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Financiadores do garimpo têm maior responsabilidade, diz delegado

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Comitiva de ministros visitou hoje a Casa de Saúde Indígena Yanomami


Pub­li­ca­do em 08/02/2023 — 21:34 Por Pedro Rafael Vilela — Envi­a­do espe­cial da Agên­cia Brasil — Roraima

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O del­e­ga­do da Polí­cia Fed­er­al Hum­ber­to Freire, que atua nos inquéri­tos aber­tos para apu­rar a crise human­itária da Ter­ra Indí­ge­na Yanoma­mi, afir­mou nes­ta quar­ta-feira (8), em Boa Vista, que finan­ciadores do garim­po ile­gal em ter­ra indí­ge­na têm maior parcela de respon­s­abil­i­dade crim­i­nal. 

“As pes­soas serão punidas na medi­da de sua cul­pa­bil­i­dade. As pes­soas que finan­ciam, as pes­soas que fazem lavagem daque­le lucro auferi­do crim­i­nosa­mente com a reti­ra­da desse minério, elas têm uma respon­s­abil­i­dade muito maior. E isso está sendo inves­ti­ga­do den­tro dos inquéri­tos que foram instau­ra­dos pela PF”, disse durante cole­ti­va de impren­sa ao lado de min­istros do gov­er­no fed­er­al.

O del­e­ga­do da PF acom­pan­hou a visi­ta de uma comi­ti­va min­is­te­r­i­al for­ma­da pelos min­istros da Defe­sa, José Múcio, dos Dire­itos Humanos, Sil­vio Almei­da, e dos Povos Indí­ge­nas, Sonia Gua­ja­jara. A pres­i­dente da Fun­dação Nacional dos Povos Indí­ge­nas (Funai), Joê­nia Wapichana, e os coman­dantes do Exérci­to, Mar­in­ha e da Força Aérea tam­bém acom­pan­ham o grupo. Durante a tarde, eles vis­i­taram a Casa de Saúde Indí­ge­na Yanoma­mi, a Casai, em Boa Vista.

Os ministros da Defesa, José Múcio, dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e a presidente da Funai, Joênia Wapichana, na Casa de Saúde do Índio, onde está o Hospital de Campanha da FAB que atende os Yanomami.
Repro­dução Min­istros visi­tam a Casa de Saúde Indí­ge­na Yanoma­mi, em Boa Vista — Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Inquéritos

São, até o momen­to, três inquéri­tos aber­tos pela PF. Um deles inves­ti­ga o crime de genocí­dio con­tra o povo yanoma­mi. Out­ro inquéri­to bus­ca iden­ti­ficar esque­mas de lavagem de din­heiro do garim­po ile­gal. Há ain­da um ter­ceiro inquéri­to que apu­ra crimes cor­re­latos, incluin­do fraudes em con­tratos públi­cos da saúde indí­ge­na.

Hum­ber­to Freire tam­bém desta­cou que as ações para reprim­ir o crime na ter­ra indí­ge­na já estão em cur­so. “Nós já tive­mos ações de destru­ição de equipa­men­tos ile­gais empre­ga­dos neste crime. Já tive­mos prisão de pes­soas que estavam den­tro da área. Obvi­a­mente que a gente pre­cisa ter fas­es dessa oper­ação. Nós temos ações pro­gra­madas e serão imple­men­tadas, com vis­tas à, den­tro de todas essas fas­es, ter­mos a reti­ra­da de todos os garimpeiros por com­ple­to”, desta­cou.

Ques­tion­a­do sobre as ações em anda­men­to, o min­istro da Defe­sa citou o tra­bal­ho de apoio logís­ti­co das Forças Armadas e do papel da Justiça na punição de quem for com­pro­vada­mente envolvi­do em práti­cas crim­i­nosas.

“Nós esta­mos por con­ta do tra­bal­ho, quem cui­da da logís­ti­ca dis­so tudo é a Força Aérea Brasileira. Cada um tem sua função, quan­do chegar essa vez, vai ficar por con­ta da Polí­cia Fed­er­al e da Justiça ver quem são os cul­pa­dos, que serão punidos. A Justiça é quem vai avaliar, a Polí­cia Fed­er­al tam­bém. Cada um vai faz­er sua parte”, afir­mou.

Os ministros da Defesa, José Múcio, dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e a presidente da Funai, Joênia Wapichana, na Casa de Saúde do Índio, onde está instalada o Hospital de Campanha da FAB.
Repro­dução: Min­istro da Defe­sa citou o tra­bal­ho de apoio logís­ti­co das Forças Armadas e o papel da Justiça na punição de quem for envolvi­do em práti­cas crim­i­nosas.- Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Equipes do Insti­tu­to Brasileiro de Meio Ambi­ente e Recur­sos Nat­u­rais Ren­ováveis (Iba­ma), Funai e da Força Nacional de Segu­rança Públi­ca destruíram, nes­ta terça-feira (7), um helicóptero, um avião, um tra­tor de esteira e estru­turas que servi­am de apoio logís­ti­co aos garimpeiros na Ter­ra Indí­ge­na Yanoma­mi.

Proteção de lideranças

O min­istro dos Dire­itos Humanos comen­tou sobre a pos­si­bil­i­dade de incluir lid­er­anças indí­ge­nas no pro­gra­ma de pro­teção de defen­sores dos dire­itos humanos, que asse­gu­ra o acom­pan­hamen­to de efe­ti­vo de segu­rança con­tra quem tem a vida ameaça­da.

“Assim que iden­ti­fi­ca a pos­si­bil­i­dade alguém que, poten­cial­mente, ten­ha a sua vida ameaça­da, ou sua inte­gri­dade físi­ca, ime­di­ata­mente toma as providên­cias para a inclusão no pro­gra­ma de pro­teção dos defen­sores dos dire­itos humanos, que é o que a gente tem que faz­er”, afir­mou Sil­vio Almei­da.

Agenda

Antes da visi­ta à Casai, os min­istros José Múcio e Sil­vio Almei­da vis­i­taram às insta­lações da Oper­ação Acol­hi­da, que tra­bal­ha com a recepção dos imi­grantes venezue­lanos. Eles con­hece­r­am a Base da Oper­ação, o pos­to de triagem, o Cen­tro de Inte­ri­or­iza­ção, além dos abri­gos.

Aman­hã (9), a comi­ti­va dos min­istros via­ja ao polo base de Suru­cu­cu, a cer­ca de uma hora de voo de Boa Vista. O local é um dos pon­tos de refer­ên­cia da Ter­ra Yanoma­mi e pos­sui um pelotão do Exérci­to, além de unidade de atendi­men­to médi­co aos indí­ge­nas. É neste pon­to de apoio que há uma pista de asfal­to para pousos e desco­la­gens. Essa pista pas­sa atual­mente por uma refor­ma para retomar a capaci­dade de rece­ber aeron­aves maiores. Após a visi­ta, a comi­ti­va retor­na a Brasília.

Edição: Aline Leal

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