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Exposição mostra universo de mulheres ciganas de Mato Grosso

Repro­dução: © PROJETO “DIVA E AS CALINS DE MATO GROSSO: ONTEM

Acervo está disponível em plataforma digital


Pub­li­ca­do em 14/11/2021 — 19:50 Por Pedro Rafael Vilela — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

A resistên­cia, a diver­si­dade e a beleza de mul­heres ciganas de Mato Grosso podem ser vis­tas na Exposição Mul­ti­mí­dia Calin, já disponív­el em platafor­ma dig­i­tal. O tra­bal­ho reg­istrou ciganas da etnia Calon, que no esta­do se auto­de­nom­i­nam Calin. São mul­heres de difer­entes idades, em uma mostra que propõe novas pos­si­bil­i­dades do que é ser Calin, cigana, mul­her, mato-grossense e brasileira.

Repro­dução: Pro­je­to “Diva e as Calins de Mato Grosso: ontem, hoje e aman­hã” — Divul­gação

A exposição Calin é um dos pro­du­tos trans­mí­dias que inte­gram o pro­je­to Diva e as Calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Aman­hã; aprova­do no edi­tal Conexão Mestres da Cul­tura, da Lei Aldir Blanc, da Sec­re­taria de Esta­do de Cul­tura, Esportes e Laz­er de Mato Grosso (Secel-MT). O pro­je­to foi pro­pos­to pela Asso­ci­ação Estad­ual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (Aeec-MT), e hom­e­nageia a raizeira e ben­zedeira cigana Maria Div­ina Cabral, a Diva, como mes­tra da cul­tura mato-grossense.

A exposição une as famílias da mes­tra Diva e suas par­entes Ner­ana, de Tan­gará da Ser­ra; Iran­di e Terez­in­ha, ambas de Cuiabá; e Nil­va, da cidade de Ron­donópo­lis. Todas elas são con­sid­er­adas mes­tras da cul­tura cigana, pois con­ser­vam os saberes, as filosofias e as iden­ti­dades dessa cul­tura mile­nar.

Além de mostrar a diver­si­dade, o pro­je­to bus­ca reg­is­trar e val­orizar seus sig­nifi­ca­dos, tradições e saberes. Tam­bém é uma for­ma de com­bat­er estereóti­pos e pre­con­ceitos sobre as mul­heres ciganas.

Repro­dução: Mes­tra Diva — Karen Ferreira/Divulgação AEEC

Segun­do os real­izadores, tra­ta-se da primeira exposição mul­ti­mí­dia com foco no uni­ver­so das mul­heres ciganas Calon do país.

“O mate­r­i­al mul­ti­mí­dia expos­to é resul­ta­do de um encon­tro sutil e del­i­ca­do entre nos­sa equipe e o modo como nos vemos, nos mostramos e, prin­ci­pal­mente, quer­e­mos ser vis­tas. Assim, brindamos o públi­co com novas autor­rep­re­sen­tações do uni­ver­so romani, espe­cial­mente do tron­co étni­co Calon. Esper­amos que a platafor­ma se trans­forme numa refer­ên­cia nacional, quiçá inter­na­cional”, disse a coor­de­nado­ra ger­al do pro­gra­ma, Fer­nan­da Alves Caia­do, pres­i­dente da Aeec-MT.

A teo­ria mais acei­ta entre os estu­diosos é que os ciganos têm origem na Índia, a par­tir de uma dis­sidên­cia de cas­tas no país asiáti­co, há cer­ca de mil anos, que fez com que o grupo se espal­has­se primeiro pela Europa e depois para as demais partes do mun­do (diás­po­ra). No Brasil, acred­i­ta-se que os primeiros ciganos chegaram em 1574 ou um pouco antes, segun­do reg­istros dos padres jesuí­tas.

Há três etnias mais impor­tantes: os Calon, grande maio­r­ia no país, ori­un­dos da Espan­ha e Por­tu­gal, os Rom, com origem na Romê­nia, Turquia e Gré­cia, e os Sin­ti, que vier­am prin­ci­pal­mente da Ale­man­ha e da França.

Exposição

Em fotos, vídeos e tex­tos, Calin vis­lum­bra a cri­ação de novas nar­ra­ti­vas para que mais mul­heres ciganas se inspirem e pos­sam cri­ar os próprios cam­in­hos, infor­ma a asso­ci­ação. O site é com­pos­to por menus explica­tivos apre­sen­tan­do a exposição, o pro­je­to, a mes­tra Diva, e as mul­heres que par­tic­i­pam do tra­bal­ho. Além dis­so, disponi­bi­liza vídeos e links para o blog e redes soci­ais da Asso­ci­ação Estad­ual das Etnias Ciganas de Mato Grosso.

“Apre­sen­ta­mos um uni­ver­so ora oníri­co, ora de real­i­dade, que se rev­ela através da com­preen­são fem­i­ni­na de uma cul­tura mile­nar de resistên­cia, cuja med­i­c­i­na tradi­cional se baseia na natureza. Como as raízes pro­fun­das das árvores retor­ci­das e ser­tane­jas do cer­ra­do, que resistem ao fogo e a seca, pro­duzin­do flo­res e fru­tos, as mul­heres ciganas pro­duzem cul­tura e cura que pre­cisam chegar a mais e mais pes­soas, ain­da mais ness­es tem­pos em que vive­mos de pan­demia, em que a saúde tornou-se uma questão cen­tral”, enfa­ti­za a fotó­grafa e curado­ra, Karen Fer­reira.

Repro­dução: Pro­je­to “Diva e as Calins de Mato Grosso: ontem, hoje e aman­hã” — Divul­gação

Edição: Kle­ber Sam­paio

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