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Focos de incêndio no Pantanal estão sob investigação da PF, diz Marina

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

São pelo menos 18 ocorrências em áreas particulares, informa ministra


Publicado em 01/07/2024 — 20:03 Por Pedro Rafael Vilela — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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A min­is­tra do Meio Ambi­ente e Mudança do Cli­ma, Mari­na Sil­va, afir­mou nes­ta segun­da-feira (1º) que a Polí­cia Fed­er­al (PF) inves­ti­ga de 18 a 19 focos de incên­dio no Pan­tanal, “para deter­mi­nar a auto­ria”. Segun­do a min­is­tra, a ação humana é o que tem cau­sa­do a maior dev­as­tação já reg­istra­da no bio­ma.

“O que nós esta­mos iden­ti­f­i­can­do é que 85% dos incên­dios que temos hoje estão ocor­ren­do em pro­priedades pri­vadas. A história de que pode ser raio, descar­ga de raio, não é [ver­dadeira]. É por ação humana”, desta­cou a min­is­tra em entre­vista a jor­nal­is­tas, no Palá­cio do Planal­to, após a ter­ceira reunião da sala de situ­ação cri­a­da pelo gov­er­no fed­er­al para enfrentar a crise ambi­en­tal no Pan­tanal.

Com base em infor­mações envi­adas por órgãos ambi­en­tais, como o Insti­tu­to Brasileiro de Meio Ambi­ente e Recur­sos Nat­u­rais Ren­ováveis (Iba­ma) e o Insti­tu­to Chico Mendes de Con­ser­vação da Bio­di­ver­si­dade (ICM­Bio), Mari­na Sil­va disse que as autori­dades poli­ci­ais estão apu­ran­do as cir­cun­stân­cias dos incên­dios, que podem ser con­sid­er­a­dos crim­i­nosos. Ela clas­si­fi­cou a situ­ação vivi­da pelo Pan­tanal de des­o­lado­ra.

“O que tem de con­cre­to é que nós sabe­mos quais são os focos, de onde surgiu a propa­gação [do fogo]. Nós tra­bal­hamos com tec­nolo­gia alta­mente avança­da, que não per­mite que haja fal­ha em relação aonde acon­te­ceu ess­es focos”, obser­vou.

“A gente não faz esse jul­ga­men­to a pri­ori, espera que a Justiça faça esse indi­ci­a­men­to, aí nós vamos ver­i­ficar quem são os pro­pri­etários, quais são as fazen­das, se foi um proces­so cul­poso ou doloso”, com­ple­tou.

Seca severa

O Pan­tanal já vive uma esti­agem sev­era, com escassez hídri­ca em toda a bacia. His­tori­ca­mente, a escal­a­da de incên­dios acon­tece em agos­to, mas dezenas de grandes focos foram reg­istradas este mês. Até o momen­to, segun­do bal­anço da min­is­tra, mais de 3,8 mil focos de calor foram noti­fi­ca­dos no Pan­tanal. Mais de 700 mil hectares do bio­ma foram con­sum­i­dos pelas chamas.

Por causa dis­so, os esforços de com­bate aos incên­dios foram ante­ci­pa­dos este ano. E, de acor­do com o Iba­ma, a fal­ta de chu­vas na região está atípi­ca há pelo menos seis anos.

Corumbá (MS), 30/06/2024 - Brigadistas da comunidade quilombola Kalunga, em Goiás, chegam ao Pantanal como reforço na equipe do Prevfogo/Ibama e enfrentam vegetação densa em seu primeiro dia de combate na região. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Repro­dução: Brigadis­tas da comu­nidade quilom­bo­la Kalun­ga, em Goiás, chegam ao Pan­tanal para aju­dar a com­bat­er o fogo — Marce­lo Camargo/Agência Brasil

 

Maior área úmi­da con­tínua do plan­e­ta, o Pan­tanal reg­istrou, no acu­mu­la­do dos últi­mos 12 meses, 9.014 ocor­rên­cias de focos de fogo, quase sete vezes mais que os 1.298 reg­istra­dos pelo sis­tema no mes­mo perío­do do ano pas­sa­do. Os dados são do Pro­gra­ma de Queimadas do Insti­tu­to Nacional de Pesquisas Espa­ci­ais (Inpe). Além do maior vol­ume de queimadas, chama a atenção a ante­ci­pação do prob­le­ma, que nos anos ante­ri­ores só foi inten­si­fi­ca­do a par­tir de agos­to.

Ações em andamento

Insta­l­a­da há duas sem­anas, a sala de situ­ação foi cri­a­da para tratar sobre a seca e o com­bate a incên­dios no país, espe­cial­mente no Pan­tanal e na Amazô­nia. O grupo inter­min­is­te­r­i­al é coman­da­do pela Casa Civ­il da Presidên­cia, com coor­de­nação exec­u­ti­va do Min­istério do Meio Ambi­ente e par­tic­i­pação dos min­istérios da Inte­gração e do Desen­volvi­men­to Region­al, da Defe­sa e da Justiça e Segu­rança Públi­ca.

Na últi­ma sex­ta-feira (28), as min­is­tras Mari­na Sil­va e Simone Tebet (Plane­ja­men­to e Orça­men­to) fiz­er­am um sobrevoo sobre o Pan­tanal, na região de Corum­bá (MS), um dos epi­cen­tros dos incên­dios.

Para o com­bate às queimadas, já são mais de 250 agentes fed­erais atuan­do, incluin­do brigadis­tas e agentes da Força Nacional, que devem ficar por pelo menos 60 dias na região.

Na sem­ana pas­sa­da, o gov­er­no fed­er­al anun­ciou a lib­er­ação de R$ 100 mil­hões para ações do Iba­ma e do ICM­Bio no bio­ma. O gov­er­no do esta­do de Mato Grosso do Sul tam­bém recon­heceu situ­ação de emergên­cia em municí­pios afe­ta­dos pelas queimadas na região, o que facili­ta a lib­er­ação de recur­sos e flex­i­bi­liza con­tratações públi­cas para com­pra de equipa­men­tos, mobi­liza­ção de equipes e out­ras ações de enfrenta­men­to à crise.

O gov­er­no fed­er­al mon­tou duas bases, uma em Corum­bá, e out­ra na altura do km 100 da Rodovia Transpan­taneira, segun­do Mari­na Sil­va, para abri­gar equipes, con­cen­trar as ações logís­ti­cas e realizar o mon­i­tora­men­to e acom­pan­hamen­to dos focos de incên­dio.

Edição: Juliana Andrade

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