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Fenômenos extremos, como as chuvas do Recife, devem se repetir

Repro­dução: © TV Brasil

Análise é de especialista em recursos hídricos da Unesp


Pub­li­ca­do em 06/06/2022 — 17:45 Por Daniel Mel­lo — Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

Fenô­menos climáti­cos extremos, como as chu­vas que provo­caram ao menos 126 mortes no Recife, devem se tornar ain­da mais fre­quentes nos próx­i­mos anos, segun­do o pro­fes­sor espe­cial­ista em recur­sos hídri­cos da Uni­ver­si­dade Estad­ual Paulista (Une­sp) Rodri­go Manzione.

“A gente tem essas anom­alias, essas insta­bil­i­dades no cli­ma, que são difí­ceis de pre­v­er. Elas já são resul­ta­do do quadro de mudanças climáti­cas que vem alteran­do a tem­per­atu­ra dos oceanos, entre out­ras coisas. Então, é de se esper­ar que a gente con­tin­ue ten­do anom­alias, sur­pre­sas nos próx­i­mos anos”, diz.

O espe­cial­ista desta­cou que as fortes chu­vas que têm atingi­do a Região Nordeste nas últi­mas sem­anas acon­te­cem em um momen­to em que não seri­am esper­a­dos tem­po­rais tão inten­sos. “Essas chu­vas geral­mente o pes­soal cos­tu­ma esper­ar para janeiro, fevereiro, março. E, ago­ra, está vin­do fora de hora, e acabou cau­san­do mais estra­gos para essa época do ano do que o esper­a­do”, acres­cen­tou.

Neste ano, o fenô­meno acon­tece, segun­do Manzione, dev­i­do ao La Ninã, quan­do há o aque­c­i­men­to das águas do Oceano Pací­fi­co, mudan­do os padrões do cli­ma. “A gente vem pas­san­do por anos con­sec­u­tivos de alter­ações nes­sas tem­per­at­uras do [Oceano] Pací­fi­co. Hora com aque­c­i­men­to, hora com res­fri­a­men­tos anô­ma­los. Isso faz com que a gente ten­ha os quadros de La Niña, com aque­c­i­men­to, El Niño, com res­fri­a­men­to, se repetindo ano a ano. Isso faz com que os padrões climáti­cos nor­mais, vamos diz­er assim, acabem não ocor­ren­do”, expli­cou.

Maior frequência

Essas alter­ações no cli­ma pres­sion­am, de acor­do com o espe­cial­ista, a capaci­dade das zonas urbanas de con­ter e dar respos­ta a essas situ­ações. “Even­tos que ocor­ri­am a cada dez, 20 anos, começam ocor­rer a cada cin­co. Aí, não tem cidade que suporte”, enfa­ti­zou.

O Brasil tam­bém começa, segun­do Mazione, a ficar expos­to a situ­ações que não ocor­ri­am no pas­sa­do. Ele citou como exem­p­lo os fortes ven­tos e os ciclones que atin­gi­ram San­ta Cata­ri­na nos últi­mos anos. “A gente pode ter even­tos que até então estavam em cat­e­go­rias mais baixas como furacões de classe mais baixa. A gente não está livre dess­es fenô­menos, como se acred­i­ta­va no pas­sa­do”, aler­ta.

O pro­fes­sor acred­i­ta na importân­cia de se pen­sar estraté­gias para reduzir o impacto dess­es even­tos no futuro. “Esse é o dile­ma, como a gente vai respon­der a esse tipo de prob­le­ma. Se a gente vai se pre­venir e, quan­do acon­te­cer, a gente poder respon­der de uma for­ma mais efi­ciente e poder min­i­mizar as per­das de vida, mate­ri­ais, econômi­cas”, diz.

O desafio, no entan­to, é grande. Manzione ressalta que exis­tem no país 8 mil­hões de pes­soas viven­do em áreas con­sid­er­adas de risco.

Edição: Lílian Beral­do

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