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Fernanda Montenegro toma posse na cadeira 17 da ABL

Repro­dução: © Divul­gação ABL/Direitos Reser­va­dos

Em seu discurso, atriz agradeceu a classe artística


Pub­li­ca­do em 25/03/2022 — 23:32 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

A atriz Fer­nan­da Mon­tene­gro, con­sid­er­a­da uma das damas do teatro nacional, tomou posse hoje (25) à noite, na Acad­e­mia Brasileira de Letras (ABL). Úni­ca con­cor­rente à vaga, ela rece­beu, no dia 4 de novem­bro do ano pas­sa­do, 32 dos 35 votos pos­síveis e, aos 92 anos, é a primeira mul­her a assumir a cadeira 17, suce­den­do o diplo­ma­ta Affon­so Ari­nos de Melo Fran­co (1930–2020). 

Em seu dis­cur­so, Fer­nan­da Mon­tene­gro agrade­ceu a classe artís­ti­ca e desta­cou a  posse de uma atriz para a ABL “William Shake­speare deixou eterniza­do esse  con­ceito estru­tur­al da afir­mação de uma arte. O mun­do é um pal­co e todos nós, seres humanos, somos atores nesse pal­co. Agradeço muito ao meu coração e min­ha razão por estar sendo acei­ta nes­ta casa, pro­tag­o­nista, ref­er­en­ci­a­da, da nos­sa mais alta cul­tura, que é a Acad­e­mia Brasileira de Letras”, disse.

“Emo­ciona­da, tomo posse da cadeira número 17. Sou atriz, ven­ho des­ta mís­ti­ca arte arcaica que é o teatro. Sou a primeira rep­re­sen­tante da cena brasileira a ser rece­bi­da nes­ta casa. Esse meu ofí­cio expres­sa uma estran­heza com­preen­são. A raiz dessa arte está na com­plex­i­dade de só exi­s­tir através do cor­po e da alma de ator ou de uma atrizao traz­er a lit­er­atu­ra dramáti­ca para a ver­ti­cal­i­dade cêni­ca”, acres­cen­tou

Logo após ser elei­ta, Fer­nan­da man­i­festou em sua rede social, que a Acad­e­mia Brasileira de Letras é um ref­er­en­cial cul­tur­al de 125 anos. “Abrigou e abri­ga rep­re­sen­tantes que hon­ram a diver­si­dade da nos­sa cria­tivi­dade em várias áreas. Vejo a acad­e­mia como um espaço de resistên­cia cul­tur­al. Agradeço a opor­tu­nidade”.

A atriz rece­beu a notí­cia da eleição por meio da tam­bém imor­tal da ABL, Nél­i­da Piñon.

Arlete Torres

Fer­nan­da Mon­tene­gro é o nome artís­ti­co de Arlette Pin­heiro Mon­teiro Tor­res, nasci­da no dia 16 de out­ubro de 1929, no Rio de Janeiro. Atriz e escrito­ra, ela é con­sid­er­a­da uma das mel­hores atrizes do país. Foi a primeira lati­no-amer­i­cana e a úni­ca brasileira indi­ca­da ao Oscar de Mel­hor Atriz, em 1999, pelo filme Cen­tral do Brasil, do dire­tor Wal­ter Salles. Foi tam­bém a primeira brasileira a gan­har o Emmy Inter­na­cional na cat­e­go­ria de mel­hor atriz pela atu­ação na série Doce de Mãe, da TV Globo, de 2013.

“Pelo recon­hec­i­men­to ao desta­ca­do tra­bal­ho nas artes cêni­cas brasileiras”, Fer­nan­da Mon­tene­gro foi con­dec­o­ra­da, em 1999, pelo então pres­i­dente da Repúbli­ca, Fer­nan­do Hen­rique Car­doso, com a maior comen­da civ­il do país, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Méri­to. Além dos cin­co prêmios Molière, ela gan­hou em 1998 o Urso de Pra­ta no Fes­ti­val de Berlim, pela inter­pre­tação de Dora no filme Cen­tral do Brasil.

Em 2013, foi elei­ta a 15ª cele­bri­dade mais influ­ente do Brasil pela revista Forbes. Durante a cer­imô­nia de aber­tu­ra dos Jogos Olímpi­cos Rio 2016, Fer­nan­da leu o poe­ma A flor e a náusea, de Car­los Drum­mond de Andrade, dubla­do em inglês pela tam­bém atriz Judi Dench.

Foi a primeira atriz con­trata­da pela TV Tupi, em 1951, onde par­ticipou de 80 teleteatros. Em telen­ov­e­las, sua estreia ocor­reu em 1954, como pro­tag­o­nista de A Mural­ha, na RecordTV. Tra­bal­hou na maio­r­ia das emis­so­ras pro­du­toras de tele­dra­matur­gia, como Band, TV Cul­tura, RecordTV e Rede Globo, onde está des­de 1981, além das extin­tas TV Excel­sior, TV Rio e Rede Tupi.

Na área da lit­er­atu­ra, a atriz pub­li­cou, em 2018, o livro Fer­nan­da Mon­tene­gro: Itin­erário Foto­bi­ográ­fi­co e, no ano seguinte, lançou o livro Pról­o­go, Ato, Epíl­o­go, pela Com­pan­hia das Letras, escrito em parce­ria com Mar­ta Góes.

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Edição: Fábio Mas­sal­li

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