...
terça-feira ,11 fevereiro 2025
Home / Cultura / Festival Interculturalidades ocupa equipamentos e ruas de Niterói

Festival Interculturalidades ocupa equipamentos e ruas de Niterói

Repro­dução: © Design-08

Tema escolhido para a edição deste ano é Inventação


Pub­li­ca­do em 20/09/2023 — 08:13 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

ouvir:

A Uni­ver­si­dade Fed­er­al Flu­mi­nense (UFF), por meio do Cen­tro de Artes, pro­move a par­tir des­ta quar­ta-feira (20) a 13ª edição do Fes­ti­val Inter­cul­tur­al­i­dades, que ocu­pará Niterói com atrações inteira­mente gra­tu­itas. O even­to mar­ca a agen­da con­jun­ta da Fun­dação de Arte de Niterói (FAN) e a uni­ver­si­dade, após acor­do de coop­er­ação téc­ni­ca fir­ma­do entre as insti­tu­ições. A parce­ria tem caráter cien­tí­fi­co, artís­ti­co e cul­tur­al e visa for­t­ale­cer o vín­cu­lo das políti­cas cul­tur­ais com os ter­ritórios e a cidade, movi­men­tan­do a cena artís­ti­ca do municí­pio.

O fes­ti­val se esten­derá até o dia 1º de out­ubro. A pro­gra­mação com­ple­ta está disponív­el no site do Cen­tro de Artes UFF e no por­tal Cul­tura Niterói.

O tema escol­hi­do para a edição 2023 do even­to é Inven­tação, “brin­cadeira em torno do inven­tar, que é uma ação”, disse o super­in­ten­dente do Cen­tro de Artes UFF, Leonar­do Guel­man, curador do pro­je­to. A palavra inven­tação foi tira­da do escritor Guimarães Rosa para tra­bal­har a dimen­são de que a arte está sem­pre pro­duzin­do, sem­pre inven­tan­do, recrian­do. “E [esse] é o con­tex­to de Brasil que a gente está. Depois dos últi­mos anos, se colo­ca um novo hor­i­zonte para a arte, para que ela pos­sa ter esse papel de rein­ven­tar o mun­do. A arte tam­bém tem essa dimen­são de cri­ar sen­ti­do”. Para Guel­man, ago­ra o Brasil vol­ta a procu­rar um sen­ti­do que, de algu­ma for­ma, está muito lig­a­do com a mul­ti­pli­ci­dade de expressões, a diver­si­dade de cul­turas. “É daí que vem a inven­tação do Brasil, a par­tir de suas matrizes, da diver­si­dade do seu povo”, acres­cen­tou.

Rio de Janeiro (RJ) - Festival Interculturalidades, da UFF. - Tom Zé. Foto: André Conti
Repro­dução: Tom Zé par­tic­i­pa do Fes­ti­val Inter­cul­tur­al­i­dades, da UFF — Foto André Con­ti

Guel­man infor­mou que durante o perío­do do fes­ti­val, há uma lin­ha de espetácu­los em que são reunidos grandes ícones da poéti­ca, como é o caso do trop­i­cal­ista Tom Zé, no dia 26, às 20h, com um pes­soal mais novo do hip hop, como Rico Dalasam, N.I.N.A. Ao mes­mo tem­po, o even­to apre­sen­ta mestres como o sam­bista Nei Lopes, Cátia de França. “É uma pro­gra­mação bem vari­a­da”. No próx­i­mo domin­go (24), haverá o espetácu­lo Kabaret Kar­ió­Ka – Teatro do Anôn­i­mo, às 19h, no Teatro UFF. No sába­do (23), às 16h, terá pro­jeção do Cine Orques­tra O Cir­co – Chap­lin.

Filósofo

Nes­ta quin­ta-feira (21), às 17h, no Teatro da UFF, haverá a con­fer­ên­cia Semear Palavras, do pen­sador quilom­bo­la e filó­so­fo do Piauí Antônio Bis­po dos San­tos, mais con­heci­do como Nêgo Bis­po, con­sid­er­a­do uma das prin­ci­pais vozes do pen­sa­men­to das comu­nidades tradi­cionais do Brasil na atu­al­i­dade. “A pre­sença de Nêgo Bis­po visa, jus­ta­mente, pen­sar novas for­mas de ter­ri­to­ri­alizar o Brasil, de pen­sar a vida social, a pro­dução. É um pen­sador que vem do chão da ter­ra, ori­un­do do Quilom­bo Saco-Cor­tume, de São João do Piauí”. Para o curador Leonar­do Guel­man, a mar­ca é diver­si­dade e chão, “a lin­guagem que vem da ter­ra, e perce­ber que nes­sa lin­guagem que vem da ter­ra tam­bém se dá a ino­vação. A tradição e a ino­vação não são polos opos­tos. Elas se recri­am. Toda ino­vação parte da tradição e esta não está fix­a­da. Ela se move, se recria. Daí a inven­tação”, afir­mou Guel­man.

Rio de Janeiro (RJ) - Festival Interculturalidades, da UFF. - Nêgo Bispo. Foto: Murilo Alvesso
Repro­dução: Rio de Janeiro — Fes­ti­val Inter­cul­tur­al­i­dades, da UFF. — Nêgo Bis­po. Foto Muri­lo Alves­so

Os shows que vão abrir a pro­gra­mação diária são feitos por artis­tas de Niterói, como André Jamaica, Joca. Tudo é gra­tu­ito para o públi­co. Nes­ta quar­ta-feira (20), por exem­p­lo, às 19h, se apre­sen­tarão o ban­dolin­ista Hamil­ton de Holan­da e Mestrin­ho, nos jardins da reito­ria, espaço aber­to, con­vi­dan­do todo o públi­co para par­tic­i­par e inter­a­gir nes­ta 13ª edição do Inter­cul­tur­al­i­dades. O fes­ti­val envolverá múlti­plas expressões cul­tur­ais, como apre­sen­tações musi­cais e teatrais, con­fer­ên­cias, cur­sos e des­files. Par­tic­i­parão tam­bém os cole­tivos artís­ti­cos Orques­tra Sin­fôni­ca Nacional UFF e Com­pan­hia de Bal­let de Niterói.

Afetividades e Olhares

Nes­ta quar­ta-feira (20), às 17h, o Espaço UFF de Fotografia abrirá a exposição Afe­tivi­dades e Olhares. Serão exibido tra­bal­hos de 12 fotó­grafas brasileiras con­tem­porâneas de 11 esta­dos do país, com tra­jetórias e lin­gua­gens especí­fi­cas, que rev­e­lam difer­entes olhares em torno da cul­tura nacional e do tema do afe­to. As artis­tas são Aziza Xavier (Minas Gerais), Marcela Bon­fim (Rondô­nia), Raquel Bace­lar (Bahia), Cristal Luz (Alagoas), Raquel Gan­dra (Rio de Janeiro), Daniela Paoliel­lo (Minas Gerais), Ilana Bar (São Paulo), Ana Mendes (Amazonas/São Paulo), Marília Oliveira (Ceará), Isabel­la Lanave (Curiti­ba), Ingrid Bar­ros (Maran­hão), Dayse Euzébio (Paraí­ba).

Essa exposição é uma exten­são do pro­je­to Gale­ria Mun­do, real­iza­do em abril deste ano em três cidades flu­mi­nens­es — Rio de Janeiro, Teresópolis e Cabo Frio. Maiores infor­mações sobre o pro­je­to são obti­das no catál­o­go online gra­tu­ito, que pode ser aces­sa­do aqui.

Estão pro­gra­ma­dos ain­da cur­so de per­cussão e ofic­i­na de teatro com Amir Had­dad, entre out­ras ativi­dades. O encer­ra­men­to do fes­ti­val está pre­vis­to para ocor­rer no dia 1º de out­ubro, na Rua Pres­i­dente Domi­ciano, em frente ao Solar do Jam­beiro.

O pres­i­dente da Fun­dação de Artes de Niterói, Fer­nan­do Brandão, desta­ca a relação do pro­je­to com a cidade, uma vez que as ativi­dades envolvem o Cen­tro de Artes UFF, a Sala Nel­son Pereira dos San­tos, o Museu Janete Cos­ta de Arte Pop­u­lar, além da ocu­pação de espaços urbanos, como as ruas em frente ao Solar do Jam­beiro. Ele diz que para a fun­dação, é muito impor­tante val­orizar o recon­hec­i­men­to desse saber tradi­cional e pro­mover uma tro­ca entre artis­tas de renome e tradi­cionais com os músi­cos e a comu­nidade local. Brandão lem­bra que a prefeitu­ra recon­hece a importân­cia de serem ocu­pa­dos não só os equipa­men­tos cul­tur­ais, mas tam­bém os ter­ritórios, praças e ruas da cidade com even­tos como o Inter­cul­tur­al­i­dades.

Edição: Graça Adju­to

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Calor leva Justiça a adiar início das aulas no Rio Grande do Sul

Governo do estado recorre da decisão Pedro Peduzzi — Repórter da Agên­cia Brasil Pub­li­ca­do em …