura-pecuária-flo­res­ta (ILPF) de caprinocul­tura com pro­dução de for­ragem e árvores; a Regen­er­ação Nat­ur­al Assis­ti­da (RNA); a Restau­ração Ati­va, com plan­tio de mudas e sementes; e a Restau­ração Hidroam­bi­en­tal, basea­da em inter­venções para revert­er a degradação e restau­rar solo e veg­e­tação, indi­ca a  pesquisa.

Recursos internacionais

“Pela forte inter­secção com a agen­da climáti­ca, a restau­ração da caatin­ga poderá se ben­e­fi­ciar sig­ni­fica­ti­va­mente de recur­sos inter­na­cionais e pri­va­dos des­ti­na­dos ao for­t­alec­i­men­to dessa agen­da”, desta­ca Luciana.

Dos seis bio­mas que ocu­pam o ter­ritório nacional, a caatin­ga é o úni­co exclu­si­va­mente brasileiro. Ocu­pan­do aprox­i­mada­mente 850 mil quilômet­ros quadra­dos, é a região do semi­ári­do mais den­sa­mente povoa­da do mun­do porque aprox­i­mada­mente 27 mil­hões de pes­soas vivem nela.

Em jun­ho deste ano, o Min­istério do Meio Ambi­ente e Mudança do Cli­ma (MMA) anun­ciou a seleção de 12 pro­je­tos pri­or­itários para a cri­ação de unidades de con­ser­vação fed­erais no bio­ma caatin­ga, a serem implan­tadas até 2026, que resul­tarão no aumen­to de mais de um mil­hão de hectares das áreas pro­te­gi­das.

Edição: Kle­ber Sam­paio

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