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Governo anuncia programa de testagem da população para covid-19

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante declaração após reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19, no Palácio do Planalto.
Repro­dução:  © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga


Pub­li­ca­do em 28/04/2021 — 10:34 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília
Atu­al­iza­do em 28/04/2021 — 12:48

O min­istro da Saúde, Marce­lo Queiroga, disse hoje (28) que o gov­er­no fed­er­al lançará um pro­gra­ma de testagem da pop­u­lação para covid-19. O anún­cio foi feito em pro­nun­ci­a­men­to após a ter­ceira reunião do Comitê de Coor­de­nação Nacional para Enfrenta­men­to da Pan­demia da Covid-19, no Palá­cio do Planal­to. Ain­da não há data para iní­cio do pro­gra­ma.

Segun­do Queiroga, o obje­ti­vo é con­seguir iden­ti­ficar os casos pos­i­tivos e seus con­tac­tantes para que se pos­sa ado­tar uma políti­ca mais efe­ti­va de quar­ente­na para os indi­ví­du­os afe­ta­dos pela covid-19 e, assim, reduzir a trans­mis­são da doença. Ele expli­cou que o pro­gra­ma usará testes antígenos para detecção do vírus, que têm resul­ta­dos mais rápi­dos do que o teste de RT-PCR.

O teste de antígeno é um exame imunológi­co rápi­do, que avalia a pro­teí­na viral do SARS-CoV­‑2 no organ­is­mo. O resul­ta­do demo­ra, em média, 30 min­u­tos e pode diag­nos­ticar a infecção viral atu­al, mas não detec­ta os anti­cor­pos adquiri­dos. A uti­liza­ção desse teste é indi­ca­da nos primeiros 7 dias de sin­tomas, com sen­si­bil­i­dade mais ele­va­da do primeiro até o ter­ceiro dia de sin­tomas. O teste é cole­ta­do dire­ta­mente com amostras de swab (cotonete) de naso­faringe.

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Queiroga tam­bém reit­er­ou as recomen­dações de uso de más­caras e do dis­tan­ci­a­men­to social — chamadas de medi­das não far­ma­cológ­i­cas. “As medi­das não far­ma­cológ­i­cas, asso­ci­adas a uma ampla cam­pan­ha de vaci­nação são as duas armas que temos para pôr fim a essa pan­demia. Nesse sen­ti­do, é impor­tante a adesão da nos­sa pop­u­lação. Não adi­anta ficar esperan­do só pelos gov­er­nos fed­er­al, estad­u­ais e munic­i­pais, todos nós temos que nos com­pro­m­e­ter com essa ini­cia­ti­va”, disse.

Reunião com a OMS

Na próx­i­ma sex­ta-feira (30), o min­istro da Saúde tam­bém vai par­tic­i­par de uma reunião com o dire­tor-ger­al da Orga­ni­za­ção Mundi­al de Saúde (OMS), Tedros Adhanom. Para ele, é impor­tante essa relação mul­ti­lat­er­al com out­ros organ­is­mos da saúde, “seja pela tro­ca de con­hec­i­men­to cien­tí­fi­co, seja pela pos­si­bil­i­dade de aju­da dessas insti­tu­ições na bus­ca por insumos estratégi­cos, seja em relação a pesquisas”.

Nesse sen­ti­do, ele infor­mou que a Comis­são Nacional de Éti­ca em Pesquisa (Conep) aprovou uma pesquisa, a ser real­iza­da no Brasil, sobre a efe­tivi­dade da vaci­na Cov­ishield, desen­volvi­da pela Uni­ver­si­dade de Oxford, em parce­ria com a far­ma­cêu­ti­ca britâni­ca AstraZeneca, e pro­duzi­da no Brasil pela Fun­dação Oswal­do Cruz (Fiocruz). A pesquisa será con­duzi­da pela Uni­ver­si­dade Estad­ual Paulista (Une­sp), Fiocruz e Oxford, com apoio do Min­istério da Saúde e da Embaix­a­da do Reino Unido no Brasil.

“Então, vamos avançar na pesquisa, na apli­cação de con­du­tas baseadas na ciên­cia, na procu­ra do diál­o­go com as sociedades cien­tí­fi­cas e com a sociedade civ­il brasileira e com apoio da impren­sa, levan­do infor­mações que sejam úteis para nos­sa sociedade”, com­ple­tou o min­istro.

Ques­tion­a­do sobre a Comis­são Par­la­men­tar de Inquéri­to (CPI) da Pan­demia, que foi insta­l­a­da ontem (28) no Sena­do, Queiroga disse que, quan­do for con­vo­ca­do, prestará todas as infor­mações solic­i­tadas, como vem fazen­do. O primeiro a ser ouvi­do pelo cole­gia­do, na sem­ana que vem, será o ex-min­istro da Saúde Luiz Hen­rique Man­det­ta, que coman­da­va a pas­ta no iní­cio da crise san­itária.

Vacinação

O Min­istério da Saúde tam­bém anun­ciou a ante­ci­pação da entre­ga de 2 mil­hões de dos­es de vaci­nas do con­sór­cio Cov­ax Facil­i­ty de jun­ho para maio, total­izan­do, então, 4 mil­hões de dos­es do con­sór­cio no próx­i­mo mês. De acor­do com o con­tra­to de adesão do Brasil à ini­cia­ti­va, fir­ma­do em 25 de setem­bro de 2020, o país terá aces­so a 42,5 mil­hões de dos­es de vaci­nas con­tra a covid-19.

A Cov­ax Facil­i­ty é uma aliança inter­na­cional da OMS que tem como prin­ci­pal obje­ti­vo acel­er­ar o desen­volvi­men­to e a fab­ri­cação de vaci­nas con­tra a covid-19 e garan­tir aces­so igual­itário à imu­niza­ção. A pro­jeção é que sejam envi­adas 330 mil­hões de dos­es das vaci­nas da Pfizer/BioNTech e Oxford/AstraZeneca na primeira metade de 2021 para 145 país­es inte­grantes da aliança, que reúne mais de 150 nações.

Segun­do Queiroga, o Min­istério da Saúde tam­bém atu­alizará sem­anal­mente o crono­gra­ma da vaci­nação, com as dos­es con­fir­madas e as que devem ser entregues ao lon­go do ano.

Pressão no sistema

O min­istro da Saúde avalia ain­da que o Brasil já está assistin­do a uma que­da no número de casos por covid-19 e, con­se­quente­mente, de óbitos pela doença, ape­sar de ain­da ser um número ele­va­do. “Mas a que­da tem cau­sa­do menor pressão sobre o nos­so sis­tema de saúde e diver­sos esta­dos já têm uma situ­ação mais con­fortáv­el de disponi­bil­i­dade de leitos de ter­apia inten­si­va”, disse.

Da mes­ma for­ma, segun­do ele, há uma menor pressão por insumos estratégi­cos como oxigênio e kits de intubação no sis­tema públi­co de saúde (SUS). Ain­da assim, o gov­er­no fed­er­al con­tin­ua tra­bal­han­do para man­ter em dia os esto­ques e a dis­tribuição dess­es pro­du­tos.

Protocolos clínicos

O gov­er­no fed­er­al tam­bém espera a aprovação do Pro­je­to de Lei nº 415/2015, que tra­ta do apri­mora­men­to das avali­ações econômi­cas real­izadas no âmbito da Comis­são Nacional de Incor­po­ração de Tec­nolo­gias no SUS (Conitec). Segun­do Queiroga, o pro­je­to será impor­tante para a elab­o­ração de pro­to­co­los clíni­cos e dire­trizes ter­apêu­ti­cas que sejam úteis, na práti­ca. Nesse sen­ti­do, o gov­er­no quer aprovar um pro­to­co­lo para o trata­men­to da covid-19.

Enquan­to o pro­je­to não é aprova­do, o Min­istério da Saúde está edi­tan­do notas téc­ni­cas de recomen­dação acer­ca do trata­men­to, uma parce­ria com téc­ni­cos da pas­ta e as sociedades cien­tí­fi­cas com lid­er­ança do pneu­mol­o­gista e pro­fes­sor da Uni­ver­si­dade de São Paulo (USP), Car­los Car­val­ho. Dois tex­tos já foram edi­ta­dos.

O primeiro tra­ta da otimiza­ção do uso do oxigênio e da intubação oro­traque­al. Queiroga expli­ca que a intubação é um pro­ced­i­men­to rotineiro em paciente com insu­fi­ciên­cia res­pi­ratório, mas que, nos pacientes com covid-19, requer algu­mas pecu­liari­dades. “O paciente pode perder a vida durante a intubação, de tal maneira que resolve­mos dar uma padroniza­ção em relação a essa con­du­ta”, disse.

A out­ra nota téc­ni­ca diz respeito à segun­da dose da vaci­na Coro­n­aVac, pro­duzi­da no Brasil pelo Insti­tu­to Butan­tan, em parce­ria com o lab­o­ratório chinês Sino­vac. Segun­do o min­istro, dev­i­do a atra­sos no crono­gra­ma de entre­ga em razão de prob­le­mas com os insumos de fab­ri­cação vin­do da Chi­na, muitas pes­soas fiz­er­am a primeira dose, mas não con­seguiram a segun­da no pra­zo de até um mês, como recomen­da­do. A nova nota indi­ca que, inde­pen­den­te­mente do pra­zo, a segun­da dose do imu­nizante deve ser apli­ca­da, assim que estiv­er disponív­el. “Esper­amos que na sem­ana que vem sejam dis­tribuí­das dos­es de Coro­n­aVac sufi­cientes para que haja a reg­u­lar­iza­ção nacional da segun­da dose”, disse.

Doenças prevalentes

O min­istro garan­tiu que o gov­er­no está aten­to ao aumen­to de óbitos por out­ras doenças preva­lentes na pop­u­lação, como as car­dio­vas­cu­lares, e está tra­bal­han­do em estraté­gias para garan­tir assistên­cia à pop­u­lação para trata­men­to dessas enfer­mi­dades.

Segun­do Queiroga, todos os anos, mais de 380 mil pes­soas mor­rem de doenças car­dio­vas­cu­lares, sobre­tu­do infar­to e Aci­dente Vas­cu­lar Cere­bral (AVC). Entre­tan­to, na primeira onda de covid-19, no ano pas­sa­do, hou­ve uma redução nas noti­fi­cações dess­es óbitos no âmbito do sis­tema de saúde e um aumen­to de óbitos por doenças inespecí­fi­cas fora do ambi­ente hos­pi­ta­lar. “Esse fenô­meno pode ser repe­tir em 2021, até com fre­quên­cia maior”, aler­tou sobre a importân­cia da con­tinuidade da atenção à saúde.

Confira o pronunciamento:

Edição: Kel­ly Oliveira e Lílian Beral­do

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