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Futuro pai, Cícero Nobre sonha ter esposa junto na Paralimpíada 2028

Repro­dução: © Alexan­dre Schneider/CPB/Direitos Reser­va­dos

Bronze em Paris é casado com Nathalia Almeida, também paralímpica


Publicado em 02/09/2024 — 08:41 Por Lincoln Chaves — Repórter da EBC — Paris

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O ano de 2024 seria espe­cial para Cícero Nobre mes­mo se não tivesse uma Par­alimpía­da pela frente. Ele e Nathália Almei­da aguardam o nasci­men­to do primeiro fil­ho do casal. E o pequeno Levi, ain­da está na bar­ri­ga da mãe, já tem um pre­sente reser­va­do: a medal­ha de bronze que o pai con­quis­tou nos Jogos de Paris, na pro­va do lança­men­to do dar­do da classe F53 (atle­tas que com­petem sen­ta­dos).

“Ago­ra não exis­tem mais o Cícero ou a Nathalia, mas sim o pai e a mãe do Levi [risos]”, brin­cou o paraibano, em entre­vista à EBC na Casa Brasil Par­alímpi­co, em Saint-Ouen, na região met­ro­pol­i­tana da cap­i­tal france­sa.

01.08.2024 - CICERO NOBRE - Jogos Paralimpicos Paris 2024 - Lançamento de dardo . Foto: Silvio Avila/CPB. @silvioavila_photo
Repro­dução:  Cícero Nobre exibe o bronze, con­quis­ta­do na pro­va do lança­men­to do dar­do da classe F53 (atle­tas que com­petem sen­ta­dos) — Sil­vio Avila/CPB/Direitos Reser­va­dos

Mes­mo sem ain­da ter nasci­do, Levi teve par­tic­i­pação impor­tante na con­quista de Cícero, alcança­da na noite do últi­mo sába­do (31). Antes e durante a pro­va, real­iza­da no Stade de France, em Saint-Denis, cidade viz­in­ha a Paris.

“No Dia dos Pais, rece­bi da min­ha esposa aque­le chaveir­in­ho [com a foto do ultra­ssom do fil­ho]. No dia da pro­va, quan­do acordei, dei um bei­jo na foto. E quan­do min­ha esposa acor­dou de man­hã no Brasil, disse que, de madru­ga­da, ele não par­a­va [de se mex­er], que nun­ca tin­ha acon­te­ci­do aqui­lo. E na hora da pro­va, um com­pan­heiro de Cabo Verde falou, no quar­to lança­men­to [o do bronze], que aque­le seria para meu fil­ho. Fico até arrepi­a­do”, con­tou Cícero.

“De dois anos para cá e com a vin­da do Levi, mudei bas­tante a for­ma de pen­sar e agir. Talvez, se fos­se há três, qua­tro anos, eu não teria a cabeça que tive na min­ha pro­va. Creio que ele já está vin­do para ensi­nar isso, a saber dosar as coisas”, com­ple­tou o atle­ta, que tem má-for­mação con­gêni­ta bilat­er­al nos pés.

Cícero, ago­ra, prepara-se para se adap­tar à roti­na de atle­ta e pai rumo à Par­alimpía­da de Los Ange­les, nos Esta­dos Unidos, em 2028. E não quer estar soz­in­ho lá. Nathalia, sua esposa, tam­bém é atle­ta par­alímpi­ca e com­pete no arremes­so do peso e no lança­men­to de dar­do. Em 2014, ela teve uma das per­nas impren­sadas em um aci­dente auto­mo­bilís­ti­co e teve que amputar a per­na esquer­da.

“A gente está se pro­gra­man­do para, quan­do ele [Levi] estiv­er com seis meses, ela [Nathalia] já via­jar para São Paulo e a gente com­pe­tir. Ela tem o son­ho de chegar à seleção de atletismo, pegar uma com­petição impor­tante, como os Jogos Para­pan-Amer­i­canos, o Mundi­al, uma Par­alimpía­da. E a gente vai tra­bal­har para isso. O Levi estará pre­sente e não vai atra­pal­har nada. Creio que ele só vem somar”, afir­mou.

No lança­men­to do dar­do par­alímpi­co, os atle­tas que com­petem sen­ta­dos uti­lizam uma cadeira indi­vid­ual e não podem se erguer dela, sob pena de terem o lance inval­i­da­da. Cícero teve ape­nas duas de suas seis ten­ta­ti­vas con­sid­er­adas vál­i­das na pro­va de sába­do. A primeira garan­tiu o bronze. A segun­da o deixou próx­i­mo da pra­ta.

“O que eu fiquei um pouco indig­na­do é que par­ticipei do Mundi­al aqui na França [2023, em Paris], par­ticipei do Mundi­al de Kobe [Japão], onde eu fui campeão, lançan­do da mes­ma for­ma e me pren­den­do da mes­ma for­ma na cadeira e nun­ca tive prob­le­ma com queima. Mas o resul­ta­do foi esse, então a gente ficar com a sen­sação de que foi prej­u­di­ca­do não vai mudar em nada. É a gente virar a chave, que ago­ra tem mais um ciclo de qua­tro anos, virar a chave e treinar pesa­do, como a gente sem­pre treina, para chegar igual eu cheguei aqui ou até mais prepara­do para qual­quer adver­si­dade den­tro da pro­va”, descreveu o paraibano.

“Já ten­ho a con­quista mundi­al, ten­ho a con­quista no Para­pan, só me fal­ta uma medal­ha de ouro par­alímpi­ca. Já ten­ho duas de bronze [a ante­ri­or foi em 2021, em Tóquio, no Japão], mas quero ouro, então você pode ter certeza que, em 2028, estando na Par­alimpía­da, vou brigar por essa medal­ha como nun­ca briguei”, con­cluiu.

Edição: Cláu­dia Soares Rodrigues

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