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Foliões ocupam as ruas da capital no bloco Calango Careta

Repro­dução: © Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

A cada ano bloco se concentra em local diferente, revelado na véspera


Pub­li­ca­do em 13/02/2024 — 15:52 Por Gilber­to Cos­ta – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Quem anda a pé em Brasília está acos­tu­ma­do a ver calan­gos de tom cin­za a esverdea­do toman­do ban­hos de sol ou se escon­den­do em fendas das calçadas, escapulin­do entre pedras ou esca­lan­do muros de casa e tron­cos de árvores.

De tão comuns aos andar­il­hos brasiliens­es, o pequeno rép­til – o lagar­to Tropidu­rus torqua­tus, de 15 a 20 cen­tímet­ros –, é hom­e­nagea­do por um blo­co de car­naval que des­de 2015 está nas ruas da cidade, o Calan­go Care­ta.

Brasília, DF 13/02/2024 O bloco Calango Careta empolgou os foliões na enquadra da 710 Sul Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: O blo­co Calan­go Care­ta empol­gou os foliões – Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Nes­ta terça-feira gor­da de man­hã enso­lara­da na cap­i­tal fed­er­al, os foliões calan­gos resolver­am sair da toca, ocu­par as ruas da cidade e dançar ao sol no blo­co de car­naval acom­pan­hados por 80 músi­cos de instru­men­tos de sopro e de per­cussão, além de artis­tas circens­es amadores fazen­do per­for­mances sobre per­nas de pau.

A con­cen­tração, a par­tir das 10h ocor­reu na quadra res­i­den­cial 710 Sul. O con­vite para a folia foi feito de for­ma cifra­da pelas redes soci­ais. “700 amores, 10 pas­sos rumo ao Sul! E lá estare­mos em uma área verde”, descrevia o anún­cio-chara­da da local­iza­ção do pon­to de par­ti­da, que muda a cada ano e é rev­e­la­da ape­nas na man­hã do corte­jo.

Brasília, DF 13/02/2024 O bloco Calango Careta empolgou os foliões na enquadra da 710 Sul Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: Blo­co tem per­for­mances com per­nas de pau — Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

A razão do pequeno enig­ma é que “o blo­co não tem alvará para des­fi­lar”, expli­cou Már­cio Fuzuê, fun­dador do Calan­go Care­ta, à Agên­cia Brasil antes de ini­ciar a fes­ta. Segun­do ele, obter a licença ofi­cial para pular car­naval “dá muito tra­bal­ho, envolve mui­ta buro­c­ra­cia e tem muitas exigên­cias. É mais fácil sair para brin­car na rua.”

Már­cio Fuzuê vê o Calan­go já como um blo­co tradi­cional que quer ser con­heci­do por faz­er um car­naval de rua, com foliões que tocam instru­men­tos.

Antes de começar a folia, Fuzuê esti­ma­va reunir 5 mil pes­soas no per­cur­so entre a 710 Sul e o Eixão, o Eixo Rodoviário de Brasília, que hoje está fecha­do até às 18h para os car­ros. A pro­pos­ta do blo­co era ter um “livre alívio cole­ti­vo”, segun­do seu fun­dador

Brasília, DF 13/02/2024 O bloco Calango Careta empolgou os foliões na enquadra da 710 Sul Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: A terça-feira enso­lara­da empol­gou os foliões brasiliens­es — Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Espaço democrático

A toma­da das ruas de Brasília é val­oriza­da pelos seguidores do Calan­go Care­ta, como o cineas­ta André Miran­da, 40 anos, que tra­ja­va uma camise­ta da seleção brasileira de fute­bol, uma más­cara de rato e alge­mas

“Os espaços públi­cos são para serem ocu­pa­dos pelas pes­soas. O car­naval é época dis­so: ocu­par, se diver­tir e sem caret­ice.”

Com tema semel­hante de fan­ta­sia, o músi­co e pro­fes­sor de História Ramon Ribeiro Bar­roncas, por­ta­va um pas­s­aporte grande e com o carim­bo de APREENDIDO.

“O car­naval é ocu­pação de rua. O car­naval é sobre pes­soas se divertin­do. É um momen­to de a gente extravasar um pouco. É um momen­to que a gente merece. Car­naval tem que ser a fes­ta de todo mun­do. Tem que ser democráti­co.”

Brasília, DF 13/02/2024 O bloco Calango Careta empolgou os foliões na enquadra da 710 Sul. André Miranda e Ramon Ribeiro, foram fantasiados para o bloco Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: Calan­go Care­ta empol­gou os foliões na entre­quadra da 710 Sul. André Miran­da e Ramon Ribeiro fan­tasi­a­dos para o blo­co — Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

“Brasília nasceu excluin­do as pes­soas. A cidade não deixa de ser setor­iza­da, cen­tral­iza­da, porque a per­ife­ria não está aqui, quem está aqui é quem mora no Plano [Pilo­to]”, emen­dou Ramon.

Para Mer­cês Par­ente, de 72 anos, servi­do­ra públi­ca aposen­ta­da que mora na cap­i­tal des­de 1961, os car­navais já foram mais exclu­dentes no pas­sa­do, quan­do ocor­ri­am em clubes pri­va­dos: “é muito mel­hor estar na rua. O clube é restri­to para os sócios.”

A ofi­cial de chance­lar­ia Vidya Alves Mor­eira, 46 anos, con­cor­da com a ocu­pação das ruas pelos foliões: “adoro esse movi­men­to con­struí­do nos últi­mos anos em Brasília”, disse.

Moran­do em Nova York, onde tra­bal­ha no con­sula­do brasileiro, ela está de férias na cidade. “Eu amo o car­naval de Brasília. Se eu pud­er, todo ano eu ven­ho. Ain­da é seguro, é tran­qui­lo, tem mui­ta cri­ança, pes­soas de todas as idades. Eu me divir­to imen­sa­mente.”

Veja imagens do bloco:

 

Edição: Denise Griesinger

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