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Família de João Pedro protesta contra decisão que absolveu policiais

Repro­dução: © Tomaz Silva/Agência Brasil

Parentes de outras vítimas de violência policial também protestaram


Publicado em 11/07/2024 — 12:08 Por Vitor Abdala — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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Os par­entes do ado­les­cente João Pedro, mor­to por poli­ci­ais civis durante uma oper­ação na comu­nidade do Salgueiro, em São Gonça­lo, no Grande Rio, em maio de 2020, protes­taram con­tra a decisão judi­cial que absolveu os agentes envolvi­dos. A man­i­fes­tação, na por­ta da sede do Tri­bunal de Justiça do esta­do, tam­bém teve a par­tic­i­pação de famil­iares de out­ras víti­mas da vio­lên­cia poli­cial.

João Pedro Matos Pin­to, então com 14 anos, esta­va na casa do tio, quan­do a residên­cia foi atingi­da por mais de 70 tiros. Os dis­paros foram feitos por poli­ci­ais da Coor­de­nado­ria de Recur­sos Espe­ci­ais (Core). O ado­les­cente acabou sendo alve­ja­do e mor­reu.

Três poli­ci­ais, Mau­ro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fer­nan­do de Brito Meis­ter, foram denun­ci­a­dos pelo Min­istério Públi­co em 2022, por homicí­dio dupla­mente qual­i­fi­ca­do. Mas na últi­ma quar­ta-feira (10), juíza Juliana Bessa Fer­raz Krykhtine os absolveu sumari­a­mente. A mag­istra­da, após anal­is­ar as provas e depoi­men­tos, enten­deu que os agentes agi­ram em legí­ti­ma defe­sa.

Rio de Janeiro (RJ), 11/07/2024 – Neilton da Costa Pinto, pai de João Pedro, de 14 anos, morto durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em 2020, fala durante manifestação em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Repro­dução: Pai de João Pedro, Neil­ton da Cos­ta Pin­to, durante man­i­fes­tação em frente ao Tri­bunal de Justiça do Rio de Janeiro — Tomaz Silva/Agência Brasil

A família esper­a­va que o caso fos­se lev­a­do a júri pop­u­lar. “Essa é uma sen­tença sem respon­s­abil­i­dade nen­hu­ma, com a família, com a sociedade. Esper­amos mudança nes­sa situ­ação [da absolvição]”, disse o pai de João Pedro, Neil­ton da Cos­ta Pin­to.

“A ver­dade é que eles entraram em uma casa onde só tin­ha jovens ado­les­centes brin­can­do e efe­t­u­aram vários dis­paros de arma de fogo. Não tem como um agente públi­co entrar em uma casa onde só tem ado­les­cente, efe­t­uan­do mais de 70 dis­paros, sem ter intenção de matar”, desta­cou.

Segun­do ele, a família pre­tende con­tin­uar lutan­do para que o caso seja lev­a­do ao Tri­bunal do Júri e está dis­pos­ta a levar o proces­so até a últi­ma instân­cia judi­cial para ver os poli­ci­ais con­de­na­dos.

Rio de Janeiro (RJ), 11/07/2024 – Rafaela Matos, mãe de João Pedro, de 14 anos, morto durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em 2020, fala durante manifestação em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Repro­dução: Mãe de João Pedro, Rafaela Matos, durante man­i­fes­tação no Rio de Janeiro. — Tomaz Silva/Agência Brasil

“Ness­es qua­tro anos, em momen­to nen­hum, o Esta­do nos procurou. Em momen­to nen­hum, pediu des­cul­pas para a min­ha família. Se eu fos­se diplo­ma­ta, com certeza o pedi­do de des­cul­pa viria ime­di­ata­mente”, lamen­tou a mãe de João Pedro, Rafaela Matos.

Com car­tazes pedin­do justiça, os man­i­fes­tantes fiz­er­am uma cur­ta passea­ta entre a aveni­da Eras­mo Bra­ga, onde fica a lat­er­al do pré­dio do TJRJ, até a aveni­da Pres­i­dente Antônio Car­los, onde fica a frente do edifí­cio. Eles gri­taram fras­es como “não nos calare­mos” e “a polí­cia mata e o judi­ciário enter­ra”.

Edição: Aécio Ama­do

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