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FGV: mais ricos estão concentrando cada vez mais renda no Brasil

Repro­dução: © José Cruz/Agência Brasil

Estudo foi feito com base no Imposto de Renda


Pub­li­ca­do em 17/01/2024 — 09:18 Por Ana Cristi­na Cam­pos – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Pesquisa do Insti­tu­to Brasileiro de Econo­mia da Fun­dação Getulio Var­gas (Ibre/FGV) com base no impos­to de ren­da mostra que os mais ricos estão con­cen­tran­do cada vez mais ren­da no Brasil.

Entre as evidên­cias mais impor­tantes da análise, desta­ca-se no perío­do recente o cresci­men­to da ren­da dos muito ricos a um rit­mo duas a três vezes maior do que a média reg­istra­da por 95% dos brasileiros. “O que, ao que tudo indi­ca, a con­fir­mar-se por estu­dos com­ple­mentares, elevou o nív­el de con­cen­tração de ren­da no topo da pirâmide para um novo recorde históri­co, depois de uma déca­da de rel­a­ti­va esta­bil­i­dade da desigual­dade”, diz a pesquisa.

O lev­an­ta­men­to divide os estratos em o milési­mo (0,1%) mais rico, o 1% mais rico, os 5% mais ricos e os 95% restantes da pop­u­lação adul­ta (com 18 anos ou mais de idade). “E o que se vê é que, além dos mais ricos terem, em média, maior cresci­men­to de ren­da do que a base da pirâmide, a per­for­mance é tan­to maior quan­to maior é o nív­el de riqueza”, con­clui o IBRE/FGV.

Ou seja, enquan­to a maio­r­ia da pop­u­lação adul­ta teve um cresci­men­to nom­i­nal médio de 33% em sua ren­da no perío­do de cin­co anos, mar­ca­do pela pan­demia, a vari­ação reg­istra­da pelos mais ricos foi de 51%, 67% e 87% nos estratos mais sele­tos. Entre os 15 mil mil­ionários que com­põe o 0,01% mais rico, o cresci­men­to foi ain­da maior: 96%.

Como resul­ta­do dis­so, a pro­porção do bolo apro­pri­a­da pelos 1% mais rico da sociedade brasileira cresceu de 20,4% para 23,7% entre 2017 e 2022, mais de qua­tro quin­tos dessa con­cen­tração adi­cional de ren­da foi absorvi­da pelo milési­mo mais rico, con­sti­tuí­do por 153 mil adul­tos com ren­da média men­sal de R$ 441 mil em 2022.

Os resul­ta­dos da análise com base nos dados do impos­to de ren­da servem de aler­ta sobre o proces­so de recon­cen­tração de ren­da no Brasil e sobre os vetores que mais con­tribuem para isso: os rendi­men­tos isen­tos ou sub­tribu­ta­dos que se desta­cam como fonte de remu­ner­ação prin­ci­pal entre os super ricos.

“Em resumo, ain­da é cedo para avaliar se o aumen­to da con­cen­tração de ren­da no topo é fenô­meno estru­tur­al ou con­jun­tur­al, mas as evidên­cias reunidas  reforçam a neces­si­dade de revisão das isenções trib­utárias atual­mente con­ce­di­das pela leg­is­lação e que ben­e­fi­ci­am espe­cial­mente os mais ricos”, final­iza Ibre/FGV.

Edição: Valéria Aguiar

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