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Exposição celebra os 150 anos de nascimento de Santos Dumont

Repro­dução: Répli­ca do 14-Bis em taman­ho real em exposição no Museu do Aman­hã — Tomaz Silva/Agência Brasil

Mostra fica cartaz até o dia 15 de outubro em São Paulo


Pub­li­ca­do em 12/08/2023 — 08:30 Por Elaine Patri­cia Cruz – Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

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Neste ano, quan­do se com­ple­tam 150 anos de nasci­men­to de San­tos Dumont (1873–1932), o espaço cul­tur­al Farol San­tander, local­iza­do no cen­tro de São Paulo, traz exposição inédi­ta para cel­e­brar o inven­tor brasileiro, con­heci­do prin­ci­pal­mente pela cri­ação do 14 Bis, um biplano com o qual ele fez o primeiro voo homolo­ga­do do mun­do, recon­heci­do pela Fed­er­ação Aeronáu­ti­ca Inter­na­cional.

“As coisas são mais belas quan­do vis­tas de cima”. A frase não pode­ria ter sido escri­ta por out­ra pes­soa que não o Pai da Avi­ação, como é con­sid­er­a­do o inven­tor.

Nasci­do em Minas Gerais, em 20 de jul­ho de 1873, San­tos Dumont foi estu­dar na França, onde deu iní­cio aos seus primeiros exper­i­men­tos com balões e voo con­tro­la­do. Auto­di­da­ta, ele par­tic­i­pa­va de todos os está­gios, da fab­ri­cação até a mon­tagem e exper­i­men­tação de seus inven­tos.

Em 1898, pro­je­tou e con­stru­iu o menor balão trip­u­la­do cri­a­do naque­la época. Em segui­da, asso­cian­do aos balões motores de com­bustão inter­na a petróleo, San­tos Dumont inven­tou os balões dirigíveis.

Em 1901, pilo­tou seu dirigív­el mais famoso, o Número 6, e foi pre­mi­a­do sobrevoar Paris. Depois da exper­iên­cia com obje­tos mais leves, ele pas­sou a estu­dar um veícu­lo que fos­se mais pesa­do que o ar. E foi assim que surgiu a aeron­ave mais famosa: o 14 Bis, com a qual ele deu uma vol­ta no cam­po de Bagatelle, em Paris, diante de uma plateia.

Exposição

“Essa exposição pre­tende com que se con­si­ga apreen­der quem foi San­tos Dumont”, disse Ceres Storchi, arquite­ta e curado­ra da exposição, em entre­vista à Agên­cia Brasil.

Segun­do a curado­ra, a ideia é desmisti­ficar o mito de herói que envolve San­tos Dumont, exal­tan­do seus feitos, e torná-lo mais próx­i­mo do públi­co. “O fato de trans­for­má-lo em herói, o afas­tou das pes­soas. Gostaria que a exposição servisse para desmisti­ficar essa questão do heroís­mo. Ele era uma pes­soa que tin­ha foco, era muito empen­hado e botou todas as suas car­tas naqui­lo ali [no obje­ti­vo de voar]. Na cabeça das pes­soas, ele é o pai da avi­ação e um herói que fez o 14 Bis mas, para mim, isso é redu­ti­vo”, disse a curado­ra.

A mostra San­tos Dumont — o poeta inven­tor começa com uma répli­ca do famoso 14 Bis insta­l­a­da logo na entra­da do espaço cul­tur­al. Con­struí­da por Alan José Calas­sa, a répli­ca pesa 150kg, mede 9,6 met­ros de com­pri­men­to por 11,7 met­ros de enver­gadu­ra e tem 3,72 met­ros de altura na extrem­i­dade das asas.

“O voo do 14 Bis em Bagatelle foi um voo cur­to, sus­ten­ta­do com seu próprio motor, que o fez voar. E o 14 Bis da mostra tam­bém voa”, expli­cou a curado­ra.

Trajetória

A exposição apre­sen­ta toda a tra­jetória de San­tos Dumont, des­de seu nasci­men­to até suas pesquisas e ten­ta­ti­vas de voos em Paris. Ela traz tam­bém diver­sos obje­tos pes­soais e orig­i­nais do inven­tor, além de desen­hos de pro­je­tos, fotos, vídeos e maque­tes exclu­si­vas. Mas o que chama a atenção são as ver­sões não só do 14 Bis, como tam­bém do La Demoi­selle, tam­bém con­heci­do como Libel­lule, o mel­hor mod­e­lo de avião cri­a­do pelo avi­ador. As ver­sões foram em taman­ho real.

Dois pavi­men­tos do espaço são ded­i­ca­dos à mostra. No primeiro, local­iza­do no 24º andar do edifí­cio, são apre­sen­tadas as diver­sas ten­ta­ti­vas de San­tos Dumont de faz­er o homem voar.

O públi­co que vis­i­tar esse andar vai poder cam­in­har sobre uma imagem aérea da cidade, apli­ca­da no piso, com a local­iza­ção das ativi­dades cotid­i­anas do aero­nau­ta. É nesse andar que estão o Balão Brasil e os 10 mod­e­los de dirigíveis que foram con­ce­bidos e tes­ta­dos por San­tos Dumont. Para acom­pan­har as ten­ta­ti­vas, as pare­des apre­sen­tam tre­chos do livro Os Meus Balões, escrito pelo próprio inven­tor.

“E lá fui eu, dis­para­do, rompen­do a escuridão. Sabia que a veloci­dade devia ser grande, porém não sen­tia qual­quer movi­men­to. Eu ouvia e sen­tia a tem­pes­tade. Perce­bi que esta­va em grande peri­go, con­tu­do, esse peri­go não era tangív­el. Ali­a­do a ele, havia uma inten­sa espé­cie de sat­is­fação. Como poderei descrevê-la? Lá em cima, na negra solidão, no meio dos relâm­pa­gos e das tro­voadas, eu era parte da tem­pes­tade”, rev­ela um dos escritos em uma parede.

Neste andar, o públi­co ain­da vai encon­trar obje­tos pes­soais como cader­nos de ano­tação e um reló­gio que Louis Carti­er criou para o inven­tor em 1904.

“A exposição acon­tece em dois pavi­men­tos. O pavi­men­to 24, que é o primeiro que se visi­ta, mostra pesquisa do dirigív­el San­tos Dumont com [obje­tos] mais leves que o ar, como o balão e os dirigíveis. Nesse pavi­men­to temos o acer­vo prin­ci­pal, que per­tence à Fun­dação San­tos Dumont e ao Museu Paulista. E temos aqui uma breve história sobre a quase obsessão humana pelo voo, des­de as questões mais míti­cas até os planadores e os balões e dirigíveis. No pavi­men­to tem tam­bém o mapa de Paris, onde estão algu­mas coisas sobre a vida de San­tos Dumont por lá”, disse a curado­ra.

No segun­do pavi­men­to, no 23º andar, há uma répli­ca de um mod­e­lo fun­cional em taman­ho real do avião La Demoi­selle, pilota­do por uma figu­ra cêni­ca de San­tos Dumont. “O pavi­men­to 23 tem a história de out­ros pre­cur­sores de voos. E temos tam­bém uma répli­ca do La Demoi­selle, que tam­bém voa”, desta­cou a curado­ra. Neste andar, ain­da se encon­tram várias fotos de San­tos Dumont, uma holo­grafia e dois espaços inter­a­tivos que apre­sen­tam sim­u­ladores de voos: um deles, do Dirigív­el N°6, que flu­tua sobre Paris e, o out­ro, um avião Demoi­selle.

Tam­bém neste espaço as cri­anças poderão brin­car com um que­bra-cabeça de mag­ne­tos e jogos de memória.

A mostra, que é apre­sen­ta­da pelo Min­istério da Cul­tura, fica em car­taz até o dia 15 de out­ubro. Mais infor­mações sobre a exposição podem ser obti­das pelo site
https://www.farolsantander.com.br/#/sp/agenda/exp_24

Edição: Maria Clau­dia

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