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Galeão responde por um em cada cinco embarques domésticos no Rio

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Dado é da Anac e se refere aos primeiros sete meses do ano


Pub­li­ca­do em 20/08/2023 — 09:21 Por Vitor Abdala — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O Aero­por­to Inter­na­cional do Rio Janeiro (Galeão/Tom Jobim) respon­deu, nos sete primeiros meses deste ano, por ape­nas 22,4% dos embar­ques domés­ti­cos do Rio de Janeiro. Isso rep­re­sen­ta cer­ca de um em cada cin­co pas­sageiros que saem do Rio com des­ti­no a out­ras cidades brasileiras.

Os dados da Agên­cia Nacional de Avi­ação Civ­il (Anac) mostram que, de janeiro a jul­ho deste ano, o aero­por­to local­iza­do na Ilha do Gov­er­nador, na zona norte, real­i­zou 994 mil embar­ques domés­ti­cos.

Já o San­tos Dumont, local­iza­do no cen­tro da cidade, movi­men­tou 3,44 mil­hões pas­sageiros, todos domés­ti­cos (já que o aero­por­to não opera voos inter­na­cionais), ou seja, 77,5% do total. O Aero­por­to de Jacarepaguá, na zona oeste, movi­men­tou o 0,1% restante (5 mil pas­sageiros).

Mes­mo incluin­do seus 965 mil embar­ques inter­na­cionais, o Galeão não con­segue super­ar o San­tos Dumont.

O panora­ma é bem difer­ente daque­le do fim da déca­da de 2000, quan­do o Galeão respon­dia por cer­ca de 70% dos pas­sageiros que saíam da cidade em voos domés­ti­cos. Nos anos de 2007 e 2008, o per­centu­al chegou a 73%.

Movimento de passageiros no Aeroporto Santos Dumont no primeiro dia de greve dos aeronautas.
Repro­dução: Movi­men­to de pas­sageiros no Aero­por­to San­tos Dumont — Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

O San­tos Dumont ampliou sua par­tic­i­pação no mer­ca­do a par­tir de 2010, mas sem­pre rep­re­sen­tan­do metade do total de embar­ques domés­ti­cos na cidade. E, des­de 2017, a fatia do Galeão vem dimin­uin­do, pas­san­do de 56,8% em 2016 para 51% em 2019.

Pandemia

A par­tir de 2020, com a pan­demia de covid-19, o aero­por­to inter­na­cional foi super­a­do pelo San­tos Dumont, pas­san­do a respon­der por menos da metade dos pas­sageiros domés­ti­cos: 40,4% em 2020, 33,1% em 2021 e 25,2% em 2022.

Arte Aeroportos
Repro­dução: Arte/Agência Brasil

O Galeão foi bas­tante afe­ta­do com as restrições de cir­cu­lação de via­jantes, dev­i­do ao coro­n­avírus, assim como vários aero­por­tos do mun­do. A per­da de pas­sageiros domés­ti­cos chegou a 64,1% de 2019 para 2020, enquan­to o movi­men­to inter­na­cional despen­cou 73,2%.

O ter­mi­nal car­i­o­ca pas­sou de 6,9 mil­hões de embar­ques domés­ti­cos e inter­na­cionais em 2019, para 2,3 mil­hões, no ano seguinte.

O San­tos Dumont tam­bém sofreu, mas em uma pro­porção menor, per­den­do 44,8% de pas­sageiros de um ano (4,5 mil­hões) para out­ro (2,5 mil­hões).

“Com a pan­demia, as com­pan­hias aéreas tin­ham que man­ter uma mal­ha aérea mín­i­ma para garan­tir que exis­tisse conec­tivi­dade no Brasil e elas acabam dan­do prefer­ên­cia para man­ter essa mal­ha aérea mín­i­ma muito mais con­cen­tra­da no San­tos Dumont do que no Galeão, em função da prefer­ên­cia da grande maio­r­ia dos pas­sageiros [já que é um aero­por­to mais próx­i­mo do cen­tro e da zona sul da cidade]”, expli­ca Rafael Cas­tro, espe­cial­ista em aero­por­tos e pro­fes­sor do cur­so de grad­u­ação em tur­is­mo do Cen­tro Fed­er­al de Edu­cação Tec­nológ­i­ca do Rio de Janeiro (Cefet-RJ).

No ano seguinte, enquan­to o San­tos Dumont já mostra­va recu­per­ação, crescen­do 34,4% em relação ao ano ante­ri­or e pas­san­do a embar­car 3,3 mil­hões de pes­soas, o Galeão con­tin­u­a­va per­den­do pas­sageiros: ‑1,9% nos voos domés­ti­cos e ‑49,9% nos inter­na­cionais.

A recu­per­ação do Galeão viria ape­nas no ano seguinte, com cresci­men­to de 316,9% no movi­men­to inter­na­cional, ape­sar de ain­da apre­sen­tar um tími­do aumen­to nos pas­sageiros domés­ti­cos (1,7%).

Ain­da assim ficou longe de recu­per­ar suas oper­ações pré-pan­demia, com uma movi­men­tação de 2,9 mil­hões de embar­ques: 1,2 mil­hão inter­na­cionais e 1,7 mil­hão domés­ti­cos.

O San­tos Dumont, por sua vez, em 2022, já super­a­va sua movi­men­tação pré-pan­demia, com 5 mil­hões de embar­ques, um número recorde na série históri­ca da Anac (ini­ci­a­da em 2000).

Rio de Janeiro (RJ) - Transferência de voos do Santos Dumont para Galeão - Professor Rafael CastroFoto: Divulgação
Repro­dução: Com o fim do iso­la­men­to social, empre­sas decidi­ram man­ter oper­ações no San­tos Dumont, afir­ma o pro­fes­sor Rafael Cas­tro — Divul­gação

Rafael Cas­tro, tam­bém con­heci­do como Dr. Aero­por­to nas redes soci­ais, expli­ca que, com o fim das medi­das de iso­la­men­to social, as empre­sas decidi­ram man­ter suas oper­ações no San­tos Dumont.

“No pós-pan­demia, as com­pan­hias aéreas percebem que, para elas, é muito mais negó­cio man­terem o espaço dos seus voos no San­tos Dumont. É como se hou­vesse mes­mo um abo­can­hamen­to dos voos do Galeão pelo San­tos Dumont. Isso é prej­u­di­cial porque, além de esvaziar o Galeão, faz com que o Rio de Janeiro per­ca todo seu poten­cial como portão de entra­da para tur­is­tas inter­na­cionais que sem­pre teve”, afir­ma Cas­tro.

Por meio de nota, a Asso­ci­ação Brasileira das Empre­sas Aéreas (Abear) desta­cou que a leg­is­lação vigente pre­vê liber­dade de rotas e isono­mia entre as empre­sas aéreas. Tam­bém infor­mou que suas empre­sas asso­ci­adas cumprem “o lim­ite esta­b­ele­ci­do para a capaci­dade do Aero­por­to San­tos Dumont”.

Uma por­taria assi­na­da pelo min­istro dos Por­tos e Aero­por­tos, Már­cio França, no dia 10 deste mês, pre­vê a migração de voos do San­tos Dumont para o Galeão. A medi­da entrará em vig­or no dia 2 de janeiro de 2024.

Edição: Juliana Andrade

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