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Exposição no Rio explora conexões entre tecnologia e natureza

Repro­dução: © DRIFT/Divulgação

Artistas holandeses propõem reflexões sobre o futuro sustentável


Pub­li­ca­do em 29/03/2023 — 06:48 Por Rafael Car­doso — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O Cen­tro Cul­tur­al Ban­co do Brasil (CCBB) no Rio de Janeiro inau­gu­ra nes­ta quar­ta-feira (29) a exposição Stu­dio Drift: Vida em Coisas, dos artis­tas holan­deses Lon­neke Gordi­jn e Ralph Nau­ta. É a primeira vez que um con­jun­to de obras dos dois é apre­sen­ta­do no Brasil. Por meio de escul­turas, insta­lações e vídeos inter­a­tivos, a pro­pos­ta é levar o públi­co a refle­tir sobre a relação da humanidade com a natureza e as tec­nolo­gias con­tem­porâneas.

A obra chama­da de Frag­ile Future (Futuro Frágil) é rep­re­sen­ta­ti­va nesse sen­ti­do. Ela é fei­ta de sementes bran­cas da plan­ta dente-de-leão. O tra­bal­ho de mon­tagem é arte­sanal e de lon­ga duração. O Stu­dio Drift cole­ta aprox­i­mada­mente 15 mil sementes a cada pri­mav­era em Ams­ter­dã, na Holan­da. Depois de col­hi­das, elas são desidratadas e incor­po­radas a um sis­tema eletrôni­co que inclui bronze fos­foroso e luzes de LED. O resul­ta­do é uma escul­tura com dentes-de-leão recon­sti­tuí­dos em meio a cir­cuitos elétri­cos tridi­men­sion­ais que emitem luz. A men­sagem que os artis­tas querem traz­er é sobre a frag­ili­dade do plan­e­ta e a neces­si­dade de inte­grar cri­ações humanas em um ambi­ente har­môni­co.

“Nes­sa exibição não mostramos uma per­spec­ti­va de futuro. Mostramos uma direção que o futuro deve seguir se nós ouvir­mos e olhar­mos para a natureza, se aceitar­mos que todos os movi­men­tos da natureza são movi­men­tos que nós podemos faz­er. Olhan­do para a natureza, nós podemos ver ess­es cam­in­hos. Essa exibição, e o nos­so tra­bal­ho como um todo, é sobre apren­der ess­es cam­in­hos, enten­der como fun­cionam”, expli­ca a artista Lon­neke Gordi­jn.

Out­ro destaque da exposição é o pro­je­to Mate­ri­al­ism (Mate­ri­al­is­mo). Nele, em vez de recon­sti­tuir ele­men­tos da natureza, a direção escol­hi­da é a da descon­strução. Parte-se do pro­du­to final e chega-se às matérias-pri­mas que o com­põem. Um Fus­ca perde aparên­cia e for­matos bem con­heci­dos e se trans­for­ma em um con­jun­to de sóli­dos retan­gu­lares de difer­entes cores e mate­ri­ais. Eles são apre­sen­ta­dos em uma moldu­ra e têm taman­hos que seguem as pro­porções exatas de cada ele­men­to usa­do na pro­dução do veícu­lo. Descon­stru­ir, nesse caso, é pen­sar nas ori­gens. Mas tam­bém val­orizar o nat­ur­al, os ele­men­tos vivos que tornaram pos­sív­el a man­i­fes­tação da cria­tivi­dade humana. O pro­je­to incluiu obras pen­sadas exclu­si­va­mente para a real­i­dade brasileira. É o caso de descon­struções mate­ri­ais feitas a par­tir de um pan­deiro e de um chine­lo da mar­ca Hava­ianas.

Rio de Janeiro (RJ) - Exposição Studio Drift: Vida em Coisas, no CCBB-RJ. - DRIFT_Materialism_Volkswagon-Beetle_Coded-Nature-exhibition_Stedelijk-Museum_2018_RonaldSmits-scaled. Foto: DRIFT/Divulgação
Repro­dução: DRIFT/Divulgação

A exposição no CCBB do Rio fica aber­ta gra­tuita­mente ao públi­co até 22 de maio. Depois, segue para os cen­tros cul­tur­ais Ban­co do Brasil de São Paulo, Belo Hor­i­zonte e Brasília. Segun­do um dos curadores, Mar­cel­lo Dan­tas, as obras vão per­mi­tir que o públi­co ten­ha difer­entes sen­ti­men­tos e exper­iên­cias sen­so­ri­ais.

“Há obras para pen­sar e obras para sen­tir. Tem obras que são sobre vibração, fre­quên­cia, movi­men­to, core­ografia, dança. São para serem vis­tas que nem você vê um balé: não pre­cisa pen­sar muito, só sen­tir e entrar den­tro daque­la vibração. Tem out­ras que são mais con­ceitu­ais, mais cere­brais e orga­ni­zam o mun­do ao nos­so redor, as questões ambi­en­tais e a pega­da de cada uma das coisas den­tro da nos­sa vida. Tudo é sobre a pro­jeção que a nos­sa imag­i­nação faz sobre as coisas. A natureza nos é dada. As coisas nós faze­mos. Será que a gente pode faz­er com que a natureza e as coisas se alin­hem? Só depende da gente”, diz Mar­cel­lo Dan­tas.

Serviço

Exposição: Stu­dio Drift — Vida em Coisas

Cen­tro Cul­tur­al Ban­co do Brasil Rio de Janeiro

Rua Primeiro de Março, 66 — Cen­tro — Rio de Janeiro, RJ

De 29 de março a 22 de maio

Segun­da: das 9h às 21h

Terças: fecha­do

Quar­ta a sába­do: das 9h às 21h

Domin­go: das 9h às 20h

Edição: Graça Adju­to

LOGO AG BRASIL

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