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Futuro da energia: nuclear, eólica e solar para diversificar matriz

Repro­dução: © Mau­rí­cio Almeida/ TV Brasil

 Atualmente, 60% da energia utilizada no país vem das hidrelétricas


Pub­li­ca­do em 14/10/2021 — 08:00 Por Mau­rí­cio de Almei­da – Repórter da TV Brasil  — Rio de Janeiro

Angra 1, primeira usi­na nuclear brasileira, entrou em oper­ação em 1985 e Angra 2 começou a fun­cionar em 2001. Ao todo, a ener­gia ger­a­da pelas duas usi­nas abastece uma região com cer­ca de 3 mil­hões de pes­soas, o equiv­a­lente às pop­u­lações de Belo Hor­i­zonte e de Vitória jun­tas.

As van­ta­gens da ener­gia nuclear são: o cus­to mais bara­to se com­para­do com as ter­moelétri­c­as e ausên­cia de riscos rela­ciona­dos com os prob­le­mas climáti­cos, como ocorre com as hidroelétri­c­as. “As usi­nas nuclear­es ger­am ener­gia o tem­po todo ao lon­go do ano e não depen­dem de fatores nat­u­rais. A crise hídri­ca mostrou em 2001 a importân­cia da ener­gia nuclear quan­do entrou em oper­ação Angra 2, coin­ci­den­te­mente no final de 2000, iní­cio de 2001. Ago­ra, nesse momen­to, uma entra­da de Angra 3 seria muito pos­i­ti­va para a gestão da crise”, disse o pres­i­dente da Eletronu­clear, Leon­am Guimarães.

Cer­ca de 70% das obras civis de Angra 3 foram con­cluí­das e 75% dos equipa­men­tos da usi­na, com­pra­dos. Eles estão armazena­dos em 37 galpões. São cer­ca de 10 mil itens que pas­sam per­ma­nen­te­mente por um proces­so de manutenção. A expec­ta­ti­va é de que a retoma­da da con­strução da usi­na ocor­ra ain­da este ano. De acor­do com a pre­visão da Eletronu­clear, Angra 3 entrará em oper­ação em 2026. Ela vai ger­ar ener­gia sufi­ciente para abaste­cer 4,5 mil­hões de brasileiros, o que rep­re­sen­ta 60% dos habi­tantes do Rio de Janeiro.

“A retoma­da da obra está a pleno vapor. Já foi real­iza­do um proces­so lic­i­tatório para con­tratação da obra civ­il, A expec­ta­ti­va é de assi­nar esse con­tra­to ain­da em out­ubro. É uma obra impor­tante que vai ger­ar até 10 mil empre­gos dire­tos”, disse dire­tor téc­ni­co da Eletronu­clear, Ricar­do San­tos.

Repro­dução: Obras da Usi­na de Angra 3 — Mau­rí­cio Almeida/ TV Brasil

Eólica e solar

Além da retoma­da da con­strução de Angra 3, o gov­er­no fed­er­al tam­bém está investin­do em out­ras fontes de ener­gia, como a eóli­ca e a solar. Segun­do o Min­istro de Minas e Ener­gia, Ben­to Albu­querque, o obje­ti­vo é aumen­tar a diver­si­fi­cação da matriz energéti­ca brasileira. Atual­mente, 60% da ener­gia uti­liza­da no país vem das hidrelétri­c­as. Ben­to Albu­querque acred­i­ta que, em 2030, esta dependên­cia vai ser reduzi­da para, no máx­i­mo, 49%.

“Ter­e­mos tam­bém mais usi­nas nuclear­es entran­do em oper­ação, o que é impor­tan­tís­si­mo, porque ela gera con­tin­u­a­mente e é uma ener­gia limpa. E tam­bém o cresci­men­to da ger­ação de ener­gia eóli­ca e foto­voltaica. Tam­bém estão sendo desen­volvi­das tec­nolo­gias para armazenar ener­gia ger­a­da durante o dia, por exem­p­lo, pela ener­gia solar ou quan­do está ven­tan­do, para que ela pos­sa ser uti­liza­da em momen­tos em que não há luz e não há ven­to e pos­sa man­ter o equi­líbrio do sis­tema”, disse o min­istro.

A ener­gia eóli­ca é respon­sáv­el por quase 11% do con­sumo brasileiro e deve chegar a 13,6% em 2025. Já a solar rep­re­sen­ta 2% da matriz energéti­ca do país e deve encer­rar este ano per­to dos 3%. O pro­fes­sor de plane­ja­men­to energéti­co do Insti­tu­to Alber­to Luiz Coim­bra de Pós-Grad­u­ação e Pesquisa de Engen­haria, da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Mar­cos Fre­itas, defende a inten­si­fi­cação de pro­je­tos volta­dos para a ener­gia eóli­ca.

“Com mais de 20 gigas, a ener­gia eóli­ca já se mostra como uma real­i­dade. O Nordeste pas­sou a virar um expor­ta­dor de ener­gia em função da eóli­ca e ain­da tem um poten­cial muito grande que não foi ain­da uti­liza­do”.

Biogás

Novas fontes de ger­ação de ener­gia tam­bém são desen­volvi­das nos lab­o­ratórios da hidrelétri­ca de Itaipu. Um dos pro­je­tos está rela­ciona­do com a pro­dução do biogás. Uma parce­ria fir­ma­da com pro­du­tores rurais do oeste do Paraná está per­mitin­do ger­ar ener­gia com os deje­tos de ani­mais.

Na gran­ja Colom­bari, os deje­tos de 5 mil por­cos e de 300 bois são colo­ca­dos em biodi­ge­stores, equipa­men­tos que lem­bram uma grande est­u­fa. O mate­r­i­al entra em decom­posição e 30 dias depois pro­duz um gás que movi­men­ta um ger­ador que dis­tribui a ener­gia fab­ri­ca­da na própria fazen­da.

“A fazen­da uti­liza­va cer­ca de 2 mil litros de diesel antes do biogás. A nova fonte, além de aten­der a nos­sa neces­si­dade energéti­ca, reduz­iu nos­so pas­si­vo ambi­en­tal, mel­horou a qual­i­dade do deje­to que, após a digestão, ele se tor­na um pro­du­to de grande val­or para nos­sas pasta­gens”, disse o pro­du­tor rur­al Pedro Colom­bari.

Repro­dução: Pro­dução do biogás na gran­ja Colom­bari — Mau­rí­cio de Almei­da – Repórter da TV Brasil

Diversificação

Todo o pro­je­to do biogás é acom­pan­hado por estu­dos em lab­o­ratório. As pesquisas já mostraram que exis­tem pelo menos 250 fontes que podem ser uti­lizadas para ger­ar o biogás. Para o pro­fes­sor da Coppe/UFRJ Mauri­cio Tol­masquin, a diver­si­fi­cação da matriz energéti­ca é fun­da­men­tal para garan­tir a segu­rança do setor.

“Nos últi­mos 20 anos, já hou­ve uma grande diver­si­fi­cação com a redução do papel da hidrelétri­ca e o aumen­to do papel da eóli­ca, do bagaço da cana-de-açú­car, da ener­gia solar, as tér­mi­cas tam­bém cresce­r­am. E isso é impor­tante para a segu­rança [energéti­ca]. Ago­ra, é impor­tante con­tin­uar com essa diver­si­fi­cação. As fontes ren­ováveis podem ter um papel ain­da maior na matriz elétri­ca nacional”.

Edição: Fábio Mas­sal­li

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