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Festival de Danças folclóricas começa neste sábado em São Paulo

Repro­dução: © arqui­vo pes­soal da Maria Angéli­ca

Grupos de 19 países mostrarão sua arte para os paulistanos


Publicado em 21/09/2024 — 07:32 Por Letycia Bond — Repórter da Agência Brasil — São Paulo

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A 51ª edição do Fes­ti­val de Danças Fol­clóri­c­as Inter­na­cionais, que irá con­tar com apre­sen­tações que com­par­til­ham um pouco da cul­tura de 19 país­es, começa neste sába­do (21), na cap­i­tal paulista, e terá a estreia dos dançari­nos Sumaq, rep­re­sen­tante do Peru, ao lado dos out­ros 26 gru­pos. O even­to é orga­ni­za­do pela Bunkyo — Sociedade Brasileira de Cul­tura Japone­sa e de Assistên­cia Social, enti­dade sem fins lucra­tivos e man­ti­da por vol­un­tários.

O fes­ti­val é uma opor­tu­nidade para as pes­soas se aprox­i­marem da arte da Ale­man­ha, Armê­nia, Áus­tria, Bolívia, Croá­cia, Escó­cia, Espan­ha, Gré­cia, Hun­gria, de Israel, do Japão, da Lituâ­nia, do Paraguai, Peru, de Por­tu­gal, da Rús­sia, Síria, Suíça e Ucrâ­nia, ao lon­go dos dois dias de pro­gra­mação. Haverá ain­da estandes de comi­da típi­ca e pro­du­tos.

“Existe todo um ensaio, um cuida­do e você percebe o quan­to os gru­pos têm praz­er de dançar. E eles pas­sam essa ener­gia boa. Você nem percebe o tem­po pas­sar. É tão boa a ener­gia que ter­mi­na um, começa out­ro e vai”, elo­gia Teru­co Ara­ki Kamit­su­ji, pres­i­dente da comis­são orga­ni­zado­ra do even­to, pon­tuan­do que o fes­ti­val chamou a atenção de um museu do Japão.

Sumaq

Por trás do grupo Sumaq, palavra que, em quéchua, sig­nifi­ca “boni­to, char­moso, gos­toso”, está a tur­is­mólo­ga peru­a­na Maria Angéli­ca Cuno, nat­ur­al de Cus­co. Ela con­ta que, des­de a esco­la, dança, assim como sua mãe, de quem her­dou uma roupa, o pon­to de par­ti­da de tudo.

Angeli­ta, como é car­in­hosa­mente chama­da pelos mais ínti­mos, saiu de seu país natal, onde tra­bal­ha­va como guia de tur­is­mo, para “sair do con­for­to”. “Cheguei aqui sem­pre pen­san­do na cul­tura, no fol­clore”, diz.

São Paulo-20/09/2024 Começa na capital paulista, a 51ª edição do Festival de Danças Folclóricas Internacionais. Foto arquivo pessoal da Maria Angélica
Repro­dução: Começa na cap­i­tal paulista a 51ª edição do Fes­ti­val de Dan. Foto: Arqui­vo pes­soal de Maria Angéli­ca

Aos poucos, foi se abrindo a novas amizades no novo lugar, com­par­til­han­do seu con­hec­i­men­to sobre as rotas pos­síveis de seu país. À medi­da que ia fazen­do amizades, as pes­soas pedi­am a ela para mostrar as danças de sua ter­ra natal. Depois de vários con­vites e gente a insti­gan­do a mon­tar um grupo pequeno de peru­ano, pôs em práti­ca o plano.

Entre­tan­to, ape­sar dos incen­tivos, muitos não man­tiver­am sua palavra de pagar pelas roupas que trouxe do Peru. Out­ro desafio, que ain­da per­manece, é chegar a con­sen­sos, já que “cada um tem um jeito difer­ente de pen­sar”.

Mes­mo com um amon­toa­do de obstácu­los, a tur­is­mólo­ga não se deixa abater e estim­u­la os inte­grantes a tam­bém se com­praz­er com a fruição da arte. “Fico incen­ti­van­do, dizen­do ‘Somos imi­grantes. Aproveit­e­mos que esta­mos aqui para nos diver­tir dançan­do. Essa é a final­i­dade’ ”, afir­ma Angeli­ta.

Volga

Os inte­grantes do grupo Vol­ga, que é parte de uma asso­ci­ação de mes­mo nome, tam­bém são ori­en­ta­dos a se deixar con­t­a­m­i­nar pela ale­gria, ao subir no pal­co, segun­do a fun­dado­ra da enti­dade, Tama­ra Gers Dim­itrov. Ela desta­ca que sele­cionam, de todo o repertório rus­so, músi­cas mais famosas para levar ao públi­co, e que usam acessórios como o enfeite de cabe­lo fem­i­ni­no kokoshnik. Out­ra car­ac­terís­ti­ca são os pas­sos de dança que con­fer­em mais altivez aos mem­bros do gênero mas­culi­no, e à del­i­cadeza às do gênero fem­i­ni­no.

São Paulo-20/09/2024 Começa na capital paulista, a 51ª edição do Festival de Danças Folclóricas Internacionais. Foto arquivo pessoal da Maria Angélica
Repro­dução: São Paulo-20/09/2024 Começa na cap­i­tal paulista, a 51ª edição do Fes­ti­val de Danças Fol­clóri­c­as Inter­na­cionais. Foto: Arqui­vo pes­soal da Maria Angéli­ca

Algo que demon­stra o entre­cruza­men­to cul­tur­al entre país­es é uma boneca bas­tante con­heci­da, que vem do arte­sana­to: a matriosca. “Ela rep­re­sen­ta toda a família e surgiu de uma ideia do Japão. Tin­ha aque­le bonequin­ho japonês, que é um den­tro do out­ro, e um artista quis faz­er algu­ma coisa rep­re­sen­tan­do a Rús­sia. Então, rep­re­sen­tou a mul­her cam­pone­sa rus­sa”, sin­te­ti­za Tama­ra.

Edelweiss

Car­los Busch entrou no grupo Edel­weiss, que já com­ple­tou 45 anos, ain­da na sua primeira déca­da de existên­cia. Hoje, sua esposa, Môni­ca Busch, é coor­de­nado­ra dos tra­jes dos inte­grantes.

Ela expli­ca que o fig­uri­no se inspi­ra no que ficou no imag­inário social durante o perío­do pós-guer­ra, em relação ao sul da Ale­man­ha e tam­bém à Áus­tria, como calça de couro e vesti­dos típi­cos de cam­pone­sas. “Optou por um tra­je que todo mun­do bate o olho e sabe que é alemão”, enfa­ti­za ela, acres­cen­tan­do que as core­ografias incluem danças em cír­cu­lo ou quadrilha (gru­pos de qua­tro pares), que remete às danças da corte, e são bem pen­sadas, já que é pre­ciso caber em um espaço de dez min­u­tos.

Em relação aos instru­men­tos musi­cais, o que se escu­ta são os sons de san­fona, vio­li­no, con­tra­baixo e, even­tual­mente, flau­ta. “Nós não temos músi­ca ao vivo, infe­liz­mente. É muito difí­cil encon­trar músi­cos que acom­pan­hem o rit­mo de um grupo de dança. Mas, com uma san­fona, a gente faz um bailão. A gente brin­ca e diz isso.”

Veja a programação

51º Fes­ti­val de Danças Fol­clóri­c­as Inter­na­cionais

21 de setem­bro (sába­do), às 16h e 22 de setem­bro (domin­go), às 15h

Grande Auditório do Bunkyo (Rua São Joaquim, 381 — Liber­dade, São Paulo | próx­i­mo ao metrô São Joaquim

Dia 21 de setem­bro (sába­do) — 16h

1. Awaodori Repre­sa — Japão

2. Colé­gio Ben­jamin Con­stant — Ale­man­ha

3. Brasil Caledô­nia — Escó­cia

4. Aldeias da Nos­sa Ter­ra — Por­tu­gal

5. Neolea Asteri — Gré­cia

6. Kilikia — Armê­nia

7. Tanz­grupe Hel­ve­tia — Suíça

8. Kyiv — Ucrâ­nia

9. Mabruk – Síria

10. Kan­tu­ta — Bolívia

11. Tanzfre­unde — Ale­man­ha

12. Apo­lo – Gré­cia

Dia 22 de setem­bro (domin­go) — 15h

1. Chaver­im — Israel

2. Lem­bran­za e Aga­ri­mo – Espan­ha

3. A.C. Kolp­ing — Ale­man­ha

4. Alma Guarani — Paraguai

5. Sumaq Perú — Peru

6. Vol­ga — Rús­sia

7. Casa dos Açores — Por­tu­gal

8. Tirol — Áus­tria

9. Ryu­ka Sousaku Eisa Taiko — Japão

10. Ram­by­nas — Lituâ­nia

11. Jad­ran — Croá­cia

12. Kyiv — Ucrâ­nia

13. Edel­weiss — Ale­man­ha

14. Capo­rales Mi Viejo San Simón — Bolívia

15. Pánt­li­ka — Hun­gria

16. Zor­bás — Gré­cia

 

Edição: Aécio Ama­do

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