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Futuro da energia: preservar nascentes para aumentar reservatórios

Repro­dução: © Mau­rí­cio de Almei­da – Repórter da TV Brasil

Projetos de reflorestamento ajudam a aumentar volume dos rios


Pub­li­ca­do em 13/10/2021 — 08:00 Por Mau­rí­cio de Almei­da – Repórter da TV Brasil — Rio de Janeiro

No meio de uma região quente e seca em pleno sertão nordes­ti­no, surge uma espé­cie de oásis. A água cristali­na que está brotan­do na Caatin­ga não é uma miragem, mas sim o resul­ta­do do reflo­resta­men­to real­iza­do em uma das nascentes do Rio São Fran­cis­co na comu­nidade rur­al de Bre­jo da Brási­da, no municí­pio baiano de Sen­to Sé.

Uma equipe for­ma­da por moradores da região cuidam de 26 nascentes. Tudo começa com a reti­ra­da das pedras, da areia e da ter­ra que fiz­er­am a nascente secar. Depois, mudas de árvores da Caatin­ga são plan­tadas e o local é cer­ca­do para evi­tar que ani­mais comam a veg­e­tação. Com o ter­reno prepara­do a água que está no sub­so­lo começa a bro­tar na super­fí­cie.

Erick Almei­da, que é coor­de­nador cien­tí­fi­co do pro­je­to na comu­nidade de Bre­jo da Brási­da, diz que sem as nascentes recu­per­adas nen­hum tipo de ativi­dade econômi­ca é viáv­el na região. “Uma coisa que a gente sem­pre gos­ta de deixar bem claro é que isso não é uma boa ação. É um imper­a­ti­vo: nós temos que recu­per­ar as nascentes”.

O reflo­resta­men­to no Bre­jo da Brási­da faz parte do pro­je­to Águas Brasileiras, que é real­iza­do por meio de uma parce­ria de cin­co min­istérios. “O pro­gra­ma é real­iza­do com as parce­rias fir­madas entre o Gov­er­no Fed­er­al, a ini­cia­ti­va pri­va­da e as asso­ci­ações de moradores. A ideia é unir forças para recu­per­ar as nascentes e aju­dar a aumen­tar o vol­ume de água dos rios”, expli­ca a secretária de Fomen­to e Parce­rias com o Setor Pri­va­do do Min­istério de Desen­volvi­men­to Region­al, Verôni­ca Sanchez .

Repro­dução: Sobrad­in­ho, no extremo norte da Bahia, que é o maior reser­vatório do país — Mau­rí­cio de Almei­da – Repórter da TV Brasil

A coor­de­nado­ra da asso­ci­ação de moradores de Bre­jo da Brási­da, Mar­iluze Ama­r­al, diz que o inves­ti­men­to nas nascentes é fun­da­men­tal para evi­tar um colap­so no sis­tema hídri­co do país. “O pro­gra­ma Águas Brasileiras vem abrir esse por­tal fecha­do, escon­di­do, porque de ago­ra em diante as pes­soas vão saber que é pos­sív­el recu­per­ar nascentes e que o gov­er­no brasileiro tá pen­san­do nis­so. E isso é muito bom”.

A preser­vação das nascentes mel­ho­ra a qual­i­dade de vida de quem mora em regiões secas e tam­bém aju­da a aumen­tar o vol­ume de água dos rios. Um tra­bal­ho essen­cial prin­ci­pal­mente numa época de pou­ca chu­va. No caso do São Fran­cis­co, a água que fica armazena­da na bar­ragem de Sobrad­in­ho, no extremo norte da Bahia, que é o maior reser­vatório do país. Ele é uti­liza­do para abaste­cer seis hidrelétri­c­as que ger­am ener­gia para todo o país. Sem o cuida­do com as nascentes, o reser­vatório, que atual­mente que está abaixo da metade, ficaria com um nív­el de água ain­da menor.

Sul

A pre­ocu­pação com qual­i­dade das nascentes tam­bém está pre­sente no Sul do país. Os téc­ni­cos da usi­na de Itaipu sabem que para ger­ar ener­gia é pre­ciso cuidar da matéria-pri­ma fun­da­men­tal, que é a água por isso diver­sos pro­je­tos são desen­volvi­dos para preser­var os recur­sos hídri­cos da bacia do Paraná, que abastece o reser­vatório da usi­na.

O super­in­ten­dente de Gestão Ambi­en­tal, Ariel Schef­fer, diz que o obje­ti­vo é garan­tir a qual­i­dade de água e evi­tar a erosão nas mar­gens que provo­ca “a que­da de ter­ra e de out­ros detri­tos que causam o assore­a­men­to do reser­vatório e dimin­uem o vol­ume de água”.

Um cin­turão verde com 24 mil­hões de árvores foi plan­ta­do ao redor do reser­vatório que tem mar­gens em 15 municí­pios do Paraná e um do Mato Grosso do Sul. Este tra­bal­ho só foi pos­sív­el com a parce­ria dos fazen­deiros que ced­er­am parte das pro­priedades.

O agricul­tor Mil­ton Dill­mann ini­cial­mente não que­ria reflo­restar uma área de lavoura, mas depois chegou a con­clusão de que con­tribuir para a preser­vação da água era fun­da­men­tal. “Eu enten­di que preser­van­do as nascentes todos nós gan­hamos e ain­da aju­damos a aumen­tar o vol­ume de água do reser­vatório de Itaipu”.

Edição: Fábio Mas­sal­li

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