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Festival de Cinema de Vitória aumenta janelas de exibição para filmes

Repro­dução: © Gus­ta­vo Louza­da

Evento apresentará 100 obras e homenageará poeta Elisa Lucinda


Pub­li­ca­do em 13/09/2023 — 07:15 Por Alana Gan­dra – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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A atriz e poeta Elisa Lucin­da é a hom­e­nagea­da do 30º Fes­ti­val de Cin­e­ma de Vitória, que começa na próx­i­ma segun­da-feira (18), no Cen­tro Cul­tur­al Sesc Glória, na região cen­tral da cap­i­tal do Espíri­to San­to.

Segun­do a pro­du­to­ra exec­u­ti­va do fes­ti­val, Laris­sa Del­bone, Elisa Lucin­da foi escol­hi­da para ser hom­e­nagea­da porque, além dela ser capix­a­ba, dialo­ga muito com o que o fes­ti­val vem bus­can­do, através dos seus hom­e­nagea­d­os. “É uma mul­her capix­a­ba, tem tudo a ver com a vol­ta para a nos­sa história, depois de 29 edições e, tam­bém, porque Elisa tem uma relação muito forte com o cin­e­ma brasileiro”, disse Laris­sa à Agên­cia Brasil.

“O fes­ti­val é estri­ta­mente brasileiro e ela é uma atriz que nos enche de orgul­ho”, afir­mou a pro­du­to­ra. O fes­ti­val se esten­derá até o sába­do (23).

Elisa Lucin­da rece­berá o Troféu Vitória e o Cader­no da Hom­e­nagea­da no dia 21, às 19h. A pub­li­cação é assi­na­da pelos jor­nal­is­tas Lais de Mel­lo Rocio, Leonar­do Vais e Paulo Gois Bas­tos, e tra­ta da vida e da tra­jetória profis­sion­al da atriz. “Estou me sentin­do tão impor­tante sendo hom­e­nagea­da no Fes­ti­val de Cin­e­ma da min­ha ter­ra. Sem­pre quis ser um orgul­ho capix­a­ba. Não adi­anta nada faz­er suces­so no mun­do inteiro sem o aplau­so da mãe da gente, sem o amor da aldeia”, disse Elisa Lucin­da, que dará entre­vista à impren­sa no dia 22, às 15h, no Hotel Senac Ilha do Boi.

Todas as ativi­dades são gra­tu­itas, entre as quais mostras, ofic­i­nas e debates sobre os filmes exibidos. A pro­gra­mação se dividirá entre o Sesc Glória, o Cine Metrópo­lis, da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Espíri­to San­to (Ufes), e o Hotel Senac Ilha do Boi.

Produção

Laris­sa Del­bone chamou a atenção para o fato de o cin­e­ma brasileiro viv­er um perío­do de grande pro­dução. “E a gente tem que se respon­s­abi­lizar cada vez mais pelo aumen­to das janelas de exibição para o nos­so cin­e­ma. O fato de comem­o­rar 30 anos de fes­ti­val, com uma seleção muito vas­ta, é a nos­sa grande lição. São mais de 100 filmes, entre cur­tas e lon­gas-metra­gens, que serão exibidos durante o even­to. É o cin­e­ma nacional em exibição mes­mo!.”

A pro­du­to­ra exec­u­ti­va apon­tou uma car­ac­terís­ti­ca impor­tante do fes­ti­val no esta­do, que o posi­ciona como pio­neiro no Brasil: a val­oriza­ção do aces­so. “Hoje, 90% do nos­so públi­co são per­iféri­cos. É um públi­co que se deslo­ca para estar na sessão do fes­ti­val, e eu acred­i­to muito nesse even­to para o cin­e­ma brasileiro”. Laris­sa lem­brou que a maio­r­ia das salas de cin­e­ma de Vitória fica em shop­ping cen­ters, com pro­gra­mação toma­da por filmes estrangeiros. “Por isso, faze­mos do Espíri­to San­to, uma vez por ano, a maior janela de exibição do cin­e­ma brasileiro.”

Para a edição 2023, a orga­ni­za­ção do fes­ti­val rece­beu 1,2 mil títu­los do Brasil inteiro e sele­cio­nou 100 para exibição. No dia 23, serão entregues prêmios para 37 cat­e­go­rias, incluin­do o do júri pop­u­lar.

Homenageada

Elisa Lucin­da é nasceu em Cariaci­ca, na região met­ro­pol­i­tana de Vitória. Aos 11 anos, ini­ciou os estu­dos de decla­mação de poe­mas, arte que exerce até hoje. For­mou-se em jor­nal­is­mo em 1982 e começou a exercer a profis­são como repórter e apre­sen­ta­do­ra de TV, mas acabou tril­han­do out­ros cam­in­hos artís­ti­cos. Na segun­da metade da déca­da de 80, mudou-se para o Rio de Janeiro e entrou para o cur­so de inter­pre­tação teatral da Casa de Artes de Laran­jeiras (CAL).

Em 35 anos de car­reira, tra­bal­hou em cin­e­ma, teatro e tele­visão. No cin­e­ma, o primeiro tra­bal­ho foi A Fábu­la da Bel­la Palomeira, de Ruy Guer­ra, em 1987. Em 2020, foi a vence­do­ra do Prêmio Espe­cial do Júri do Fes­ti­val de Cin­e­ma de Gra­ma­do, pelo con­jun­to da obra, com o filme Por que Você Não Cho­ra?, de Cibele Ama­r­al, em 2021. Seus últi­mos tra­bal­hos no cin­e­ma foram O Pai da Rita, de Joel Zito Araújo, e Papai é Pop, de Caí­to Ortiz, ambos em 2022.

Na tele­visão, o tra­bal­ho mais recente foi a nov­ela Vai na Fé, de Rosane Svart­man, encer­ra­da neste ano. Estre­ou em 1989 em Kanan­ga do Japão, dirigi­da por Tizu­ka Yamaza­ki, na extin­ta TV Manchete. No pal­co, Elisa está há 21 anos com o solo Parem de Falar Mal da Roti­na. O espetácu­lo de sua auto­ria, que deu origem a uma pub­li­cação homôn­i­ma, já per­cor­reu todos os esta­dos brasileiros, além de ter feito tem­po­radas na Holan­da, na Espan­ha, em Por­tu­gal, em Moçam­bique e em Cabo Verde.

Com 19 livros pub­li­ca­dos, Elisa Lucin­da se tornou uma das mais impor­tantes poet­as do Brasil. Entre os destaques de sua obra estão O Semel­hanteEu te Amo e Suas EstreiasA Fúria da Beleza Vozes Guardadas, além dos romances Fer­nan­do Pes­soa: O Cav­aleiro de Nada, final­ista do Prêmio São Paulo de Lit­er­atu­ra em 2015; e Quem me Leva Para Passear, final­ista do Prêmio Jabu­ti 2022 na cat­e­go­ria romance de entreten­i­men­to. Tam­bém é auto­ra da coleção infan­til Ami­go Ocul­to, pela qual gan­hou o Prêmio Alta­mente Recomendáv­el da Fun­dação Nacional do Livro Infan­til e Juve­nil.

Den­tro ain­da do uni­ver­so da lit­er­atu­ra, a artista fun­dou, em parce­ria com a atriz Geo­vana Pires, a Casa Poe­ma. A insti­tu­ição cul­tur­al desen­volve pro­je­tos volta­dos para o fomen­to e a pop­u­lar­iza­ção da poe­sia. Em 2021, Elisa Lucin­da tomou posse na Acad­e­mia Brasileira de Cul­tura, ocu­pan­do a cadeira de Ola­vo Bilac.

Edição: Nádia Fran­co

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