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Famílias se unem para adotar irmãos biológicos

Repro­dução: © Arqui­vo pes­soal

Casais se encontram e mantêm vínculos afetivos entre as crianças


Pub­li­ca­do em 25/05/2023 — 08:51 Por Luiz Clau­dio Fer­reira — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

Primeiro, pode­ria pare­cer uma divisão. Qua­tro cri­anças, irmãos con­san­guí­neos, que vivi­am em um mes­mo abri­go na cidade de Patos (MG), sou­ber­am que seri­am ado­ta­dos por três famílias difer­entes de Brasília. O que pare­cia divisão, na ver­dade, era uma mul­ti­pli­cação. 

Os três casais se prepararam, refle­ti­ram e apren­der­am que, para ado­tar, o fun­da­men­tal era pen­sar nas cri­anças, em primeiro lugar, e respeitar os vín­cu­los afe­tivos entre elas.

Mes­mo sem ter relação prévia de amizade, os casais uni­ram-se, somaram-se em sen­ti­men­tos, a par­tir de um cen­tro de apoio à adoção (chama­do Aconchego, na cap­i­tal fed­er­al), e chegaram à con­clusão de que, para ser de ver­dade e tudo fun­cionar, dev­e­ri­am for­mar uma “família grande” e nun­ca mais se deixarem.

Brasília (DF) - Dia Nacional da Adoção, comemorado hoje. - Famílias encontram caminhos para adotar irmãos biológicos. - Família da Bianca - Foto: Arquivo Pessoal
Repro­dução: Brasília (DF) — Dia Nacional da Adoção, comem­o­ra­do hoje. — Famílias encon­tram cam­in­hos para ado­tar irmãos biológi­cos. — Família da Bian­ca — Foto: Arqui­vo Pes­soal — Arqui­vo pes­soal

O grande dia em que os doc­u­men­tos estavam pron­tos está guarda­do no cal­endário como a data mais espe­cial: 13 de maio de 2016. Con­tam de cabeça: lá se vão mais de sete anos. O dia é con­sid­er­a­do um novo nasci­men­to para cri­anças e os adul­tos, que ouvi­ram des­de o começo as palavras que son­haram: “mãe”, “pai”. Sete anos depois, eles todos têm uma certeza: esta é uma história de apren­diza­do, que não pode ser roman­ti­za­da ou ide­al­iza­da, mas que é fei­ta de amor.

Eles já perder­am as con­tas de fes­tas, almoços e encon­tros em fins de sem­ana. Lá se vão, por exem­p­lo, sete fes­tas de Natal ante­ci­padas para reunir os irmãos. Os adul­tos pas­saram tam­bém a ter uma relação fra­ter­na. “Hoje, as out­ras mães são como min­has irmãs”, afir­ma Denise Maz­zuchel­li, que é psicólo­ga e tem 39 anos de idade. Foi com ela e com o mari­do Ali­son que ficaram duas das cri­anças.

A mais vel­ha tin­ha nove anos (hoje tem 16), e o mais novo, per­to dos três anos (prestes a comem­o­rar os 10). “Foi uma mudança muito grande para eles e para nós tam­bém. Éramos eu e meu mari­do e, de repente, a gente tin­ha dois fil­hos com idades dis­tantes. Fomos nos con­hecen­do e foi uma con­quista mútua”, diz Denise. Diante da novi­dade, a mãe entende que a adap­tação à nova vida foi “muito boa”.

Brasília (DF) - Dia Nacional da Adoção, comemorado hoje. - Famílias encontram caminhos para adotar irmãos biológicos. - Família da Lilian - Foto: Arquivo Pessoal
Repro­dução: Brasília (DF) — Dia Nacional da Adoção, comem­o­ra­do hoje. — Famílias encon­tram cam­in­hos para ado­tar irmãos biológi­cos. — Família da Lil­ian — Foto: Arqui­vo Pes­soal — Arqui­vo pes­soal

“Acho que a gente deu mui­ta sorte tam­bém em relação às out­ras famílias que ado­taram. Emb­o­ra sejamos difer­entes, temos val­ores pri­mor­diais muito semel­hantes. São pes­soas que real­mente entraram na min­ha vida e que eu não quero jamais que saiam. Hoje são min­ha família”, garante Denise.

Ela enfa­ti­za que os pre­tendentes à adoção devem ter preparo psi­cológi­co ade­qua­do. O dese­jo deles por ado­tar surgiu porque Denise atu­a­va como psicólo­ga vol­un­tária no grupo de apoio à adoção Aconchego. Ao con­hecer out­ras histórias, pen­sou com o mari­do que ado­tar faria parte da vida deles. Depois, tiver­am uma ter­ceira fil­ha biológ­i­ca. “O proces­so de adoção, eu enten­do, não deve durar menos do que uma ges­tação porque neces­si­ta que a cri­ança ten­ha o mel­hor acol­hi­men­to pos­sív­el”.

Distância curta

Um baque na vida de Denise foi quan­do o pai, no ano pas­sa­do adoe­ceu e mor­reu, há dois meses. Isso fez com que o núcleo dela mudasse, ao menos tem­po­rari­a­mente, para Uber­lân­dia (MG), a pouco mais de 400 quilômet­ros de Brasília.  “Mas esta­mos todos tão lig­a­dos que as out­ras famílias com os irmãos biológi­cos dos meus fil­hos vêm para cá com fre­quên­cia. Não esta­mos tão próx­i­mos quan­to antes, na mes­ma cidade”.

Para tomar essa decisão de mudar, foi pre­ciso con­ver­sar muito com as out­ras mães e cri­anças. “E todos me der­am apoio. Somos uma família”. Em Minas Gerais, atua tam­bém como psicólo­ga vol­un­tária em out­ra orga­ni­za­ção não gov­er­na­men­tal (a ONG Pon­tos de Amor).

Plano antigo

Como uma “irmã” de Denise, Bian­ca Tinoco, de 44 anos, que é servi­do­ra públi­ca, recor­da que ela e o mari­do Lúcio tin­ham o plano anti­go de serem pais. Entraram na fila da adoção, e o grupo de apoio com encon­tros men­sais de acol­hi­men­to foi fun­da­men­tal para que se con­sci­en­ti­zassem e se for­t­ale­cessem, inclu­sive em relação à ideia de ado­tar uma cri­ança mais vel­ha.

Brasília (DF) - Dia Nacional da Adoção, comemorado hoje. - Famílias encontram caminhos para adotar irmãos biológicos. - Família da Denise - Foto: Arquivo Pessoal
Repro­dução: Dia Nacional da Adoção, por Arqui­vo pes­soal

“Min­ha fil­ha tin­ha sete anos. Hoje tem 14. Des­de então, somos essa família que tin­ha 12 pes­soas e ago­ra tem 13. Hoje é muito tran­qui­lo. Nós temos conexão”. Essa iden­ti­fi­cação se deu durante todo o perío­do de con­vivên­cia ante­ri­or, por vídeos. “Falá­va­mos do nos­so modo de vida, da nos­sa casa. Era real­mente para se apre­sen­tar a cri­ança ten­tan­do não ger­ar tan­ta expec­ta­ti­va”. O casal tam­bém tem um fil­ho biológi­co, dois anos mais novo.

Denise lem­brou que, depois, foram autor­iza­dos a man­dar alguns pre­sentes e as cri­anças se prepararam para encon­trar os pais. “Foi um perío­do bacana e tam­bém de mui­ta ansiedade durante um mês”. No dia 13 de maio, em que hou­ve a autor­iza­ção da guar­da pro­visória, os três casais foram bus­car os fil­hos. “Foi um encon­tro de encan­ta­men­to. A gente brin­ca, eu e meu mari­do, que gan­hamos uma família de 13 pes­soas”. Apren­der­am a exercer o papel de edu­cação, ori­en­tar e chamar atenção sem con­strang­i­men­tos. A garo­ta gos­ta de estu­dar e de esportes.

“A gente acred­i­ta que a adoção vem antes da fil­i­ação. O fil­ho ado­ti­vo não tem nada difer­ente de um fil­ho biológi­co”, afir­ma o pai Lúcio Pereira, de 44 anos, que é jor­nal­ista. Ele entende que a mater­nidade e a pater­nidade não devem ser ide­al­izadas e, por isso, é tão impor­tante um grupo de apoio para os pre­tendentes à adoção.

A for­ma como ocor­reu a adoção da fil­ha dele, que ger­ou uma relação mais próx­i­ma com out­ras famílias, foi pos­sív­el graças a um sen­ti­men­to de frater­nidade entre eles. Entre os fil­hos, afir­ma, foram sendo for­t­ale­ci­dos, pas­so a pas­so, con­fi­ança, car­in­ho e respeito.

Novidade

Brasília (DF) - Dia Nacional da Adoção, comemorado hoje. - Famílias encontram caminhos para adotar irmãos biológicos. - Família da Lilian - Foto: Arquivo Pessoal
Repro­dução: Dia Nacional da Adoção, por Arqui­vo pes­soal

A pro­fes­so­ra Lil­ian Ribeiro, 41 anos, e o mari­do Nor­man­do, de 50, são o out­ro casal dessa parce­ria de três famílias. “Temos uma relação de mui­ta resil­iên­cia, mui­ta par­til­ha entre nós, os pais, de apren­diza­do e amor”, diz a mãe. A chega­da da fil­ha foi um pre­sente para eles. “Mas, além dela, trouxe pra gente tam­bém uma grande família. Eu sem­pre fui muito uni­da com os meus irmãos e que­ria muito que a min­ha fil­ha não fos­se pri­va­da do con­vívio com os irmãos biológi­cos”. A garo­ta tem um irmão tam­bém ado­les­cente den­tro de casa. E essa relação de amor é uma novi­dade para a fil­ha.

A mãe recor­da que foi tam­bém, aos poucos, que a meni­na foi se sentin­do mais segu­ra e se soltan­do. Foi enten­den­do que aque­la ali era a casa dela e que não ficaria mais soz­in­ha. “Eu lem­bro que, uma vez, ela ficou com gripe e eu cuidan­do dela. Ela falou assim: ‘mamãe, eu nun­ca fiquei assim’”. A mãe se sur­preen­deu: “Como assim, nun­ca ficou doente?

A meni­na respon­deu: “já fiquei doente várias vezes, mas nun­ca fiquei assim e alguém cuidan­do de mim’”.

Estrutura de família

A psicólo­ga Soraya Pereira, pres­i­dente da Aconchego, que apoiou a decisão pela adoção de irmãos con­san­guí­neos, defende que o primeiro pas­so do grupo de apoio foi tra­bal­har a estru­tu­ra famil­iar dess­es adul­tos para garan­tir o sen­ti­do de  per­tenci­men­to às cri­anças.

“Ao mes­mo tem­po, tra­bal­hamos com as cri­anças mostran­do que elas pre­cisam con­fi­ar, que elas se têm e que não vão se afas­tar. Elas sabem que per­tencem a uma grande família”.

Segun­do a psicólo­ga, é necessário explicar aos pais que eles pas­sam a ter papel diário e que decisões e exem­p­los acon­te­cem na intim­i­dade de casa. “Esse amor é con­struí­do. Essa ideia de que você olha e já começa a amar é men­ti­ra. Essa con­strução, muitas vezes, não ocorre de ime­di­a­to e demo­ra um pouco para acon­te­cer “. Por isso, o adul­to pre­cisa estar muito bem ampara­do.

“Perfeitamente possível”

Em entre­vista à Agên­cia Brasil, a pro­fes­so­ra de dire­ito Saman­tha Dufn­er, que é pesquisado­ra do tema e auto­ra do livro Famílias mul­ti­fac­etadas, lança­do recen­te­mente, apon­ta que o Estatu­to da Cri­ança e do Ado­les­cente tem um dis­pos­i­ti­vo que recomen­da a adoção de irmãos em con­jun­to.

No entan­to, con­sid­era que, em casos assim, é difí­cil que uma família ten­ha estru­tu­ra para rece­ber qua­tro pes­soas de uma vez. “Nesse caso, por exem­p­lo, é per­feita­mente pos­sív­el que a adoção ten­ha sido ajus­ta­da para que esse elo afe­ti­vo não seja per­di­do. Den­tro da real­i­dade brasileira, vejo com muito bons olhos que eles ten­ham sido ado­tadas dessa maneira. O foco tem que ser a cri­ança”.

Estrutura de família

Brasília (DF) - Dia Nacional da Adoção, comemorado hoje. - Famílias encontram caminhos para adotar irmãos biológicos. - Família do Ricardo - Foto: Arquivo Pessoal
Repro­dução: Brasília (DF) — Dia Nacional da Adoção, comem­o­ra­do hoje. — Famílias encon­tram cam­in­hos para ado­tar irmãos biológi­cos. — Família do Ricar­do — Foto: Arqui­vo Pes­soal — Arqui­vo pes­soal

A psicólo­ga Soraya Pereira, pres­i­dente da Aconchego, que apoiou a decisão das famílias pela adoção de irmãos con­san­guí­neos, defende que o primeiro pas­so do grupo de apoio foi tra­bal­har a estru­tu­ra famil­iar dess­es adul­tos para garan­tir o sen­ti­do de  per­tenci­men­to às cri­anças.

“Ao mes­mo tem­po, tra­bal­hamos com as cri­anças mostran­do que pre­cisam con­fi­ar, que elas se têm e que não vão se afas­tar. Essas cri­anças sabem que per­tencem a uma grande família”.

De acor­do com a psicólo­ga, é necessário explicar aos pais que eles pas­sam a ter papel diário e que decisões e exem­p­los acon­te­cem na intim­i­dade de casa. “Esse amor é con­struí­do. Essa ideia de que você olha e já começa a amar é men­ti­ra. Essa con­strução, muitas vezes, não ocorre de ime­di­a­to e demo­ra um pouco“. Por isso, o adul­to pre­cisa estar muito bem ampara­do.

“Perfeitamente possível”

Em entre­vista à Agên­cia Brasil, a pro­fes­so­ra de dire­ito Saman­tha Dufn­er, que é pesquisado­ra do tema e auto­ra do livro Famílias mul­ti­fac­etadas, lança­do recen­te­mente, apon­ta que o Estatu­to da Cri­ança e Ado­les­cente tem um dis­pos­i­ti­vo que recomen­da a adoção de irmãos em con­jun­to.

Ela con­sid­era, no entan­to, que é difí­cil que uma família ten­ha estru­tu­ra para rece­ber qua­tro pes­soas de uma vez. “Nesse caso, por exem­p­lo, é per­feita­mente pos­sív­el que essa adoção ten­ha sido ajus­ta­da para que o elo afe­ti­vo não seja per­di­do. Den­tro da real­i­dade brasileira, eu vejo com muito bons olhos que eles ten­ham sido ado­tadas dessa maneira. O foco tem que ser a cri­ança”. Ain­da mais em uma real­i­dade tão diver­sa como a do Brasil, con­forme mostra o Sis­tema Nacional de Adoção e Acol­hi­men­to (SNA), a car­go do Con­sel­ho Nacional de Justiça.

Há hoje no Brasil 4.393 cri­anças aptas à adoção e 33.998 pre­tendentes em um descom­pas­so. A maio­r­ia deles (61,8%) aceitaria ado­tar uma cri­ança e 35,8% con­cor­dari­am em rece­ber dois fil­hos. Aci­ma de três cri­anças, ape­nas 2,3% dos pre­tendentes aceitari­am.

Out­ro dado inter­es­sante é que de 2019 a 2022, 9.540 adoções foram feitas de ape­nas uma cri­ança. Um total de 3.092 foi com um irmão, 1.540, com dois irmãos, 872 com três irmãos e 780 com mais de três.

Preconceitos

O casal de advo­ga­dos Kari­na Berar­do, de 45 anos, e Hugo Teles, de 44, ado­taram dois fil­hos, o primeiro, um meni­no (hoje com 13 anos), e depois uma meni­na (atual­mente com 12). O casal esta­va na fila e con­tin­u­ou para ter a segun­da fil­ha.

A par­tir da exper­iên­cia da adoção, tornaram-se ativis­tas nesse tema e atu­am como vol­un­tários no grupo de apoio Aconchego. “Os gru­pos de apoio tra­bal­ham antes, durante e depois da adoção. Da situ­ação de pre­tendente a quem já tem a guar­da, há cur­sos e reuniões de ori­en­tação”, afir­ma a mãe.

Out­ra luta do casal, além do proces­sos de adoção, é o com­bate ao racis­mo. “Não dá para a gente fin­gir que não existe”, diz Kari­na, que se revol­ta ao ver­i­ficar situ­ações rela­cionadas aos fil­hos.

Ela con­ta que as cri­anças já foram alvo desse tipo de crime em espaços que vão do con­domínio à esco­la. Para sanar questões de rep­re­sen­ta­tivi­dade, que não eram con­tem­pladas no ambi­ente edu­ca­cional, os pais pas­saram a incen­ti­var o con­hec­i­men­to de per­son­agens e de artis­tas negras.

Tam­bém enfren­tou o pre­con­ceito o arquite­to car­i­o­ca Ricar­do Stumpf, hoje com 72 anos, que mora em Camaçari (BA). Depois de qua­tro fil­hos biológi­cos, ele, em um momen­to em que esta­va solteiro e de reflexão sobre a vida, soube de uma situ­ação de vul­ner­a­bil­i­dade de uma meni­na de 9 anos em Vitória da Con­quista. Stumpf diz que repen­sou a própria vida depois de ter sido víti­ma de um seque­stro.

“Foi depois dis­so que resolvi adotá-la”. Foi a descober­ta de uma amizade de pai e fil­ha. Em um perío­do em que resid­iu em Brasília, afir­ma que pres­en­ciou episó­dio de racis­mo con­tra ela. Pediu demis­são de um emprego e se mudou para a Bahia. Hoje, aque­la meni­na é téc­ni­ca de enfer­magem e atua na saúde públi­ca da cidade de Rio de Con­tas (BA). “Faço fac­ul­dade de enfer­magem. Pelo que meu pai me ensi­nou, pen­so sem­pre que um dia vou poder cuidar dele tam­bém com min­ha profis­são”.

Brasília (DF) - Dia Nacional da Adoção, comemorado hoje. - Famílias encontram caminhos para adotar irmãos biológicos. - Família da Lilian - Foto: Arquivo Pessoal
Repro­dução: Brasília (DF) — Dia Nacional da Adoção, comem­o­ra­do hoje. — Famílias encon­tram cam­in­hos para ado­tar irmãos biológi­cos. — Família da Lil­ian — Foto: Arqui­vo Pes­soal — Arqui­vo pes­soal

Ricar­do hoje tem mais motivos de feli­ci­dade e se sente reju­ve­nesci­do. Ele é casa­do, des­de 2014, com Adri­ano, que é con­ta­dor. O com­pan­heiro já havia man­i­fes­ta­do o dese­jo de ter fil­ho. Ricar­do teve dúvi­das se teria a mes­ma ener­gia quan­do já havia pas­sa­do dos 60 anos. Eles entraram na fila de adoção para ado­tar duas cri­anças, mais pre­cisa­mente dois irmãos, que estavam em situ­ação de vul­ner­a­bil­i­dade em um abri­go na cidade de Ilhéus.

A ori­en­tação da Justiça seria que a adoção dev­e­ria ser dos dois. Isso ocor­reu em 2017. O mais vel­ho tin­ha qua­tro anos de idade. O mais novo, um ano e meio.

“Eu me ques­tionei: será que ten­ho condições de cri­ar essa cri­ança? Eles vier­am quan­do eu tin­ha 66 anos. E vi que con­si­go faz­er tudo. Me deu mais um sen­ti­do de vida e me sin­to mais dis­pos­to por causa dela”. Con­sideran­do a idade e a exper­iên­cia de vida, o arquite­to desco­briu que o amor era mes­mo impos­sív­el de ser quan­tid­fi­ca­do.

Edição: Graça Adju­to

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