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Exposição debate espaço para pessoas negras na arte contemporânea

Repro­dução: © Tick Oliveira/Divulgação

Mostra em SP reúne 56 trabalhos do artista carioca Maxwell Alexandre


Publicado em 19/04/2024 — 07:45 Por Daniel Mello — Repórter da Agência Brasil — São Paulo

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A pre­sença de pes­soas negras nos espaços eli­ti­za­dos da arte con­tem­porânea é o tema da série Novo Poder: Pass­abil­i­dade, do artista car­i­o­ca Maxwell Alexan­dre. Cresci­do na favela da Rocin­ha, o artista tem explo­rado o assun­to em pin­turas des­de 2021.

“Para isso, dou ênfase a três sig­nos bási­cos: as cores pre­ta, bran­ca e par­da. Em Novo Poder, a cor pre­ta atua como o cor­po pre­to man­i­fes­ta­do pela fig­u­ração de per­son­agens; a cor bran­ca apon­ta para o cubo bran­co espel­han­do o espaço expos­i­ti­vo; e a cor par­da rep­re­sen­ta a obra de arte e tam­bém faz autor­refer­ên­cia ao próprio papel que é o suporte prin­ci­pal da série”, expli­ca.

Com 56 tra­bal­hos, a série pode ser vista a par­tir deste sex­ta-feira (19) no Sesc Aveni­da Paulista, na região cen­tral da cap­i­tal.

Brasília (DF) 16/04/2024 - Exposição debate espaço para pessoas negras na arte contemporâneaArte Thiago Barros/Divulgação
Repro­dução: Exposição em SP reúne tra­bal­hos do artista car­i­o­ca Maxwell Alexan­dre — Arte Thi­a­go Barros/Divulgação

Os con­trastes que envolvem as pes­soas negras tran­si­tan­do pelo “cubo bran­co”, jargão que deter­mi­na espaços expos­i­tivos tradi­cionais, são aten­u­a­dos pelo fator da “pass­abil­i­dade”, como expli­ca o artista.

“‘Pas­sar’ é o mes­mo que ser recon­heci­do na vida cotid­i­ana como alguém que está de acor­do com as nor­mas, sejam elas soci­ais, raci­ais ou de gênero’, disse Maxwell em entre­vista à Agên­cia Brasil.

Por isso, a “‘pass­abil­i­dade’ é a for­ma segu­ra e tran­quila de pes­soas pre­tas cam­in­harem pelo cubo bran­co” afir­ma. No entan­to, na visão de Maxwell, as pos­si­bil­i­dades se afu­nil­am a depen­der do lugar social. “Acred­i­to que exis­tam lim­ites sim, depen­den­do de onde você vem, qual fenótipo você tem, a cor da sua pele, você não vai con­seguir alcançar cer­tos lugares. Sobre­tu­do den­tro do mer­ca­do da arte con­tem­porânea”, comen­ta.

Trajetória

O artista afir­ma enx­er­gar na própria tra­jetória, com ampla cir­cu­lação em insti­tu­ições inter­na­cionais e nacionais, como um sinal de mudança nas estru­turas atu­ais. “Acred­i­to que eu mes­mo seja uma pro­fe­cia de ‘Novo Poder’ que está se cumprindo”, diz o artista de 34 anos.

Em 2021, Maxwell foi vence­dor do prêmio Pipa, um dos mais impor­tantes da artes visuais do país, e, em 2020, foi eleito artista do ano pelo Deutsche Bank. Em 2018, rece­beu o Prêmio São Sebastião de Cul­tura da Asso­ci­ação Cul­tur­al da Arquid­io­cese do Rio de Janeiro.

Esteve no Museu de Arte Con­tem­porânea de Lyon, na França, com a exposição Par­do é Papel, e no Palais de Tokyo, em Paris, com a Novo Poder. Em Mar­raque­xe, no Mar­ro­cos, par­ticipou da mostra cole­ti­va Have You Seen A Hori­zon Late­ly, no Museu de Arte Con­tem­porânea Africana Al Maaden.

Os tra­bal­hos expos­tos no Sesc foram exe­cu­ta­dos em um perío­do de um mês em meio, em que o artista se baseou em fotografias, mas tam­bém em memórias próprias de cenas que pres­en­ciou.

Edição: Juliana Andrade

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