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Festa Literária movimentará Maricá com escritores de destaque

Cartunista Ziraldo é o homenageado da edição deste ano

Cristi­na Indio do Brasil – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 01/11/2024 — 07:28
Rio de Janeiro
Maricá (RJ), 31/10/2024 - Tendas da Festa Literária Internacional de Maricá (Flim) no Parque Nanci. Foto: Secretaria Municipal de Educação de Maricá/Divulgação
Repro­dução: © Sec­re­taria Munic­i­pal de Edu­cação de Maricá/Divulgação

O car­tunista Ziral­do será hom­e­nagea­do na 9ª Fes­ta Literária Inter­na­cional de Mar­icá (Flim), que começa nes­ta sex­ta-feira (1º) e vai até 10 de novem­bro, na orla do Par­que Nan­ci, na cidade que faz parte da região met­ro­pol­i­tana do Rio de Janeiro. A pro­gra­mação, das 9h às 20h, inclui palestras, debates, shows e ativi­dades voltadas para todos os públi­cos. Além dis­so, con­vi­da­dos espe­ci­ais, como escritores, artis­tas e pesquisadores vão par­tic­i­par de bate-papos com o públi­co, por meio de rodas de con­ver­sa e talk shows.

slo­gan des­ta edição é A Nos­sa História A Gente Escreve Aqui. Entre os par­tic­i­pantes, o públi­co poderá ver escritores pre­mi­a­dos, como Ita­mar Vieira Junior, Tere­sa Cár­de­nas, Jacques d’Adesky, Val­ter Hugo Mãe, Con­ceição Evaris­to, Ond­ja­ki, José Eduar­do Agualusa, Luiz Antônio Simas e Thali­ta Rebouças. Tam­bém vão par­tic­i­par os escritores e pro­fes­sores Cel­so Vas­con­cel­los, Luiz Anto­nio Simas e Eliane Potiguara; o filó­so­fo Clóvis de Bar­ros Fil­ho; os car­tunistas Aroeira e Miguel Pai­va. Em dois pal­cos, o públi­co vai se diver­tir com shows dos can­tores Paulin­ho Mos­ka, Lenine, Vanes­sa da Mat­ta, Rober­ta Sá e o rap­per MV Bill. A pro­gra­mação inclui ain­da a par­tic­i­pação dos atores Tuca Andra­da, José de Abreu, Stepan Ner­cess­ian e Letí­cia Sabatel­la.

“Todo ano tem um hom­e­nagea­do. Ano pas­sa­do foi Gilber­to Gil. Este ano, pela primeira vez, esta­mos fazen­do uma hom­e­nagem pós­tu­ma ao Ziral­do, que foi uma grande figu­ra com o traço, com arte e desen­ho. Foi fun­dador do jor­nal O Pasquim. Uma figu­ra que deixou grande con­tribuição. As cri­ações dele, como o Meni­no Maluquin­ho e out­ras, tran­scen­dem ger­ações”, disse o secretário munic­i­pal de Edu­cação de Mar­icá, Már­cio Jardim, à Agên­cia Brasil.

“A Flim é uma fes­ta literária que faz uma cel­e­bração à cul­tura do livro e ao que o livro pode pro­por­cionar à vida das pes­soas. Tem essa dimen­são de importân­cia do val­or humano, sobre­tu­do, para o públi­co-alvo, que é o públi­co prin­ci­pal – os alunos da nos­sa rede munic­i­pal de ensi­no – e do que isso rep­re­sen­ta para eles e no imag­inário deles. A gente, às vezes, não con­segue dimen­sion­ar no pre­sente, mas o que isso agre­ga para o futuro de cada um deles”, afir­mou.

Público

O secretário Már­cio Jardim mostra-se na super­ação do número de vis­i­tantes des­ta edição da Flim, que, no ano pas­sa­do, rece­beu mais de 120 mil pes­soas. Para Jardim, a área do Par­que Nan­ci, que é de fácil aces­so, vai con­tribuir para o cresci­men­to do públi­co. As insta­lações estão mon­tadas em um espaço de 10 mil met­ros quadra­dos (m²) no cen­tro da cidade, em um espaço que se estende a dois dos qua­tro dis­tri­tos de Mar­icá, que São Pon­ta Negra e Itaipuaçu.

“No ano pas­sa­do, foi na região de Itaipuaçu. Neste ano, enten­demos que a local­iza­ção favorece a pre­sença do públi­co e, por isso, acred­i­ta­mos que haverá um número maior que o do ano pas­sa­do. Creio que mais de 150 mil pes­soas neste ano, até pelo vol­ume que gan­hou no ano pas­sa­do em divul­gação e mídia espon­tânea. Isso ger­ou expec­ta­ti­va para esta edição e a expec­ta­ti­va faz com que as pes­soas acabem nutrindo essa ansiedade de saber como vai ser e poder par­tic­i­par. Acred­i­to que a gente vai ter um número bem expres­si­vo de par­tic­i­pação”, acres­cen­tou Jardim.

Papo Flim

Ao lon­go dos dez dias, a are­na de debates Papo Flim, uma das atrações da fes­ta literária, rece­berá escritores, atores e músi­cos em rodas de con­ver­sas e talk shows. Logo na aber­tu­ra, a par­tir das 18h, os escritores Ita­mar Vieira Júnior e Jacques d’Adesky par­tic­i­parão do debate Ter­ritórios de Resistên­cia: Histórias de Luta e Ances­tral­i­dade. O baiano Ita­mar Vieira Junior, vence­dor dos prêmios Leya, Oceanos e Jabu­ti, é autor do romance Tor­to Ara­do, um dos maiores suces­sos de públi­co e de críti­ca da lit­er­atu­ra brasileira das últi­mas décadas. O livro foi traduzi­do em mais de 20 país­es.

Para Ita­mar, o Brasil é um país diver­so, onde mais de 50% da pop­u­lação se autode­clara pre­ta e par­da, o que mostra o quan­to as pes­soas querem se sen­tir rep­re­sen­tadas de algu­ma for­ma nes­sa história, como já vem ocor­ren­do na lit­er­atu­ra brasileira.

“Que as histórias falem de tudo, das coisas que con­hece­mos, que falem do Brasil, que elas pos­sam recon­tar a nos­sa história, que a gente pos­sa falar sobre nos­sas dores e tam­bém nos­sas esper­anças. Acho que, de fato, a lit­er­atu­ra brasileira tem exper­i­men­ta­do um pouco isso nos últi­mos anos”, disse Ita­mar Vieira Júnior à Agên­cia Brasil.

Crianças

Para as cri­anças está reser­va­do o espaço Flimz­in­ha. A área infan­til será toda inspi­ra­da na obra do escritor e desen­hista Ziral­do, em uma hom­e­nagem ao escritor e car­tunista que mor­reu em abril, aos 91 anos. Lá o públi­co terá refer­ên­cias a per­son­agens cri­a­dos pelo artista como o Meni­no Maluquin­ho, a Pro­fes­so­ra Maluquin­ha e a Tur­ma do Per­erê.

A cri­ança­da poderá aproveitar os estandes para com­prar livros infan­tis e par­tic­i­par de con­tação de histórias, teatro lambe-lambe, apre­sen­tações musi­cais da Wand­inha, Bar­bie, O Flme e Naru­to, e shows da Mangueira do Aman­hã, do Pass­in­ho Car­i­o­ca e do Vio­lúdi­co, entre out­ros.

O públi­co infan­til terá ain­da um par­que inter­a­ti­vo e lúdi­co e se diver­tirá em brin­que­dos que sim­u­lam naves espa­ci­ais e instru­men­tos musi­cais, pare­des de escal­a­da, bal­anços, túnel e cama elás­ti­ca. As atrações se esten­dem à hor­ta do Par­que Nan­ci, que se trans­for­mará em uma fazend­in­ha com plan­tações e ani­mais de pequeno porte.

“Nós cri­amos, des­de o ano pas­sa­do, um espaço que chamamos de Flimz­in­ha, volta­da para o públi­co infan­til, até por con­ta de como­di­dade: são faixas etárias difer­entes, níveis de con­hec­i­men­to do livro de lit­er­atu­ra que é a fes­ta. Por tudo isso, a gente fez a sep­a­ração e tem uma pro­gra­mação especí­fi­ca volta­da para a faixa etária da edu­cação infan­til e tem uma out­ra já para os mais ado­les­centes, os alunos do ensi­no fun­da­men­tal do seg­men­to 2”, infor­mou o secretário.

Internacional

O secretário desta­cou que o i da sigla Flim é de inter­na­cional e comem­o­rou a pre­sença de qua­tro autores estrangeiros no encon­tro literário: a cubana Tere­sa Cár­de­nas, o moçam­bi­cano José Eduar­do Agualusa, o angolano Ond­ja­ki e o escritor Val­ter Hugo Mãe, que nasceu em Ango­la e é rad­i­ca­do em Por­tu­gal . “É uma boa rep­re­sen­ta­tivi­dade estrangeira.”

Estes autores for­t­ale­cerão na Fes­ta Literária a cul­tura africana, muito pre­sente na obra de Ita­mar Vieira Junior. A exposição Heróis Quilom­bo­las cel­e­brará a ances­tral­i­dade.

Mumbuca Literária

Mais uma vez, estu­dantes das 77 esco­las da rede munic­i­pal de ensi­no rece­berão uma facil­i­dade para a com­pra de livros. Cer­ca de 30 mil alunos gan­harão vouch­ers chama­dos de Mum­bu­ca Literária O nome é uma refer­ên­cia à moe­da social de Mar­icá, a mum­bu­ca.

O bene­fí­cio, no val­or de 200 mum­bu­cas, será esten­di­do a 9.460 alunos do ensi­no supe­ri­or, inte­grantes do pro­gra­ma Pas­s­aporte Uni­ver­sitário, pro­fes­sores e servi­dores das redes munic­i­pal e estad­ual e aposen­ta­dos da Sec­re­taria de Edu­cação do municí­pio. Segun­do a prefeitu­ra de Mar­icá, o inves­ti­men­to é de R$ 12 mil­hões.

De acor­do com Már­cio Jardim, esta é a segun­da edição segui­da que os alunos do Pas­s­aporte Uni­ver­sitário rece­berão a Mum­bu­ca Literária.” A nos­sa fes­ta literária é muito livre e de caráter educa­ti­vo. Nen­hu­ma feira no Brasil tem tan­to vol­ume de livros que chegam às mãos das cri­anças e dos estu­dantes. Esse ambi­ente de debates engrandece as pes­soas, o ser humano, e traz con­hec­i­men­to para as cri­anças, que são nos­so maior públi­co-alvo”, expli­cou Már­cio Jardim.

Segun­do o escritor Ita­mar Vieira Júnior a Mum­bu­ca Literária é um tipo de incen­ti­vo, que em cer­ta medi­da, reduz a desigual­dade que existe no país. “Muitas pes­soas não chegam à leitu­ra pela fal­ta de condições para com­pra ou para emprés­ti­mo de livros. Tudo que for feito para reduzir, para mit­i­gar essa desigual­dade e faz­er com que as pes­soas ingressem e busquem os livros e pos­sam ter a opor­tu­nidade de ter um livro na mão para levar para casa, para ler, emprestar. Tudo que é feito para reduzir essa desigual­dade é muito váli­do e muito bem-vin­do. Out­ras feiras literárias tiver­am exper­iên­cias pare­ci­das”, afir­mou.

Fora das capitais

O secretário Már­cio Jardim con­sider­ou bas­tante pos­i­ti­vo um encon­tro literário, como este, ser real­iza­do fora das cap­i­tais brasileiras. Para Jardim, é uma for­ma de espal­har a cul­tura para out­ros cen­tros do país.

“É muito rel­e­vante e não é comum esse tipo de coisa. Feliz­mente, nos últi­mos anos, as fes­tas literárias gan­haram novo impul­so em vários municí­pios. Cer­ta­mente, Mar­icá vai sen­tir o impacto dis­so nos próx­i­mos anos, porque esta é a nona edição, e a for­mação de um públi­co leitor que tem curiosi­dade pelo livro e pela leitu­ra impacta na vida de jovens e ado­les­centes. Em uma escala de 10 anos, vamos começar a perce­ber isso. É uma coisa boa, porque é uma mar­ca para uma cidade com algo que é sim­páti­co: ter uma políti­ca de apos­tar na for­mação de con­sciên­cias. A leitu­ra pos­si­bili­ta a eman­ci­pação das pes­soas a par­tir do con­hec­i­men­to.”

Transportes

Nes­ta sex­ta-feira (1º), começa a fun­cionar a oper­ação espe­cial da Empre­sa Públi­ca de Trans­portes para facil­i­tar os deslo­ca­men­tos dos vis­i­tantes da Flim. Além do reforço na Lin­ha E13, que vai oper­ar das 9h às 20h, com saí­das do Ter­mi­nal Rodoviário do Povo de Mar­icá. A cada 15 min­u­tos, haverá um micro-ônibus para a inte­gração da Rodovia Ama­r­al Peixo­to com a orla onde ocor­rerá a fes­ta.

O públi­co poderá usar ain­da o ônibus dire­to, que sai da Pas­sarela do Par­que Nan­ci, na altura do KM 25 da RJ-106, e segue até a orla do par­que. A lin­ha espe­cial estará disponív­el das 9h até o tér­mi­no das ativi­dades do dia.

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