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Exposição Ocupa Dona Onete leva o Pará ao Museu do Pontal

Repro­dução: © Wal­da Marques/ Divul­gação

Mostra acontece neste sábado e domingo


Pub­li­ca­do em 23/09/2023 — 10:21 Por Fran­cis­co Eduar­do Fer­reira — Estag­iário da Agên­cia Brasil * — Rio de Janeiro

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Ionete da Sil­veira Gama ou sim­ples­mente Dona Onete, 83 anos de idade, não é ape­nas músi­ca. Tam­bém não se tra­ta ape­nas do títu­lo de Rain­ha do Carim­bó Chamega­do. A paraense é sabedo­ria, encan­taria, rev­olução e vai ser a grande hom­e­nagea­da no Fes­ti­val do Pará, even­to que leva a cul­tura do esta­do ao Museu do Pon­tal, no Rio de Janeiro. Neste sába­do (23), ela estará na aber­tu­ra da exposição Ocu­pa Dona Onete.

O dire­tor exec­u­ti­vo do museu, Lucas Van de Beuque, disse à Agên­cia Brasil que a insti­tu­ição tem segui­do um cam­in­ho de rev­er­en­ciar os mestres da cul­tura pop­u­lar brasileira com even­tos como o Ocu­pa Dona Onete. “É uma região de cul­tura riquís­si­ma, e esta­mos trazen­do para o fes­ti­val. E, ain­da, con­tare­mos com show de Dona Onete, que irá apre­sen­tar uma nova músi­ca no fes­ti­val, além de uma exposição sobre sua vida e sua tra­jetória”.

A artista teve a sua obra musi­cal ofi­cial­mente declar­a­da Patrimônio Cul­tur­al e Ima­te­r­i­al do Pará aprova­da neste mês, de for­ma unân­ime, pela Assem­bleia Leg­isla­ti­va do Pará. Des­de então Dona Onete vem receben­do impor­tantes hom­e­na­gens e divul­gan­do a cul­tura do Pará.

22/09/2023, Cultura do Pará é tema de festival no Museu do Pontal, no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação
Repro­dução: Cul­tura do Pará é tema de fes­ti­val no Museu do Pon­tal, no Rio de Janeiro — Foto: Divul­gação

Exposição

A mostra sobre Dona Onete é divi­di­da em qua­tro eixos: Ter­ritório, Encan­tarias e Reli­giosi­dade, Túnel e Pal­co. Uma sala e o foy­er do museu reúnem cer­ca de 120 itens e apre­sen­tam ao públi­co sua rica e movi­men­ta­da tra­jetória. São fotos do acer­vo da família, vídeos, audio­vi­suais, músi­cas e man­u­scritos orig­i­nais e inédi­tos.

O eixo Ter­ritório mostra onde Ionete nasceu, a cidade de Cachoeira do Arari, na Ilha de Mara­jó, onde pas­sou a infân­cia. Depois, per­corre por Igara­pé-Miri, no Baixo Tocan­tins, onde, ain­da con­heci­da pelo nome de batismo, foi pro­fes­so­ra, atu­ou na políti­ca cul­tur­al, foi mil­i­tante de movi­men­tos sindi­cais em prol da mel­ho­ria do ensi­no, do cul­ti­vo sus­ten­táv­el do açaí e lutou con­tra o sex­is­mo no carim­bó paraense.

Em Encan­tarias e reli­giosi­dade, são apre­sen­tadas lendas e encan­tarias, que gan­haram melo­dia em sua voz. Esse espaço con­tém letras man­u­scritas inédi­tas de canções da artista, como A Lua More­na, Ban­ho de Cheiro e Meu Pará Tupiniquim.

O eixo Túnel, cam­in­ho embal­a­do de sons de Belém, trans­porta o vis­i­tante para o espaço seguinte, o eixo Pal­co, que rep­re­sen­ta a expan­são do uni­ver­so musi­cal da artista, com canções entoadas quan­do cri­ança à beira do rio para atrair os botos, nas noites de ser­estas e de carim­bó, e nas salas onde dava aula.

Festival do Pará

O fes­ti­val acon­tece neste sába­do e domin­go (25) e con­tará com 23 horas de ativi­dades para todas as idades, durante os dois dias de even­to. Os vis­i­tantes do Museu do Pon­tal poderão assi­s­tir a ofic­i­nas artís­ti­cas e de con­tação de histórias, Cin­e­ma de Facha­da, com a exibição de cur­tas paraens­es, apre­sen­tações de carim­bó, shows, entre out­ras ativi­dades. A gas­trono­mia será rep­re­sen­ta­da por delí­cias paraens­es e peix­es típi­cos da região.

Segun­do a dire­to­ra artís­ti­ca do Museu do Pon­tal, Angela Masce­lani, a pro­gra­mação é uma imer­são com­ple­ta, fazen­do o públi­co se sen­tir abraça­do pelo Pará, pela sua músi­ca, seus sabores, seu imag­inário poéti­co lig­a­do aos seres da flo­res­ta, às mitolo­gias afro-indí­ge­nas, às relações dos povos amazôni­cos com a natureza, o ter­ritório e suas águas.

A entra­da é gra­tui­ta e a pro­gra­mação com­ple­ta pode ser vista no site do museu.

* Estag­iário sob super­visão de Viní­cius Lis­boa

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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