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Flup homenageia este ano historiadora e ativista Beatriz Nascimento

Repro­dução: © Arqui­vo Nacional

Festa Literária da Periferia apresenta a agenda anual em 11 de maio


Publicado em 16/04/2024 — 07:28 Por Léo Rodrigues ‑Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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 As múlti­plas iden­ti­dades de Beat­riz Nasci­men­to — his­to­ri­ado­ra, pro­fes­so­ra, escrito­ra, int­elec­tu­al e ativista pelos dire­itos humanos de negros e mul­heres — serão lem­bradas pela Fes­ta Literária da Per­ife­ria (Flup), em difer­entes ativi­dades ao lon­go de 2024. No dia 11 de maio, será real­iza­do no Rio de Janeiro o even­to que apre­sen­ta a agen­da anu­al. O lega­do deix­a­do por Beat­riz será rev­er­en­ci­a­do na mesa de aber­tu­ra, quase 30 anos após sua morte.

“Nes­ta 14ª edição, o fes­ti­val cel­e­bra uma obra que des­per­tou out­ro imag­inário brasileiro e se des­do­brou numa nova ger­ação de int­elec­tu­ais e escritoras que trans­for­mam o cenário cul­tur­al. A escrito­ra Con­ceição Evaris­to e a filó­so­fa Hele­na Theodoro farão parte da hom­e­nagem à ami­ga e com­pan­heira de ativis­mo”, diz nota divul­ga­da nes­sa segun­da-feira (15) pelos orga­ni­zadores.

Des­de 2012, quan­do começou, a Flup é real­iza­da todos os anos. O fes­ti­val, que já lid­er­ou a pub­li­cação de mais de duas dezenas de livros de autores das per­ife­rias do Rio de Janeiro, foi destaque em 2020 no Prêmio Jabu­ti, a mais tradi­cional pre­mi­ação literária do país. A Flup venceu na cat­e­go­ria Fomen­to à Leitu­ra. No ano pas­sa­do, uma lei foi aprova­da pela Assem­bleia Leg­isla­ti­va do Rio de Janeiro declaran­do o fes­ti­val patrimônio cul­tur­al ima­te­r­i­al.

Os orga­ni­zadores cos­tu­mam levar as ativi­dades para ter­ritórios tradi­cional­mente excluí­dos dos pro­gra­mas literários. Já pas­sou, por exem­p­lo, pelo Mor­ro dos Praz­eres, por Vigário Ger­al e pela Ladeira do Livra­men­to. O even­to que apre­sen­ta a agen­da anu­al de 2024 será no Cir­co Crescer e Viv­er, espaço cri­a­do em 2021 na região cen­tral do Rio, onde são desen­volvi­dos pro­je­tos que val­orizam a arte como fer­ra­men­ta pedagóg­i­ca e que ben­e­fi­ci­am cri­anças, ado­les­centes e jovens.

A pro­gra­mação é gra­tui­ta e começará às 12h com uma fei­joa­da. A mesa de aber­tu­ra está pre­vista para 13h. Ao lon­go da tarde, mesas irão debater temas vari­a­dos. Antes de cada uma delas, haverá o Sarau Beat­riz Nasci­men­to, no qual serão recita­dos poe­mas autorais e da hom­e­nagea­da. Para fechar as ativi­dades, o Pagode da Gigi pro­moverá uma roda de sam­ba for­ma­da inte­gral­mente por mul­heres.

Hom­e­nagea­da da edição, Beat­riz Nasci­men­to é auto­ra de diver­sos tex­tos em que reflete sobre questões rela­ciona­dos com o fem­i­nis­mo, o racis­mo, a luta quilom­bo­la e a resistên­cia cul­tur­al negra, entre out­ros temas. Pela sua autu­ação, foi agra­ci­a­da com o títu­lo de Mul­her do Ano 1986, con­ce­di­do pelo Con­sel­ho Nacional de Mul­heres no Brasil (CNDM), órgão cri­a­do pela Lei Fed­er­al 7.353/1985. Ela tam­bém se aven­tur­ou no cin­e­ma, ten­do inte­gra­do a equipe que lançou o lon­ga-metragem Ôrí, em 1989. O doc­u­men­tário, dirigi­do por Raquel Berg­er, traz dis­cussões sobre o movi­men­to negro e foi pro­duzi­do com base na pesquisa de Beat­riz. A his­to­ri­ado­ra tam­bém atua como nar­rado­ra.

Nasci­da no Sergipe em 1942, Beat­riz Nasci­men­to fez grad­u­ação em história no Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio de Janeiro (UFRJ). Na cap­i­tal flu­mi­nense, desen­volveu a car­reira até perder a vida em um crime bru­tal. Em janeiro de 1995, ela foi balea­da na frente de teste­munhas em um bar no bair­ro de Botafo­go, na zona sul da cidade. O assas­si­no era o ex-com­pan­heiro de uma ami­ga, a quem Beat­riz havia acon­sel­ha­do a sep­a­ração após ouvir suas recla­mações de vio­lên­cia domés­ti­ca. Jul­ga­do, ele foi con­de­na­do a 17 anos de prisão.

“Ao hom­e­nagear Beat­riz Nasci­men­to, a Flup traz o con­ceito de quilom­bo agre­gação, comu­nidade e luta como fun­da­men­to da sua pro­gra­mação anu­al”, afir­mam os orga­ni­zadores. Eles tam­bém anun­cia­ram que a pro­gra­mação anu­al abrirá espaço para uma rede de 100 mul­heres acadêmi­cas negras, cri­a­da pelas pesquisado­ras Thaís Alves Mar­in­ho e Rosi­nal­da Simoni. Ao lon­go de 2024, essas int­elec­tu­ais par­tic­i­parão de out­ros even­tos que ocor­rerão em espaços per­iféri­cos da cidade do Rio. Tam­bém será lança­do um livro com a história de cada uma dessas 100 mul­heres, com o títu­lo Dicionário Biográ­fi­co: Histórias Entre­laçadas de Mul­heres Afro­di­aspóri­c­as.

Edição: Graça Adju­to

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