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Festival no RJ traz matemática lúdica para crianças e adolescentes

Repro­dução: © Tomaz Silva/Agência Brasil

Evento espera receber 15 mil visitantes até sábado (7)


Publicado em 06/09/2024 — 07:03 Por Francielly Barbosa* — Rio de Janeiro

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Pro­movi­do pelo Insti­tu­to de Matemáti­ca Pura e Apli­ca­da (Impa), o Fes­ti­val Nacional da Matemáti­ca (Fest­Mat) teve iní­cio no Rio de Janeiro com a pro­pos­ta de mostrar ao públi­co um lado encan­ta­dor e lúdi­co da matemáti­ca. Em sua ter­ceira edição, o even­to traz como tema Matemáti­ca é Ino­vação e vai até o sába­do (7), na Mari­na da Glória, na zona sul da cidade. A par­tir da tarde des­ta sex­ta-feira (6), o fes­ti­val pas­sa a ser aber­to para todo o públi­co. A vis­i­tação é gra­tui­ta e a pro­gra­mação pode ser con­feri­da no site do Fest­Mat

O primeiro dia, a quin­ta-feira (4), foi exclu­si­vo para as esco­las públi­cas e pri­vadas ante­ri­or­mente cadastradas.

O dire­tor-ger­al do Impa, Marce­lo Viana expli­ca que o Fest­Mat começou com a ideia de “encan­tar, diver­tir e entreter as pes­soas” a par­tir de aspec­tos lúdi­cos.

 “Ninguém vem aqui para apren­der matemáti­ca, mas para apren­der que a matemáti­ca é legal”, afir­ma.

Foi com o suces­so da primeira edição, de 2017, que o fes­ti­val se tornou um even­to per­iódi­co, real­iza­do a cada dois anos no Rio de Janeiro. “Em princí­pio no Rio de Janeiro, porque é onde o Impa está basea­do, mas quer­e­mos incen­ti­var tam­bém que pedaços do fes­ti­val acon­teçam em out­ros pon­tos do país. Vamos tra­bal­har na bus­ca por par­ceiros que via­bi­lizem essa real­iza­ção em out­ros pon­tos do Brasil”.

Rio de Janeiro (RJ), 05/09/2024 – Estudantes participam das atividades do Festival Nacional da Matemática (FestMat) 2024 na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Repro­dução: Rio de Janeiro (RJ), 05/09/2024 – Estu­dantes par­tic­i­pam das ativi­dades do Fes­ti­val Nacional da Matemáti­ca (Fest­Mat) 2024. Foto:Tomaz Silva/Agência Brasil

Segun­do Viana, soman­do o públi­co das duas primeiras edições, cer­ca de 32 mil pes­soas, entre cri­anças e pro­fes­sores, já pas­saram pelo fes­ti­val. Na edição de 2024, 15 mil vis­i­tantes são esper­a­dos.

Para atrair as cri­anças, o even­to foca em instru­men­tos que mostrem a apli­cação práti­ca da matemáti­ca. “Quan­do você mostra para a cri­ança a conexão entre a matemáti­ca que ela apren­deu na esco­la e aqui­lo que você con­segue realizar com esse con­hec­i­men­to, em ter­mos de tec­nolo­gia e de diver­são, isso serve como atra­ti­vo”, diz, acres­cen­tan­do que o insti­tu­to é respon­sáv­el pela Olimpía­da Brasileira de Matemáti­ca das Esco­las Públi­cas.

“Tem pou­cas coisas na vida que são tão apaixo­nantes quan­to a sen­sação de resolver um prob­le­ma de matemáti­ca”, desta­ca.

Bicicleta quadrada

Uma das prin­ci­pais atrações do é uma bici­cle­ta com rodas quadradas, pro­je­ta­da pela Fir­jan Sesi e que faz parte do even­to des­de a primeira edição. “Acho que ela é um bom exem­p­lo do que chama a atenção das pes­soas em matemáti­ca, porque ela é muito con­tra intu­iti­va”, diz o ger­ente de Edu­cação Bási­ca da Fir­jan, Viní­cius Mano.

“Você olha para uma bici­cle­ta, vê que as rodas dela são quadradas, nor­mal­mente você pen­sa que ela não vai andar ou que vai ser muito difí­cil faz­er as rodas girarem. Só que a matemáti­ca con­segue nos faz­er enten­der coisas que às vezes são con­tra a nos­sa intu­ição”.

No caso da bici­cle­ta, o piso em que ela cir­cu­la, em vez de uma super­fí­cie lisa, tem o for­ma­to de cur­vas — chama­da na matemáti­ca de “catenária” —, fazen­do com que o cen­tro do quadra­do este­ja sem­pre na mes­ma altura. “A roda encaixa per­feita­mente naque­le chão prepara­do para ela. A lóg­i­ca por trás da roda quadra­da é jus­ta­mente essa: trans­for­mamos a roda em out­ra figu­ra e, por con­se­quên­cia, pre­cisamos trans­for­mar tam­bém o chão em out­ra for­ma para o pas­seio poder con­tin­uar”.

Mais do que diver­ti­da e inter­es­sante, Mano reforça que a matemáti­ca é uma ciên­cia pos­sív­el para todos. Com isso, out­ra atração lev­a­da ao Fest­Mat é a Esco­la Móv­el de Matemáti­ca, uma unidade móv­el que bus­car levar toda ener­gia de um fes­ti­val de matemáti­ca para onde for.

“Sendo um cam­in­hão, a ideia é que ele vá vis­i­tar esco­las, praças públi­cas, grandes even­tos e espaços de edu­cação para que as pes­soas pos­sam, em qual­quer lugar, se diver­tirem, verem como a matemáti­ca fun­ciona e como ela é”, descreve Mano. A intenção para os próx­i­mos anos, con­forme o ger­ente da Fir­jan, é que o pro­je­to pos­sa cir­cu­lar por todos os espaços públi­cos de edu­cação do Rio de Janeiro, para que alunos de esco­las munic­i­pais e estad­u­ais pos­sam ter um con­ta­to diver­tido com a área de con­hec­i­men­to.

Meninas na matemática

Out­ro pro­je­to com ênfase na pop­u­lar­iza­ção da matemáti­ca é o Meni­nas Olímpi­cas do IMPA (MOI), pro­gra­ma em parce­ria com o Colé­gio de Apli­cação da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio de Janeiro (CAp-UFRJ), que pro­move o aumen­to da pre­sença de meni­nas em ativi­dades de matemáti­ca, com­putação e robóti­ca.

Rio de Janeiro (RJ), 05/09/2024 – Estudantes participam das atividades do Festival Nacional da Matemática (FestMat) 2024 na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Repro­dução: Rio de Janeiro (RJ), 05/09/2024 – Estu­dantes par­tic­i­pam das ativi­dades do Fes­ti­val Nacional da Matemáti­ca (Fest­Mat) 2024. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Ini­ci­a­do em 2019 com a par­tic­i­pação de alu­nas da edu­cação bási­ca, grad­uan­das em licen­ciatu­ra em Matemáti­ca e ped­a­gogas e pro­fes­so­ras atu­antes em sala de aula com o ensi­no bási­co, o pro­gra­ma desen­volve vis­i­tas a espaços cien­tí­fi­cos e ativi­dades especí­fi­cas em matemáti­ca e robóti­ca para “super­ar os estereóti­pos que afas­tam meni­nas dessas áreas”, segun­do a pro­fes­so­ra do CAp-UFRJ e coor­de­nado­ra do MOI, Leti­cia Rangel.

“Temos um plane­ja­men­to que propõe ativi­dades de raciocínio matemáti­co, então as meni­nas têm con­ta­to com a matemáti­ca lúdi­ca e com raciocínio matemáti­co sem ser na cobrança típi­ca da sala de aula”, expli­ca a coor­de­nado­ra à Agên­cia Brasil.

“Tam­bém real­izamos ativi­dades de robóti­ca, que atrai muitas meni­nas e que envolve mui­ta matemáti­ca, e procu­ramos levá-las a espaços de pro­dução cien­tí­fi­ca e pro­mover con­ta­to com mul­heres cien­tis­tas que atu­am nes­sas áreas. Faze­mos várias ativi­dades para desmisti­ficar que elas não dão con­ta dis­so aqui”, diz.

A pro­fes­so­ra ressalta que a maior con­tribuição do pro­je­to é o impacto na edu­cação, fazen­do com que as meni­nas escol­ham a matemáti­ca já na edu­cação bási­ca. “É claro que as profis­sion­ais e cien­tis­tas pre­cisam de apoio para enfrentar todas as adver­si­dades que vêm da profis­são em um cenário mas­culi­no, no entan­to, para que elas queiram essas áreas, temos que desen­volver a autoes­ti­ma e a auto­con­fi­ança delas na edu­cação bási­ca”, acres­cen­ta.

Estu­dante de Ciên­cias Matemáti­cas e da Ter­ra na UFRJ, Emanuel­la Carneiro par­ticipou como alu­na do pro­gra­ma em 2022. À Agên­cia Brasil, ela com­par­til­ha que sua relação com a dis­ci­plina começou a mudar a par­tir do fun­da­men­tal II, quan­do pas­sou a “ver beleza na matemáti­ca”.

“Quan­do come­cei o ensi­no médio, não tin­ha matemáti­ca como visão de car­reira, ape­sar de gostar muito. Não con­seguia ultra­pas­sar aque­la lin­ha e poder me imag­i­nar naque­le ambi­ente. A min­ha exper­iên­cia no MOI, além de me aprox­i­mar mais da matemáti­ca e de me faz­er enx­er­gar a matemáti­ca como car­reira, tam­bém me fez enten­der que eu pode­ria apren­der o que quisesse. Essa relação mudou com­ple­ta­mente a min­ha vida”, con­ta.

* Estag­iária sob super­visão de Viní­cius Lis­boa

Edição: Car­oli­na Pimentel

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